Essa situação é munição para
aumentar a fogueira do pessimismo
*Luís Alberto Alves/Hourpress
O movimento #Arcadismo, impactado pelo #Iluminismo no século 18, entre 1750 e
1780 na França, revela, séculos depois, que o homem tenta voltar ao passado.
Uma das características do #Arcadismo é cortar tudo que seja
inútil por meio do abandono do uso exagerado da figura de linguagem.
Ao trazermos para a #economia, na atual crise mundial,
principalmente por causa da pandemia, quando ocorreu a retração o comportamento
relativo à #ostentação. Hoje não é bem visto nas redes sociais, que
deixou em apuros a grande mídia, exibir inúmeros carros importados, joias
caras, mansões cinematográficas.
“fugere
urbem”
As pessoas, após muito tempo
reclusas em casa, reconhecem o valor do presente, principalmente de não terem
se tornado vítimas da #covid-19.
Imóveis afastados dos grandes centros são procurados. Muitas #famílias estão se mudando para cidades
do Interior em diversas regiões do #Brasil.
Como na época do #Arcadismo, elas colocam em prática o
lema “fugere urbem” (fugir da cidade), “locus amaenus” (deixando para trás), “locus
horrendus” (o lugar horrível) em que se tornaram as cidades de grande porte,
com a vida perdendo o valor.
Hoje, para se obter dinheiro
fácil, via #PIX, celulares são
roubados em avenidas movimentadas, reforçando parte do poema do inconfidente
Claúdio Manuel da Costa: “Quem deixa o trato pastoril amado/pela ingrata civil
correspondência/ou desconhece o rosto da violência/ou do retiro a paz não tem
provado”.
Admirável
Mundo Novo
Atualmente, em vez das doses da
pílula de “Soma”, descrita no livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley,
disfarçadas de # “BBB” ou # “Fazenda”,
inconscientemente algumas pessoas procuram, no plano individual uma vida
familiar simples e politicamente uma sociedade baseada na justiça, igualdade e
soberana no povo.
Algo já descrito nas páginas do
livro “O Contrato Social”, publicado pelo filósofo francês Jean-Jacques
Rousseau, há 232 anos!!! Nesta mesma onda, daquela época, outro filósofo da
França, Montesquieu, escrevia em sua obra “O Espírito das Leis” em que a única
maneira de garantir a liberdade era por meio da independência dos três poderes:
#Executivo, Legislativo e Judiciário.
Infelizmente no Brasil, o #Judiciário, por incompetência do #Legislativo,
assumiu o posto de criador de leis, algumas delas nocivas à democracia. Hoje,
um minstro do #STF (Supremo Tribunal
Federal) se comporta como policial, juiz e promotor, ao mesmo tempo.
Futuro
da Naçâo
O #Legislativo, em vez de pensar no bem-estar da população, quando se
reúne para criar e aprovar leis, jamais pensa no futuro da nação. Exemplo deste
absurdo foi entupir de artigos a MP (Medida Provisória) 1045/2021, que
propunha, entre uma série de violência contra o trabalhador, emprego que o
funcionário não tivesse direito ao #FGTS
(Fundo de Garantia de Tempo de Serviço), Férias e 13º Salário.
Como se vê, cada vez mais o
passado continua comandando o presente. O chamado século 21, era da tecnologia,
da alta velocidade da informação, está recheado de atraso. É como se o mundo estivesse
na época do Barroco, no século 17, com a população vivendo de falsa aparência e
desconfiando de tudo.
Parado no semáforo, seja de dia
ou de noite, você estaria tranquilo ao ver duas pessoas numa moto, ficar ao teu
lado, com o garupa enfiando a mão no bolso da jaqueta? Talvez ele fosse apanhar
o #celular ou documento, mas na
cabeça da maioria dos motoristas, se visualiza uma arma.
Jovens
sem emprego
Os nossos jovens, impactados
pela pandemia e elevado #desemprego,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 14 e 17
anos, 46%, estão sem trabalho e de 18 a 24 anos, 31% se encontram sem emprego.
Essa situação é munição para
aumentar a fogueira do pessimismo. Não é novidade para a grande quantidade de
brasileiros que, atualmente, busca auxílio religioso; outros recorrem às drogas
ou à criminalidade como meio de obter sossego e dinheiro.
De acordo com o ministério da
Justiça, 54% dos presos no Brasil têm entre 18 e 29 anos, segundo dados de
2020. Atualmente, a sociedade brasileira é cética, pois convive num mundo
repleto de engano, exatamente como ocorria na época do Barroco.
Um sermão do Padre Vieira
(1608/1697), “Sermão de Santo Antônio aos Peixes”, ele já recriminava a
corrupção do então Brasil colônia, na época com apenas 200 anos! Num dos versos
dizia: “... o efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão
corrupta, como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será,
ou qual pode ser a causa desta corrupção?....
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