Afinal de contas não estamos numa democracia?
Numa eleição o que deve brilhar são as riquezas das boas ideias |
Luís Alberto Alves/Hourpress
Nestas eleições o direito de votar parece deixar de ser livre. O brasileiro precisa definir em quem vai depositar a sua confiança na urna eletrônica. Não pode declarar neutralidade. Do contrário é alvo de patrulhamento. Se escolher a posição, é criticado! Caso opte pela oposição, também sofre críticas!
Afinal de contas não estamos numa
democracia? Portanto temos o direito de escolher o candidato que nos agrade,
dentro da galeria dos piores. Infelizmente essa regra deixou de funcionar neste
2022. Como se fosse o final dos tempos, o Apocalipse, como narrado na Bíblia,
chegou.
Budistas
O brasileiro precisa escolher o
melhor lado da história. Mas qual é? Para a extrema-direita é o atual presidente
Bolsonaro. Na visão dos esquerdistas é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Ambos teriam a chave de acesso à bonança, ao melhor dos mundos. Como
dizem os budistas, trariam o nirvana à Terra!
A opinião do próximo perdeu a
importância. Qualquer um dos candidatos escolhido é alvo de crítica e até de
agressões verbais e físicas. O bom senso saiu da rota da convivência em
sociedade. As redes sociais viraram depósito de fake news e extenso rosário de
artigos de ofensas aos dois lados que disputam a cadeira de presidente da
República.
Comunista
As religiões, até agora mantidas no
campo da neutralidade, entraram neste intrigado jogo de poder. Cada um possa de
dono da verdade, apossando-se do nome de Deus para tomar atitudes carregadas de
ódio e rancor. Em diversas igrejas protestantes, os membros são coagidos a
votar no atual presidente, ignorando as baixarias e atitudes que não estão de
acordo com o Evangelho de Jesus Cristo.
Quem ousar sair deste cercadinho
ganha o carimbo de comunista ou herege. Alguém que não pode merecer mais a
confiança dos demais irmãos. Como fica o livre direito de voto? Alguém pode ser
coagido a escolher determinado candidato sob ameaça de excomunhão? Estaríamos
retornando à Idade Média, onde a igreja católica tinha poderes de tornar
malditos quem não concordasse com os dogmas de Roma?
Política
Não é novidade de que o latino
americano é emotivo. Facilmente deixa a razão de lado durante as discussões.
Notícias de pessoas agredidas e até assassinadas por causa de divergências
políticas estão mostrando que o brasileiro entrou na piscina do ódio, ignorando
o pacifismo. Entre familiares virou rotina conflitos provocados por causa da
escolha política de cada um.
É momento de serenidade. Político nenhum
paga as nossas contas. Pensam apenas no interesse próprio. Têm na mente o
desejo de atender os desejos do grupinho que joga no seu time ideológico. A
grande massa de eleitores é algo sem importância. Portanto, cabe a você eleitor
meditar. Não destrua amizades e entre em conflito com familiares por causa de
políticos. Para eles, você é apenas número. Interessante somente em época de
eleição.
Luís Alberto Alves, jornalista e
editor do blogue Cajuísticas.
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