Milhares de informações pessoais de brasileiros foram expostas e vendidos em fóruns hackers este ano
Redação/Hourpress
As notícias de grandes vazamentos de dados se tornaram uma rotina esse ano. Nos últimos meses, informações de milhares de pessoas foram comprometidas. Entre eles está o caso do maior vazamento registrado no país: o roubo de informações pessoais de 223 milhões de brasileiros. Um dos casos mais recentes envolve o maior conglomerado de redes sociais, o Facebook. O incidente expôs os dados de 530 milhões de usuários no começo de abril, pelo menos 8 milhões deles de brasileiros.
“Essas ocorrências não começaram agora, elas apenas têm ganhado a devida visibilidade nos últimos anos com a consolidação de legislações de proteção de dados no mundo”, afirma o especialista em Segurança da Informação e sócio fundador da Datalege Consultoria Empresarial, Mario Toews. De acordo com ele, o que soma para a incidência desses grandes casos de vazamento é o valor que os dados representam atualmente e as falhas nos protocolos de segurança das empresas.
As informações vazadas vão desde o nome completo e endereço de e-mail até endereço residencial e dados bancários. Esses dados geralmente são vendidos – ou até disponibilizados gratuitamente – em fóruns hackers e usados ilegalmente por empresas para obter vantagem de mercado e outras diversas finalidades.
“A diversidade de redes sociais, aplicativos e sistemas usados pelas pessoas é outro motivo para esse aumento de casos. Quanto mais lugares tiverem acesso aos nossos dados, maior a chance de que eles sejam expostos em algum momento”, explica.
CASOS EMBLEMÁTICOS
Desde o começo do ano foram diversos casos de vazamento de dados. Em janeiro deste ano, o megavazamento inicialmente atribuído ao Serasa Experian comprometeu os dados de mais de 200 milhões de brasileiros. Mas esse foi só o começo de um ano cheio de incidentes. Até então foram noticiados diversos vazamentos, entre eles os casos do Facebook e LinkedIn, que expuseram, cada um, as informações de cerca de 500 milhões de usuários.
Além disso, apenas esse ano foram comprometidos os sistemas de órgãos públicos como o Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) e da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás. “Casos mais recentes, como do Club House e da fintech iugu demonstram que muita coisa pode acontecer até o fim do ano se medidas severas não forem tomadas”, afirma Toews”, referindo-se ao vazamento de dados de 1 milhão usuários do Club House e de mais de 1,7 terabyte de arquivos com dados financeiros da fintech.
RESPONSÁVEIS
No caso do megavazamento no Brasil, o Procon pediu esclarecimentos ao Serasa. Além disso, os hackers responsabilizados pelo ataque foram presos. No caso do Facebook, a União Europeia e a Rússia começaram a investigar o caso. O órgão regulador do Brasil ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Toews explica que é necessário que as autoridades nacionais se posicionem e ajam com rigor para que, além de penalizar essas empresas, outros vazamentos sejam evitados.
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