quinta-feira, 8 de setembro de 2022

A tecnologia aumenta a solidão

 Quantos casais, deitados na cama, estão separados pelo celular

   EBC

Casais juntos, mas separados pelo celular....


Luís Alberto Alves/Hourpress

Hoje, com o celular é possível transferir dinheiro rapidamente, pagar contas, tributos, pedir comida e quitar rapidamente por meio de cartão ou PiX, usar o cartão de débito para comprar qualquer objeto no comércio. Enfim, é possível por meio de videoconferência conversar com qualquer pessoa na maioria dos países. Os fãs da pornografia também podem utilizar o celular para saciar as suas fantasias sexuais e alimentar os desvios de personalidade.

Por meio deste tipo de telefone é possível conhecer o trajeto que algum familiar faz, além de registrar nos seus arquivos informações a respeito da saúde, para os atletas de final de semana. Este pequeno aparelho conseguiu reunir diversos avanços da tecnologia que seduziu bilhões de pessoas ao redor do planeta. Virou até babá eletrônica nas casas onde as mães não encontram tempo para cuidar das crianças.

O lado mau é que o celular, ao mesmo tempo em que coloca informações de todo o mundo e de pessoas em nossas mãos, nos mantém afastados dos outros. Quantos casais, deitados na cama, estão separados pelo celular, deixando de lado o diálogo e os momentos de carinho e amor! Muitos preferem ceder às fofocas destacadas nos aplicativos.

Muitas pessoas deixaram de ir aos restaurantes, optando pelos aplicativos nos celulares. Até a leitura de livros acabou simplificada neste tipo de aparelho. Aos poucos diversas pessoas se tornaram reféns da tecnologia e esqueceram-se de que os seres humanos são animais políticos que não conseguem viver isolados. Precisam de alguém do lado.

Mesmo com a facilidade de ter, literalmente, o mundo na palma das mãos, multiplicaram os casos de milhões de depressivos. Os consultórios de psicanalistas ganharam inúmeros clientes. Todos em busca de driblar a solidão. Poucos perceberam que o convívio, reduzindo a dependência da tecnologia, é chave para continuarmos humanos, Afinal de contas, ainda não inventaram aplicativo que leva o caixão sozinho para o túmulo.

Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Cajuísticas

 


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