quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Como escolher o contraceptivo ideal

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Compreender os efeitos de cada modelo nos hormônios é importante para eleger a melhor opção de acordo com a estrutura hormonal de cada mulher, ensina endocrinologista

Além disso, segundo a Dra. Thais, é fundamental que a mulher monitore as mudanças na saúde física e mental


Mais numerosos no mercado, os métodos hormonais funcionam de maneira específica em suas diferentes propostas


Redação/Hourpress


Os métodos contraceptivos acompanham a maioria das mulheres em grande parte de sua idade fértil, período que dura cerca de 30 anos. Ao longo das fases de vida, a mulher recorre a diferentes métodos para evitar a gravidez, mas, nem sempre tem orientação para escolher aquele que melhor se adequa à sua realidade pessoal.

 

A Dra. Thais Mussi, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), frisa a importância de reconhecer que os métodos possuem diferentes mecanismos de ação e que podem afetar os hormônios e a saúde de várias maneiras. "Essa escolha deve considerar os efeitos hormonais do contraceptivo. Questões como histórico de doenças cardiovasculares, trombofilias, enxaquecas, e outros fatores de risco devem ser avaliados em conjunto com um profissional de saúde", orientou a especialista.

 

Além disso, segundo a Dra. Thais, é fundamental que a mulher monitore as mudanças na saúde física e mental quando inicia ou altera o uso de métodos contraceptivos. "Por isso, é importante entender a diferença entre todos eles", enfatiza a endocrinologista, ao destacar que há os métodos hormonais e os não hormonais. "Os contraceptivos hormonais, como pílulas, adesivos, injeções e dispositivos intrauterinos (DIUs) hormonais, contêm hormônios sintéticos que mimetizam os hormônios naturais do corpo, principalmente o estrogênio e a progesterona", explicou.

 

Mais numerosos no mercado, os métodos hormonais funcionam de maneira específica em suas diferentes propostas, por isso, a Dra. Thais define, abaixo, as peculiaridades de cada um:

 

Pílulas combinadas


Elas contêm estrogênio e progesterona e funcionam principalmente suprimindo a ovulação. Ao inibir a liberação de hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela hipófise, essas pílulas impedem que os ovários liberem óvulos. "Além disso, elas espessam o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides, e alteram o revestimento do útero, tornando-o menos receptivo à implantação de um óvulo fertilizado", detalhou a médica.

 

Seu uso contínuo pode regularizar o ciclo menstrual, reduzir dores menstruais e diminuir a incidência de cistos ovarianos. Por outro lado, segundo a Dra. Thais, podem aumentar o risco de trombose venosa, hipertensão arterial e, em alguns casos, influenciar negativamente o humor e a libido.

 

  • Pílulas só de progesterona (minipílulas)

Utilizam somente a progesterona e são indicadas principalmente para mulheres que não podem usar estrogênio. "Elas funcionam principalmente espessando o muco cervical e alterando o revestimento endometrial e podem ser menos eficazes na supressão da ovulação em comparação com as pílulas combinadas, mas ainda assim são altamente eficazes", avalia a especialista.

Esta modalidade, segundo ela, tende a causar menos efeitos colaterais relacionados ao estrogênio, como náuseas e retenção de líquidos, mas podem causar irregularidades menstruais.

  • Adesivos e anéis vaginais

"Eles também liberam uma combinação de estrogênio e progesterona, semelhante às pílulas combinadas. A diferença está na via de administração, que pode ser mais conveniente para algumas mulheres e oferecer uma liberação mais estável de hormônios", definiu.

  • Injeções de progesterona

Administrações trimestrais de progesterona também espessam o muco cervical e afinam o revestimento endometrial, segundo a médica. Elas podem suprimir a ovulação em alguns casos e são eficazes por períodos prolongados. Podem causar irregularidades menstruais, ganho de peso e alterações de humor.

  • DIUs hormonais

Liberam progesterona diretamente no útero, proporcionando uma liberação constante e local do hormônio. Espessam o muco cervical, afinam o endométrio e podem, em alguns casos, suprimir a ovulação. São altamente eficazes e podem durar vários anos. "Aqui os efeitos colaterais comuns incluem sangramentos irregulares e, eventualmente, ausência de menstruação", explicou.

 

Métodos contraceptivos não hormonais

 

Ao lado das opções que utilizam hormônios na composição, os DIUs de cobre não afetam os hormônios naturais do corpo, de acordo com a médica endocrinologista. "O cobre tem um efeito espermicida, que impede a fertilização do óvulo. Esses métodos não alteram os níveis hormonais, evitando muitos dos efeitos colaterais associados aos métodos hormonais, mas podem causar aumento do fluxo menstrual e cólicas", finalizou.

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