quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Você é livre para votar?

Afinal de contas não estamos numa democracia?

Numa eleição o que deve brilhar são as riquezas das boas ideias

Luís Alberto Alves/Hourpress

Nestas eleições o direito de votar parece deixar de ser livre. O brasileiro precisa definir em quem vai depositar a sua confiança na urna eletrônica. Não pode declarar neutralidade. Do contrário é alvo de patrulhamento. Se escolher a posição, é criticado! Caso opte pela oposição, também sofre críticas!

Afinal de contas não estamos numa democracia? Portanto temos o direito de escolher o candidato que nos agrade, dentro da galeria dos piores. Infelizmente essa regra deixou de funcionar neste 2022. Como se fosse o final dos tempos, o Apocalipse, como narrado na Bíblia, chegou.

Budistas

O brasileiro precisa escolher o melhor lado da história. Mas qual é? Para a extrema-direita é o atual presidente Bolsonaro. Na visão dos esquerdistas é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos teriam a chave de acesso à bonança, ao melhor dos mundos. Como dizem os budistas, trariam o nirvana à Terra!

A opinião do próximo perdeu a importância. Qualquer um dos candidatos escolhido é alvo de crítica e até de agressões verbais e físicas. O bom senso saiu da rota da convivência em sociedade. As redes sociais viraram depósito de fake news e extenso rosário de artigos de ofensas aos dois lados que disputam a cadeira de presidente da República.

Comunista

As religiões, até agora mantidas no campo da neutralidade, entraram neste intrigado jogo de poder. Cada um possa de dono da verdade, apossando-se do nome de Deus para tomar atitudes carregadas de ódio e rancor. Em diversas igrejas protestantes, os membros são coagidos a votar no atual presidente, ignorando as baixarias e atitudes que não estão de acordo com o Evangelho de Jesus Cristo.

Quem ousar sair deste cercadinho ganha o carimbo de comunista ou herege. Alguém que não pode merecer mais a confiança dos demais irmãos. Como fica o livre direito de voto? Alguém pode ser coagido a escolher determinado candidato sob ameaça de excomunhão? Estaríamos retornando à Idade Média, onde a igreja católica tinha poderes de tornar malditos quem não concordasse com os dogmas de Roma?

Política

Não é novidade de que o latino americano é emotivo. Facilmente deixa a razão de lado durante as discussões. Notícias de pessoas agredidas e até assassinadas por causa de divergências políticas estão mostrando que o brasileiro entrou na piscina do ódio, ignorando o pacifismo. Entre familiares virou rotina conflitos provocados por causa da escolha política de cada um.

É momento de serenidade. Político nenhum paga as nossas contas. Pensam apenas no interesse próprio. Têm na mente o desejo de atender os desejos do grupinho que joga no seu time ideológico. A grande massa de eleitores é algo sem importância. Portanto, cabe a você eleitor meditar. Não destrua amizades e entre em conflito com familiares por causa de políticos. Para eles, você é apenas número. Interessante somente em época de eleição.

Luís Alberto Alves, jornalista e editor do blogue Cajuísticas.

 

 

 

 

 


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