terça-feira, 20 de setembro de 2022

Não seja um anti-administrador

 Quem não contribui para o avanço é motor da ineficiência

 Pixabay



Leandro Vieira

Em 9 de setembro, foi comemorado no Brasil o Dia do Administrador, data que marca a regulamentação da profissão, que ocorreu em 1965. De lá até aqui, o mundo mudou. E se o mundo muda, o administrador também precisa mudar. Afinal, como está sabiamente escrito na nossa literatura: é papel desse profissional “planejar, organizar, ajustar e mensurar estratégias e processos” - mas, principalmente, desenvolver pessoas. Aqueles que não evoluem, assim, não são capazes de desenvolver ninguém.

Então fica aqui a grande questão: como os administradores brasileiros têm se desenvolvido?

Ao contrário do que tem se ouvido cada vez mais na internet, a formação acadêmica é muito importante. Ela tem um peso incomparável em sua formação, enquanto profissional e como ser humano. É na faculdade que você, administrador, constrói suas bases.

Mas, há outra verdade: um administrador que para de aprender quando se forma, inevitavelmente, vai se tornar uma antítese de si. Um administrador que não aprende todos os dias, é um anti-administrador. Isso porque, quando falamos de Administração, quem não contribui para o avanço é motor da ineficiência.

Atraso

A bem da verdade, temos de ser sinceros: o Brasil está cheio de anti-administradores. Alguns com diploma, outros que sequer já ouviram falar em Peter Drucker, pai fundador da Administração. E isso é muito ruim. Atrevo-me a dizer que é uma das raízes mais profundas do nosso atraso.

O 9 de setembro rememora a origem da profissão. Mas lembre-se de que ser administrador não é ter um diploma ou um registro. Muito menos é ocupar um cargo de direção. Cadeira, caneta, título, nada disso administra.

Administrar é conduzir pessoas e organizações sempre pelos melhores caminhos, aos melhores destinos. E isso só se faz com aprendizado contínuo, com o olhar aberto ao novo e com os ouvidos atentos às pessoas que estão à volta.

Desejo

A forma como consumimos se transforma a todo instante. Na era dos hologramas, metaversos e NFTs, a própria noção de realidade foi posta em xeque. Isso afeta como vivemos e nos comunicamos. Somos seres novos a cada dia em que acordamos.

Aquele indivíduo que aprende um ofício, consegue um emprego e trabalha nele até o fim da vida, é um item raro e não será mais produzido. Somos hoje um mundo regido pela urgência, pela vontade de mudar, pelo desejo de fazer e ser mais. E o mais fascinante: daqui a cinco ou 10 anos, tudo será muito diferente outra vez.

Regendo essa complexa orquestra, que ganha novos instrumentos a todo instante, está o administrador. Se ele não segue aprendendo as novas músicas que a banda toca, é incapaz de segurar a batuta. Administrar é, antes de tudo, nunca parar de aprender. Se não é isso, é Anti-administração.

Leandro Vieira é fundador e CEO do Administradores.com

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