terça-feira, 25 de novembro de 2025

Incêndio em Ministério das Mulheres em Brasília deixa seis feridos

 EBC


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Explosão ocorreu durante manutenção em subestação de energia

Agência Brasil

O bloco C da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi evacuado na manhã desta terça-feira (25), após a explosão de uma subestação de energia no subsolo do prédio. No local, funcionam os ministérios da Igualdade Racial; das Mulheres; dos Povos Indígenas; e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Seis pessoas precisaram ser encaminhadas para atendimento hospitalar, uma delas com queimaduras graves.

Por volta de 9h40, uma equipe terceirizada fazia a manutenção da subestação, quando houve a explosão com princípio de incêndio. No momento, não há mais fumaça no interior do bloco, mas ele segue interditado pelas equipes de segurança.

A fumaça do incêndio ocupou alguns andares do prédio, que foi evacuado. O Corpo de Bombeiros atendeu 27 vítimas no local, a maioria com sintomas leves de intoxicação por fumaça. Das seis pessoas encaminhadas para os hospitais, três trabalham nos ministérios e outras três eram funcionários da empresa terceirizada, entre eles, a vítima de queimaduras.

O trabalhador teve queimaduras no tórax, braços, pernas e vias áreas, o que, segundo os bombeiros, é considerado uma queimadura mais grave. Todas as vítimas estavam conscientes e orientadas quando foram encaminhadas para atendimento hospitalar. As causas da explosão estão sendo apuradas.

Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que a ocorrência teve início com um curto circuito elétrico em razão da intervenção realizada e que as equipes de brigada atuaram de imediato seguindo o protocolo de evacuação. A Secretaria de Serviços Compartilhados do MGI, responsável pela gestão administrativa do bloco C, orientou aos trabalhadores que atuam no local que cumpram a jornada de hoje em teletrabalho.

Senado marca sabatina de Messias para 10 de dezembro



 Radiografia da Notícia

Advogado-geral da União foi indicado por Lula para vaga no STF

Agência Brasil

A sabatina de Jorge Messias, indicado a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), será realizada no dia 10 de dezembro, conforme informou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Otto Alencar (PSD-BA) nesta terça-feira (25).

Messias, atual advogado-geral da União, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 20 para ocupar a cadeira do ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou aposentadoria antecipada da Corte e deixou o tribunal no mês passado. 

Para tomar posse, Messias precisa passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e ter o nome aprovado em votação no colegiado e no plenário da Casa, com aprovação de 41 senadores. 

Messias tem 45 anos e poderá ficar no Supremo pelos próximos 30 anos, quando completará 75 anos, idade para aposentadoria compulsória. 

O senador Otto Alencar informou que a leitura da mensagem da indicação de Messias ocorrerá no próximo dia 3 de dezembro, quando será concedida vista coletiva. O senador Weverton (PDT-MA) será o relator da indicação.

Jorge Messias está no comando da AGU desde 1° de janeiro de 2023, início do terceiro mandato de Lula.

Nascido no Recife, o futuro ministro é procurador concursado da Fazenda Nacional desde 2007. Ele é formado em direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e possui os títulos de mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).

Durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República. O setor é responsável pelo assessoramento direto do presidente.

O Perigo da Gastança Pré-Eleitoral



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 Minha primeira grande crítica reside no paradoxo das contas públicas


Eduardo Berbigier


A saúde fiscal do Brasil encontra-se sob intensa pressão. Nesta breve análise, revelo, mais uma vez, meu ceticismo crescente em relação às metas fiscais do governo e ao futuro de pesadas heranças para o próximo ciclo presidencial (2027-2030).

 

Minha primeira grande crítica reside no paradoxo das contas públicas. A proposta de cortar R$ 15 bilhões em gastos para o próximo ano — o que afeta, em parte, auxílios sociais — pode ser vista como um gesto de alto impacto, mas, na realidade, possui baixa eficácia fiscal, especialmente quando comparada ao rombo projetado.

 

Se, por um lado, diz-se que há esforço para conter despesas, o Legislativo e o Judiciário avançam em medidas que promovem o aumento de gastos, com a conivência do Executivo. Um exemplo é a aprovação de 530 novas vagas para tribunais superiores (STF e STJ). Isso é mais uma demonstração de que a “máquina” continua a expandir-se, corroendo qualquer ideia de austeridade. A conclusão é direta: o volume de despesas é insustentável. A busca por mais arrecadação apenas mascara a incapacidade de gerir os gastos e transfere os aumentos diretamente aos contribuintes.


Extra

 

A tradução da narrativa oficial de que o aumento de receita cobrirá o déficit é clara: a conta recairá diretamente sobre o contribuinte, via aumento de tributos. O governo já impôs um aumento real na carga tributária federal que, entre 2024 e o período atual de 2025, já é de quase 15%. Dados da Receita Federal e estudos econômicos confirmam esse forte aumento de arrecadação via reoneração e medidas de recomposição de impostos, além de aumentos reais na carga tributária. Contudo, essa injeção extra não foi suficiente para fechar as contas.

 

A confiança nos números oficiais é severamente questionada. Enquanto o governo projeta um déficit menor, análises independentes de instituições e economistas sugerem que o rombo fiscal deste ano e o projetado para 2026 podem ser significativamente maiores, superando R$ 100 bilhões. A percepção é que a falta de austeridade e a má gestão dos recursos levam a tais déficits.

 

A maior preocupação concentra-se no inevitável ano eleitoral de 2026. Historicamente, governos que buscam a reeleição tendem a flexibilizar a disciplina fiscal para impulsionar a popularidade. Essa trajetória de gastança, somada à falta de austeridade atual, projeta um cenário sombrio: economistas independentes estimam um déficit primário que pode ir muito além das projeções oficiais, superior a R$ 100 bilhões. Essa irresponsabilidade fiscal acumulará uma pesada herança de déficits ao longo do quadriênio, comprometendo drasticamente a gestão do próximo presidente a partir de 2027.


Primário

 

O presidente que tomar posse em 2027 herdará um país com a carga tributária elevada, juros em patamares altíssimos (com títulos do governo sendo negociados a taxas anuais elevadas) e uma margem de manobra fiscal mínima. Tudo isso em meio a uma reforma tributária em andamento. Este cenário contrasta fortemente com o momento de transição anterior, no qual o governo Jair Bolsonaro entregou as contas com superávit primário.

 

Em meio a este quadro, o agronegócio, frequentemente rotulado pelo atual governo como um setor "privilegiado" ou isento de tributos, enfrenta uma crise profunda. Segundo dados de entidades do setor, os pedidos de recuperação judicial no agronegócio cresceram 61% em 2024.

 

As dificuldades do agronegócio não decorrem de má gestão do produtor, mas sim de um cenário macroeconômico adverso, imposto pelo próprio governo. O setor é estrangulado pela falta de crédito acessível (com taxas de juros proibitivas), pela alta carga tributária indireta e por problemas crônicos de logística e escoamento que corroem a margem de lucro.


Cenário

 

Adicionalmente, a queda global nos preços das commodities agrícolas pressiona a rentabilidade,

tornando a produção no Brasil extremamente difícil e arriscada. Mesmo diante desse quadro desfavorável, o agronegócio permanece como um dos pilares da economia brasileira, sustentado pela tecnologia e pelo esforço dos produtores. No entanto, se o governo persistir em políticas que penalizam o setor (como a falta de crédito, a alta tributação e a ausência de apoio logístico), o cenário de recuperações judiciais pode piorar, afetando toda a cadeia produtiva.

 

A atual condução econômica, pautada pela expansão fiscal e prioridades imediatistas, demonstra

profunda irresponsabilidade com o futuro. O governo tem transformado a solvência do Estado em moeda de troca eleitoral, ignorando alertas e penalizando setores produtivos como o agronegócio com juros altos e crédito escasso. Essa gestão não será lembrada pela estabilidade, mas sim pela aceleração da deterioração fiscal. O resultado é a certeza de que o próximo ciclo começará estrangulado, com a herança mais perigosa sendo a erosão da credibilidade na capacidade do Estado de equilibrar suas contas sem asfixiar o cidadão e a iniciativa privada com tributos.

 

Portanto, o ano de 2026 será marcado pela intensidade das complexas e necessárias mudanças advindas da reforma tributária, do debate fiscal e das manobras eleitorais. A tendência é de um aumento de gastos e promessas, o que forçará ainda mais as contas públicas. A discussão não será apenas sobre quem vencerá, mas sobre quem terá a difícil missão de conter essa sangria fiscal a partir de 2027.

 

Eduardo Berbigier é advogado tributarista, especialista em Agronegócio, membro dos Comitês Juridico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira e CEO do Berbigier Sociedade de Advogados.


Meu cachorro é carinhoso e gosta de me beijar com lambidas, mas será que eu deveria deixar?

    Divulgação


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Veterinária do Ceub explica por que o "beijo do cão" pode parecer um gesto de amor, mas esconder riscos à saúde

Redação/Hourpress

O gesto que muitos tutores interpretam como uma prova de amor, o famoso lambeijo, pode não ser tão inofensivo quanto parece. Embora as lambidas sejam uma forma natural de comunicação e afeto entre cães, elas também podem representar riscos à saúde humana. A professora Fabiana Volkweis, do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (Ceub), explica que o hábito deve ser evitado, mesmo em animais aparentemente saudáveis e com as vacinas em dia.
 
De acordo com a especialista, a lambedura é um comportamento instintivo e social, herdado dos ancestrais selvagens. Os cães lambem para expressar carinho, aliviar o estresse e reforçar laços dentro do grupo. “É uma forma de interação que remete ao convívio em matilha, onde o gesto representa respeito e vínculo”, afirmou Fabiana. Apesar disso, a veterinária alerta que não é recomendável permitir que o cão lamba o rosto, a boca ou o nariz do tutor: “A boca do cão é porta de entrada para vírus, bactérias, fungos e protozoários”.
 
Isso ocorre porque os cães realizam sua higienização por meio da lambedura, inclusive em áreas íntimas, feridas e até em locais contaminados, como poças de água e superfícies sujas. Com isso, a cavidade oral do animal pode abrigar microrganismos potencialmente perigosos. Mesmo cães vacinados não estão livres de transmitir infecções. “As vacinas protegem contra doenças virais específicas, mas não impedem o contato com parasitas intestinais, bactérias e protozoários que podem ser transmitidos pela saliva”, completou a docente do Ceub.

Tutor
 
Entre as infecções que podem ser transmitidas pelas lambidas estão bactérias, fungos, verminoses e protozoários. Um dos casos mais comuns é o da giardíase, causada por um protozoário que pode provocar diarreia intensa, dor abdominal e vômitos. “O cão pode, por exemplo, lamber o próprio ânus após defecar e, em seguida, lamber o tutor. Assim, ele acaba transmitindo parasitas e outros agentes patogênicos”, alertou Fabiana.
 
Para reduzir os riscos, a professora reforça que a prevenção começa com a higiene e os cuidados diários. A escovação dental, idealmente diária, ajuda a reduzir o acúmulo de bactérias e a prevenir doenças periodontais. O acúmulo de tártaro, segundo Fabiana, merece atenção: “As placas bacterianas podem liberar bactérias na corrente sanguínea, afetando coração, rins e outros órgãos. Cães com mau hálito, gengivas inflamadas ou perda dentária devem ser avaliados por um veterinário especialista em odontologia”.
 
Outro ponto é garantir o acesso a água potável e limpa, evitando que o animal beba de poças ou recipientes contaminados. Avaliar o caso de vermifugação também é necessário para cada indivíduo. “Ela elimina parasitas presentes no organismo, mas não impede novas infecções. Por isso, o acompanhamento veterinário é indispensável”, explicou Volkweis.
 
Carinho

Para quem tem um pet carinhoso e insistente, a veterinária recomenda redirecionar o comportamento de forma positiva. A veterinária recomenda ao tutor ignorar as lambidas e oferecer outras formas de interação, como afagos, brincadeiras e comandos de reforço. “Com o tempo, o cão aprende que o afeto do tutor não depende da lambedura e passa a expressar amor de outras maneiras, tão carinhosas quanto, e muito mais seguras”, garante a docente do Ceub.

Boom de vagas temporárias exige atenção das empresas às regras trabalhistas

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 Indústria, serviços e comércio devem contratar mais de meio milhão de trabalhadores até o Natal. Especialista em direito do trabalho alerta para cuidados legais nas admissões

Redação/Hourpress

A temporada de compras e presentes começou — e, com ela, cresce a expectativa de alta nas vendas do comércio entre a Black Friday e o Natal. Para atender à demanda, o varejo e outros setores já começaram a abrir vagas temporárias.

 

A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM) estima cerca de 535 mil contratos até dezembro, o que representa um aumento de 7,5% em relação ao ano passado. A Indústria lidera com 50% das contratações, seguida pelos setores de Serviços (30%) e Comércio (20%). Já um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil aponta que 47% das empresas pretendem reforçar suas equipes para a demanda extra do fim de ano, enquanto 22% repõem vagas por rotatividade e 20% buscam melhorar o atendimento.

 

Mas diante do crescimento das oportunidades, surge também a necessidade de atenção ao cumprimento da legislação trabalhista. De acordo com Laura Diamantino Tostes, especialista em direito do trabalho e professora da Faculdade Milton Campos – integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima – a contratação de temporários tem regras próprias, estabelecidas pela Lei nº 6.019/74, e não se confunde com os contratos por prazo determinado da CLT. “O contrato de trabalho temporário só pode ser utilizado em duas situações: para substituição de pessoal permanente ou para atender a uma demanda complementar de serviços — como as de fim de ano. Ele deve sempre respeitar o prazo máximo de 180 dias, prorrogável por mais 90”, explicou a especialista.


Obrigações


Ainda segundo Laura, o vínculo formal do trabalhador temporário é feito com uma empresa de trabalho temporário, que o cede à empresa contratante (ou tomadora), onde o serviço será prestado. Isso cria uma relação trilateral, diferente da contratação direta. “A carteira de trabalho é assinada pela empresa de trabalho temporário, mas o empregado presta serviços em benefício da empresa tomadora. A responsabilidade trabalhista é subsidiária — ou seja, em caso de ação judicial, primeiro responde a empresa contratante, e apenas se ela não puder arcar com as obrigações, a tomadora é acionada”, detalhou.


A professora ressalta que os direitos do trabalhador temporário são garantidos por lei, incluindo salário equivalente ao dos empregados efetivos, férias e 13º salário proporcionais, FGTS e seguro contra acidentes pessoais. Porém, há exceções: “A empregada gestante contratada como temporária não tem direito à estabilidade provisória no emprego, conforme entendimento consolidado pelo Tribunal Superior do Trabalho”, acrescentou Laura.

 

Outro ponto que exige atenção é a escolha da empresa intermediadora. De acordo com Tostes, a tomadora deve verificar se a empresa de trabalho temporário é idônea, possui CNPJ regular, registro na Junta Comercial e capital social mínimo de R$ 100 mil, conforme exigência legal. “A escolha equivocada pode gerar sérios passivos trabalhistas. A tomadora precisa fiscalizar se os contratos estão regulares e se os direitos dos empregados estão sendo devidamente pagos”, alertou.


Direitos

 

Quanto à saúde e segurança no trabalho, Laura enfatiza que as responsabilidades recaem sobre a empresa tomadora, já que o trabalho é prestado em suas dependências. “Ela deve garantir as mesmas condições de segurança oferecidas aos empregados fixos”, reforça.

 

Para o trabalhador, uma das grandes vantagens do contrato temporário é que ele pode ser uma porta de entrada para o mercado formal e, muitas vezes, uma chance de efetivação. “Além de ser uma oportunidade de mostrar o desempenho e conquistar uma vaga permanente, o temporário tem todos os direitos básicos assegurados, o que o diferencia do trabalho informal”, concluiu a professora.

 

SERVIÇO – Oportunidades de vagas temporárias

 

As vagas temporárias para o fim de ano estão sendo abertas em todo o país, especialmente nos setores de comércio, serviços e indústria. Oportunidades podem ser consultadas nos sites das empresas de recrutamento, plataformas de vagas e agências de trabalho temporário registradas.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Comissão aprova destinar para reforma agrária imóvel apreendido do tráfico

    Pixabay


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Assentamento precisa ter viabilidade econômica

Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4882/19, do deputado Beto Pereira (PSDB-MS), que permite destinar para a reforma agrária imóveis rurais apreendidos por uso relacionado ao tráfico de drogas. O imóvel irá para projetos de assentamentos rurais, desde que tenha viabilidade econômica e potencialidade de uso dos recursos naturais para sustentar as famílias de trabalhadores rurais.

A proposta inclui a destinação na Lei 11.343/06, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad). Atualmente, bens apreendidos podem ser leiloados, vendidos, incorporados ao patrimônio da administração pública, destruídos ou inutilizados.

O projeto aprovado tramita junto com outras duas propostas (PLs 9050/17 e 9795/18) que foram rejeitadas pela relatora na comissão, deputada Coronel Fernanda (PL-MT). O texto original, do PL 9050/17, destina para a Política Nacional de Reforma Agrária preferencialmente os imóveis rurais oriundos de atos de corrupção perdidos por empresa ou pessoa física em favor da União.

Segundo Coronel Fernanda, as outras propostas refletem um desajuste do governo para a política de reforma agrária. "Temos presenciado uma constante desvirtuação da política pública, que se volta a atender interesses escusos, deixando de lado aqueles que dela mais necessitam", disse.

Coronel Fernanda citou dados do governo para avaliar que a política de reforma agrária precisa ser revista. Já foram distribuídos cerca de 88 milhões de hectares, com a criação de 9.541 projetos de assentamento, de acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A Embrapa registra que a área plantada do Brasil totaliza cerca de 70 milhões de hectares. "Criar novos assentamentos sem olhar para os 90 milhões de hectares de terra já distribuídos é um atestado de que a política pública está a servir para a fabricação de números e para o apoio político partidário, deixando de lado o trabalhador que necessita da terra para dela retirar o sustento próprio e de sua família", disse. Segundo ela, mais do que novos assentamentos, o campo precisa de infraestrutura, assistência técnica, crédito rural e uma seleção de beneficiários.

Próximos passos
A proposta ainda será analisada, em
caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.


Dia Mundial da Alimentação: pequenas atitudes que transformam a relação com a comida

    Arquivo/Hourpress


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Gisele Pavin, head de Nutrição, Saúde e Bem-Estar da Nestlé Brasil, compartilha orientações práticas para uma alimentação equilibrada e consciente

Redação/Hourpress

O Dia Mundial da Alimentação, lembrado em 16 de outubro, é um momento para refletir sobre os hábitos alimentares e adotar uma relação mais equilibrada com a comida. Criada pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), a data chama atenção para a importância de garantir o acesso a alimentos nutritivos e sustentáveis para todos – um desafio que envolve governos, empresas e famílias.

De acordo com Gisele Pavin, head de Nutrição, Saúde e Bem-Estar da Nestlé Brasil, cuidar da alimentação é um ato de responsabilidade consigo mesmo e com o planeta. Pequenas mudanças de atitude, sejam elas no prato, na rotina e na forma de olhar para os alimentos, podem gerar grandes transformações na saúde e no bem-estar. A seguir, três caminhos possíveis para começar essa mudança hoje:

  1. Comece pelo básico: variedade e equilíbrio: Manter uma alimentação saudável não é sobre eliminar alimentos, e sim sobre encontrar equilíbrio. Apostar em refeições coloridas, com frutas, verduras, proteínas e grãos integrais, ajuda o corpo a receber diferentes nutrientes. Gisele explica que quanto mais colorido o prato, mais completo ele tende a ser, e que pequenas trocas, como priorizar alimentos frescos, já fazem diferença no dia a dia.
  2. Valorize o começo da vida e o cuidado contínuo: A boa alimentação começa cedo, ainda na gestação. A fase desde a gravidez até os 2 anos de vida da criança, é decisiva para o desenvolvimento físico e cognitivo. Investir em alimentos de qualidade nessa fase é uma forma de construir saúde para o futuro. “Mas o cuidado deve seguir em todas as etapas da vida: respeitar os sinais de fome e saciedade, hidratar-se bem e manter uma rotina regular de refeições são atitudes que fortalecem o corpo e a mente”, reforça a Head. 
  3. Pense no impacto: Escolher bem o que vai ao prato é uma forma de cuidar não só de si, mas também do planeta. Gisele destaca que refletir sobre a origem dos alimentos e evitar o desperdício são hábitos que contribuem para um futuro mais equilibrado. Valorizar produtores locais e aproveitar integralmente os alimentos são formas de promover impacto positivo e fortalecer um ciclo de bem-estar coletivo.

Neste Dia Mundial da Alimentação, a mensagem é simples: alimentar-se bem é um gesto de cuidado com o corpo, com as pessoas e com o planeta. Pequenas atitudes diárias têm o poder de transformar vidas, começando pela sua.


Brasil enfrenta queda na cobertura vacinal infantil nos últimos 10 anos

      EBC


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Especialista destaca que o cenário pode favorecer o retorno de doenças erradicadas

Redação/Hourpress

Nesta sexta-feira, (17), Dia Nacional da Vacinação, dados do Anuário VacinaBR 2025 revelam um cenário preocupante: o levantamento, elaborado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC) com apoio da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e parceria do UNICEF, aponta uma queda contínua e generalizada nas coberturas vacinais infantis a partir de 2015 — tendência que se agravou após 2020, possivelmente em função da pandemia de Covid-19.
 

Apesar de uma recuperação iniciada em 2022, nenhuma vacina infantil do Calendário Nacional atingiu as metas de cobertura do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em todos os estados em 2023. Um dos casos mais alarmantes é o da poliomielite: desde 2016 o Brasil não atinge a meta de 95% de cobertura, e em 2023 menos de 20% da população vivia em municípios que cumprem esse índice. Para efeito de comparação, entre 2001 e 2010, a cobertura variava entre 60% e 75%.
 

Para a biomédica Gabriela Maira Pereira de Assis, coordenadora e professora do curso de Biomedicina do Centro Universitário UniBH - integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima - o dado preocupa não apenas pela queda em si, mas pelas consequências a médio e longo prazo. “Quando uma doença deixa de circular por muitos anos, as pessoas tendem a acreditar que o risco desapareceu. Mas o que some não é o vírus, e sim a proteção coletiva. Baixar a guarda agora pode trazer de volta problemas que julgávamos superados”, alerta.

Como nasce uma vacina

Segundo Gabriela, o desenvolvimento de uma vacina começa na chamada fase pré-clínica, quando cientistas identificam qual parte do vírus, bactéria ou outro patógeno pode estimular o sistema imunológico, nos dando proteção contra aquele agente. Primeiro, os testes são feitos em células e depois em animais para avaliar a resposta imune e descartar reações indesejadas. Nessa etapa, também se desenvolve a formulação com adjuvantes — substâncias que potencializam a resposta do organismo. “Superada essa fase, iniciam-se as análises em humanos: na primeira avalia-se a segurança em poucas pessoas; na fase 2, o número de voluntários é ampliado e há ainda a testagem da imunogenicidade e dosagem. Já a terceira e última etapa envolve milhares de participantes para medir eficácia e segurança do imunizante em larga escala”. Concluídos os testes, um dossiê completo é submetido às agências regulatórias, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para avaliação técnica e liberação.
 

Após aprovação, a vacina entra em produção de larga escala, passa por controle de qualidade e só então chega aos serviços de saúde. “Mesmo liberada, toda vacina continua sendo monitorada. A farmacovigilância serve para identificar efeitos adversos raros, acompanhar a eficácia no mundo real e atualizar formulações quando necessário”, explica a biomédica.
 

Ainda segundo a professora do UniBH, alguns imunizantes demandam múltiplas doses para reforçar a resposta imunológica e garantir maior duração da proteção. “Algumas doenças ainda sofrem mutações, o que exige atualização periódica das vacinas, como ocorre com a gripe e a Covid”.
 

A especialista também acrescenta que o benefício da vacinação vai além do indivíduo. Isso porque quando grande parte da população está imunizada – termo conhecido como imunidade de rebanho - a circulação do vírus diminui. Nesse cenário mesmo aqueles que não se vacinaram ficam protegidos indiretamente. “A queda nas internações e mortes por doenças como sarampo, difteria, poliomielite e tétano é reflexo direto das campanhas de vacinação das últimas décadas. Quando a população deixa de se proteger, o perigo volta. O Brasil já viu isso acontecer antes. Não podemos repetir a história”.

Combate às Fake News

A biomédica reforça ser essencial ainda combater a disseminação de notícias falsas sobre as vacinas, prática que se tornou comum durante e depois da pandemia. “Entre os boatos mais frequentes está a informação de que as vacinas causam a própria doença ao invés de preveni-las, sobrecarregam o sistema imunológico, alteram o DNA e produzem efeitos adversos graves. Esses mitos, que se sustentam na falta de conhecimento e no medo, são, na verdade, um grande obstáculo que impede as pessoas de se imunizarem”.
 

A orientação, segundo a especialista, é clara: “É preciso recorrer a fontes oficiais, como o Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS), Anvisa, além médicos e profissionais especializados. Em conversas com pessoas hesitantes, o ideal é ouvir, contextualizar dados e comparar riscos reais.”

Pacientes com câncer de mama podem se afastar do trabalho pelo INSS?

    FreePik


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Entenda os critérios exigidos pelo INSS e as alternativas para quem não contribui ou enfrenta sequelas após o tratamento

Redação/Hourpress

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo que mais causa mortes entre mulheres no Brasil. Até o fim deste ano, estima-se o registro de 73.610 novos casos no país.

 

Os diagnósticos em mulheres jovens — muitas delas em plena atividade profissional — também vêm crescendo desde 2009. Naquele ano, 7,9% dos casos eram em pacientes com menos de 40 anos; em 2020, esse percentual chegou a 21,8%, um aumento de 14,8%.

 

Diante desse cenário, surge uma dúvida recorrente: pacientes com câncer de mama podem se afastar do trabalho com amparo do INSS?


Quem tem direito ao afastamento? 

De acordo com a especialista em Direito Previdenciário e professora licenciada da Faculdade Milton Campos, integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima, Dinorá Carla, para que uma paciente com câncer de mama tenha acesso a um benefício previdenciário, é necessário que seja segurada do INSS — ou seja, contribuinte da Previdência Social — ou que esteja no período de graça, conforme o artigo 15 da Lei nº 8.213/91. Esse período garante a manutenção da qualidade de segurado mesmo sem contribuições, podendo variar de 3 a 36 meses, dependendo do caso.

 

A especialista explica que o diagnóstico da doença, por si só, não garante o benefício. É preciso comprovar incapacidade para o trabalho ou para as atividades habituais. “A paciente precisa estar temporariamente ou permanentemente impossibilitada de exercer suas atividades habituais ou qualquer outra compatível com sua condição”, detalhou Dinorá.

 

Essa regra se aplica a todos os segurados, inclusive os contribuintes individuais e facultativos. Por exemplo, uma dona de casa que contribui como segurada facultativa e, em razão do tratamento, fica incapacitada para suas atividades diárias, pode ter direito ao benefício.

 

Como comprovar a incapacidade?

A incapacidade deve ser comprovada por laudos médicos e pela perícia do INSS, conforme previsto no artigo 60 da Lei nº 8.213/91 e no artigo 71 do Decreto nº 3.048/99.

 

A paciente deve apresentar exames, relatórios clínicos e atestados médicos detalhados, descrevendo o diagnóstico (com CID), o tratamento e os impactos na capacidade laboral.

 

Com essa documentação, a segurada solicita o Auxílio por Incapacidade Temporária (antigo auxílio-doença). O INSS, então, agenda uma perícia médica para avaliar o caso.

 

Em situações específicas — O exame médico-pericial poderá ser realizado com o uso de tecnologia de telemedicina ou por análise documental conforme situações e requisitos definidos em regulamento próprio que dispensa a perícia presencial. “O perito do INSS analisa a documentação e define o prazo de afastamento”, explicou a professora Dinorá Carla.

 

Quem define o período de afastamento?

O perito médico federal é quem determina o tempo de afastamento. O prazo pode ser prorrogado caso a paciente ainda não tenha condições de retornar ao trabalho ou às atividades habituais. “A prorrogação pode ser solicitada pelo aplicativo “meu INSS”, site do INSS ou pelo telefone 135. Será marcada nova perícia, e o processo pode se repetir durante o tratamento”, complementou a especialista.

 

Quem paga o benefício? 

Durante o período de incapacidade, o pagamento é feito pelo INSS, a partir do 16º dia de afastamento para segurados empregados. Os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, conforme o artigo 60, § 3º, da Lei nº 8.213/91. Nos demais casos, o pagamento é feito diretamente pelo INSS desde o início do afastamento.

 

Há estabilidade após o retorno ao trabalho? 

A legislação previdenciária não prevê estabilidade automática para pacientes com câncer. Quando o afastamento for decorrente de acidente de trabalho ou doença equiparada (art. 118 da Lei nº 8.213/91), a segurada tem garantia provisória de emprego de 12 meses após o retorno.

 

O que fazer se o benefício for negado?

Caso o pedido seja indeferido, a segurada pode apresentar pedido de reconsideração dentro do prazo estabelecido pelo INSS. Se a negativa persistir, é possível interpor recurso administrativo (art. 305 do Decreto nº 3.048/99) ou ajuizar uma ação.

 

E quanto às profissionais autônomas e MEIs? 

As contribuintes individuais e microempreendedoras individuais (MEIs) também são seguradas obrigatórias da Previdência Social, conforme o artigo 11, inciso V, da Lei nº 8.213/91. Elas têm direito aos mesmos benefícios, desde que comprovem incapacidade e qualidade de segurado.

 

E se restarem sequelas após o tratamento? 

Quando o tratamento causa sequelas que impedem o retorno definitivo ao trabalho ou às atividades habituais, o benefício pode ser convertido em Benefício por Incapacidade Permanente (antiga aposentadoria por invalidez), previsto no artigo 42 da Lei nº 8.213/91. Essa conversão depende de nova avaliação pericial.

 

Quem não contribui tem algum direito?

Pessoas que não contribuem para o INSS e não estão no período de graça podem requerer o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), previsto no artigo 20 da Lei nº 8.742/93 (LOAS). Trata-se de um benefício assistencial, não contributivo, pago a idosos e pessoas com deficiência ou doença incapacitante e em situação de vulnerabilidade social, com renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário-mínimo. “Nesses casos, é essencial comprovar tanto a incapacidade quanto a situação de vulnerabilidade econômica”, finalizou Dinorá Carla.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Como o tempo passa Moisés da Rocha

Jornal da USP


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Chega o século 21, com o Brasil Pentacampeão sob comando do técnico Felipão

 Luís Alberto Alves/Hourpress

Nesta quinta-feira (16/10) estava passando por uma rua paralela à Avenida Brigadeiro Luís Antônio, próximo à #avenida #Paulista, quando de repente olhei para dentro de um barzinho e sentado numa mesa se encontrava sentando alguém que lutou e ainda luta pela preservação da cultura popular, principalmente do samba: o radialista #Moisés da #Rocha.

O conheço há 40 anos e acompanhei durante décadas o seu programa na Rádio USP/FM, “O Samba pede passagem”, no ar desde 1978. Foi pioneiro numa época que samba não fazia parte das programações das rádios FMs. Cantores e conjuntos que tocavam esse estilo de música raramente apareciam nas rádios e programas de televisão. Só no #Carnaval e rapidamente.

Nos poucos minutos que conversamos um filme passou pela minha mente. Quantos fatos históricos aconteceram desde que “O samba pede passagem” nasceu no estúdio e mente de Moisés da Rocha. Em 1978, o Brasil perdeu a Copa do Mundo na #Argentina, mas voltou invicto para casa. Por causa o disso o técnico Cláudio Coutinho criou a frase: “campeão moral”.

Bordão

No ano seguinte o #Corinthians seria campeão paulista, contra a mesma #Ponte #Preta que havia perdido esse título no dia 13 de outubro de 1977, quando tinha um time superior à equipe de Parque São Jorge. Em 1980, no MPB Shell, festival promovido pela #Rede #Globo, o terceiro lugar entrou para galeria dos sambas inesquecíveis por causa do bordão: “se gritar pegar ladrão/não fica um meu irmão....”

Nesse mesmo ano de 1980, a banda norte-americana Earth, Wind & Fire iria sacudir os ginásios #Ibirapuera e do #Maracanãzinho com grandioso show, com direito aos vocalistas desse grupo cantar a canção “Realce” de #Gilberto #Gil em português e sem sotaque. Dois anos depois, em janeiro o Brasil perderia #Elis #Regina. Em 1984, o País seria sacudido pelo movimento das Diretas Já, reunindo multidões em diversas cidades do #Brasil.

Tancredo Neves

 Em 1985 o Congresso Nacional aprova eleições indiretas e o candidato da ditadura Paulo Maluf é derrotado pela chapa Tancredo Neves/José Sarney. Mas em abril daquele ano, Tancredo Neves não assumiria a presidência, morreu no dia 21 daquele mês. Inflação alta leva a criação do Plano Cruzado que durou pouco apesar do esforço do ministro da Fazenda, Dilson Funaro. Em 1989 no voto direto, Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta o candidato das elites, Fernando Collor de Mello. Entra para história, a manipulação do debate entre ambos pela Rede Globo.

Chega a década de 1990. A alegria de Collor vira tristeza em setembro de 1992, quando o Congresso Nacional vota o seu impeachment. Itamar Franco, o vice, assume e em junho de 1994 nasce o Plano Real, liderado pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Antes em 1º de maio daquele ano o Brasil perderia num acidente, o piloto Ayrton Senna, morto durante o Grande Prêmio de Ímola na Itália.

Mas a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, colocaria o Brasil novamente na galeria dos campeões mundiais. A alegria iria durar pouco, pois em 1998, quem ganharia esse título seria a França, com apagão do atacante Ronaldinho Fenômeno.  Chega o século 21, com o Brasil Pentacampeão sob comando do técnico Felipão e duas tragédias se tornaram terríveis marcas nesses 25 anos: a morte de 3 mil pessoas no atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 e a pandemia em 2020 com milhões de mortos em todo o mundo. Como se vê meu caro Moisés da Rocha, quanta água passou embaixo da ponte nestes 47 anos de “O samba pede passagem”.

Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Cajuísticas.

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Como saber se você quer uma carreira corporativa ou empreendedora

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Radiografia da Notícia

* Autoconhecimento é peça-chave para entender se o profissional se adapta melhor à liberdade do negócio próprio ou à previsibilidade do mercado corporativo

Redação/Hourpress

De acordo com o Sebrae, o Brasil tem hoje mais de 47 milhões de pessoas que empreendem, entre negócios formais e informais. Parte significativa desse número representa aqueles que empreendem por necessidade, diante do desemprego ou da dificuldade de recolocação no mercado, mas também profissionais que abriram um negócio por oportunidade. Esse aumento expressivo levanta uma questão fundamental: será que todos têm perfil para empreender? Para a mentora de carreiras Thaís Roque, a resposta é clara: nem sempre.
 

“Empreender exige tolerância ao risco, autonomia na tomada de decisão e disposição para lidar com incertezas constantes. Quem gosta de testar, aprender rápido com os erros e não se paralisa diante da falta de estrutura tende a se adaptar melhor ao empreendedorismo. Já quem valoriza a previsibilidade, prefere ambientes estruturados e se realiza em projetos de longo prazo pode florescer muito mais em uma carreira corporativa. Não existe um perfil melhor ou pior: existe contexto e autoconhecimento”, explicou.
 

Segundo a especialista, a decisão entre empreender ou seguir no mercado corporativo depende de uma combinação de três fatores: propósito, estabilidade financeira e estilo de vida.


Três
 

“No início da carreira, a estabilidade costuma ser determinante, já que empreender significa lidar com altos e baixos. Com a maturidade, o propósito passa a ter mais peso. E o estilo de vida funciona como um filtro: empreender pode dar liberdade, mas exige disciplina; já a carreira corporativa oferece previsibilidade, porém menos flexibilidade. A decisão nunca nasce de um único fator, mas da soma dos três”, analisou.
 

Thaís alerta também para a ilusão em torno do glamour do empreendedorismo: “A narrativa dominante mostra liberdade, ganhos financeiros e status, mas esconde as noites em claro, a solidão de liderar, a instabilidade do fluxo de caixa e a necessidade de ser um faz-tudo, principalmente no início. Empreender é menos sobre liberdade imediata e mais sobre resiliência e visão de longo prazo”, reforçou.
 

Por fim, ela lembra que o caminho entre empreendedorismo e mundo corporativo não precisa ser definitivo. “É cada vez mais comum transitar entre os dois universos. Muitos constroem bagagem no corporativo e depois empreendem; outros fazem o caminho inverso, trazendo uma visão mais estratégica para empresas após a experiência como dono do próprio negócio. O importante é entender o momento de vida e usar cada fase como trampolim para a próxima jornada”, concluiu.


 

Internet de alta velocidade via satélite chega a escolas do Pará

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* A tecnologia adotada é a LEO (Low Earth Orbit), que utiliza satélites em órbita baixa para garantir conexão rápida

Redação/Hourpress

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Divino Espírito Santo, localizada em Santarém, no Pará, é a primeira escola a receber internet de alta velocidade via satélite de baixa órbita por meio do projeto Aprender Conectado, fruto da parceria entre a Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace), Telebras e Nuhdigital. A ativação da conexão ocorreu na sexta-feira (12) e simboliza um marco para milhares de estudantes que vivem em regiões onde a fibra óptica não chega.


A tecnologia adotada é a LEO (Low Earth Orbit), que utiliza satélites em órbita baixa para garantir conexão rápida e de baixa latência, mesmo em áreas isoladas. Isso permite que escolas ribeirinhas, indígenas, quilombolas e rurais passem a ter as mesmas oportunidades digitais que instituições em centros urbanos.
 

Estamos levando conectividade para escolas que, historicamente, ficaram de fora da revolução digital. Com a tecnologia LEO, conseguimos incluir comunidades inteiras no mapa da educação conectada”, destaca Flávio Santos, diretor-geral da Eace.


Projeto
 

A iniciativa integra o projeto Aprender Conectado, que tem como meta levar internet de alta velocidade a 38 mil escolas públicas em todo o Brasil, com a meta de chegar a 18 mil unidades de ensino até o fim de 2025.
 

A Telebras, parceira estratégica da Eace no projeto, também reforça o alcance social da iniciativa. “Nossa cooperação fortalece o esforço nacional pela inclusão digital e representa um passo estratégico para reduzir desigualdades regionais na educação, garantindo que cada escola, independentemente de sua localização, possa acessar recursos digitais que enriquecem o aprendizado”, afirma André Leandro Magalhães, presidente da estatal.
 

A Nuhdigital, parceira tecnológica da operação, também reforça o alcance social da iniciativa. “A parceria com a Telebras e a Eace fortalece o esforço nacional pela inclusão digital e representa um passo estratégico para reduzir desigualdades regionais na educação, garantindo que cada escola, independentemente de sua localização, possa acessar recursos digitais que enriquecem o aprendizado”, afirmou Laerte Magalhães, CEO da empresa.
 

Mais Escolas
 

Além da inauguração da conectividade na escola Divino Espírito Santo, a programação em Santarém prevê visitas a outras duas escolas que já contam com internet do Aprender Conectado: a Emef Afro Amazonida e a Emef São Francisco. O objetivo é conhecer in loco o andamento do projeto e ouvir professores, gestores e estudantes para avaliar os impactos positivos da conectividade na rotina escolar.

Câncer de mama: Quando a reconstrução vai além da cirurgia

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* O câncer de mama é hoje o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil

Dr. Marco Aurélio Guidugli 

Outubro é rosa, mas o que está por trás dessa cor vai muito além da prevenção. Outubro é sobre histórias. Sobre silêncios, medos, perdas, mas também sobre superação, recomeços e reencontros. Todos os anos, milhares de mulheres atravessam o diagnóstico de câncer de mama e saem transformadas do outro lado. Não apenas no corpo, mas principalmente na forma como se enxergam.

O câncer de mama é hoje o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil, com uma estimativa de mais de 73 mil novos casos por ano. Só em 2023, mais de 20 mil mulheres perderam a vida para a doença. Mas felizmente, ao lado do avanço dos tratamentos, a medicina também evoluiu em outra frente fundamental: a reconstrução.

Falo aqui não apenas da reconstrução mamária como técnica cirúrgica, mas da reconstrução da autoimagem, da autoestima e, muitas vezes, da própria identidade feminina. A mulher que enfrenta o câncer de mama não sai da mesma forma que entrou. Ela carrega cicatrizes (físicas e emocionais) e, com elas, o desafio de se reconectar com seu corpo, com seu reflexo, com sua história.

Dignidade

É nesse momento que a cirurgia plástica deixa de ser apenas estética e se torna terapêutica. A mamoplastia reparadora é, antes de tudo, uma devolução: da forma, da proporção, mas também da confiança, da feminilidade e da dignidade.

Existem diferentes caminhos para essa reconstrução, todos personalizados conforme o corpo e a realidade de cada paciente. Para algumas mulheres, a reconstrução pode acontecer imediatamente após a retirada da mama, durante a própria mastectomia. Outras precisam esperar semanas ou meses, até que o corpo e a mente estejam prontos. Algumas optam por próteses de silicone, outras por retalhos de tecido retirados do próprio corpo. Existem técnicas com expansores, enxertos, reconstrução do mamilo com tatuagem médica. Cada caso é único. Cada mulher, um universo.

Mas independente da técnica, o que está por trás de cada escolha é o mesmo: o desejo de se reconhecer novamente. E é aí que entra o conceito que me acompanha em todos os anos de profissão: a Divina Proporção. Uma ideia que vai além da simetria perfeita. Falo de harmonia. De equilíbrio. De encontrar, mesmo após uma batalha tão intensa, um ponto de paz entre o corpo e a alma.

Fora

Os benefícios da mamoplastia reparadora vão muito além do espelho. Ajudam no alívio de dores físicas, como nas costas e ombros. Corrigem assimetrias. Restauram o contorno mamário após a maternidade ou a doença. Mas principalmente, devolvem a liberdade de se sentir inteira, de se olhar com carinho, de se vestir sem medo. De viver com autenticidade.

Este Outubro Rosa, convido você a enxergar essa campanha com mais profundidade. Porque falar de câncer de mama é também falar de acolhimento, de reconstrução e de pertencimento. Que possamos lembrar que, para muitas mulheres, vencer o câncer é só parte da jornada. A outra parte é se reconstruir, por dentro e por fora.

E esse processo, quando guiado com respeito, técnica e empatia, tem o poder de transformar não apenas o corpo, mas a vida.

Dr. Marco Aurélio Guidugli,  Cirurgião Plástico e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Pesquisa: Cirurgia de catarata melhora a produtividade

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Radiografia da Notícia

Pesquisa revela que para 94,7% a cirurgia com lente de foco estendido facilita o trabalho no computador e celular

Redação/Hourpress

Não tem como escapar nem da catarata que chega com a idade, nem das telas. Vivemos em uma sociedade digital. Por isso, no último congresso da ESCRES (Sociedade Europeia de Cirurgiões de Catarata e Refrativa) que aconteceu de 12 a 16 deste mês em Copenhagen (Dinamarca), a lente intraocular EDOF - em tradução livre – de foco estendido, ocupou espaço de destaque entre os congressistas. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas e membro do ESCRES, conta que o coordenador de uma pesquisa observacional apresentou aos cirurgiões o resultado de uma pesquisa realizada com 200 pacientes que receberam na cirurgia de catarata o implante de lentes “full range”. “No hospital meus pacientes têm se adaptado com bastante facilidade. Esta lente amplia a visão funcional através de uma tecnologia de transição contínua da visão de perto, intermediária e de longe.


Esta característica, ressalta, reduz o ofuscamento a visão de halos ao redor das luzes, especialmente entre pessoas com astigmatismo, erro de refração que aumenta nos maiores de 50 anos. “A idade pode causar astigmatismo pelo peso das pálpebras e por pequenas imperfeições que surgem na córnea chamadas aberrações”, explica. Para ele, esta lente veio para ficar. Recentemente, conta, operou uma paciente com 6 graus de hipermetropia e 2 de astigmatismo com uma full range. “Em menos de 24 horas depois da cirurgia no primeiro olho já estava lendo bem e com ótima visão à distâncias”, afirmou satisfeito.

 

Resultado da pesquisa

Entre os participantes da pesquisa apresentada no ESCRES a maioria afirmou ter pouca ou nenhuma necessidade de usar óculos.

  • Para 96,8% a visão de longe passou a dispensar o uso de óculos, inclusive na condução de veículos durante a noite;
  • Para 94,7% a visão intermediária ficou mais nítida e passaram a ter mais facilidade para trabalhar no computador, usar o celular, enxergar o painel do carro;
  • Para 58,9% a visão de perto continuou precisando de óculos para ler textos em letras miúdas, como por exemplo, bulas.

 

Indicações e Contraindicações

Para Queiroz Neto o resultado desta pesquisa dá um claro sinal de que a lente de foco estendido não é indicada para cirurgiões, dentistas, relojoeiros, pilotos e outras atividades que exigem visão precisa as principais indicações são: atividade intensa nas telas, baixo astigmatismo e outras condições que aumentam a fotofobia. As contraindicações são: degeneração macular relacionada à idade e outras comndições na retina ou mácula, olho muito seco, glaucoma, astigmatismo muito elevado e opacidades na córnea.

 

Outros tipos de lente intraocular

O oftalmologista afirma que a catarata também pode ser corrigida com lentes monofocais que corrigem muito bem a visão à distância e são indicadas para quem não se incomoda em usar óculos. As lentes monofocais, bem como as EDOFs e as multifocais podem ser do tipo tórica para quem tem astigmatismo moderado ou grave. Queiroz Neto afirma que a escolha da lente é feita em conjunto com o oftalmologista e um momento crucial do tratamento. Isso porque não é recomendada a troca de lente intraocular.

 

A cirurgia

A cirurgia é um procedimento altamente seguro. Uma prova disso é a conclusão de um estudo em que a cirurgia de catarata foi considerada mais segura que o uso de lente de contato pelo Cochrane, repositório de Medicina Baseada em Evidências. É iniciada com a instalação de um colírio anestésico, incisão de 2 mm no canto da córnea, aspiração do cristalino e introdução da lente intraocular que é inserida dobrada no olho para se abrir no mesmo local onde se apoia o cristalino. A cirurgia dura em torno de 10 minutos

 

Sintomas

“A catarata como praticamente todas as doenças oculares e sistêmicas - Passa despercebida no início”, pontua. Por isso, a consulta periódica, uma vez ao ano ou a cada 18 meses deve ser realizadas. Os sintomas mais evidentes da catarata são: Troca frequente do grau dos óculos; Visão embaçada; Aumento Dificuldade para dirigir ou caminhar à noite; Perda da visão de contraste e profundidade e até insônia pela menor entrada de luz no globo ocular.

 

Prevenção

As dicas do médico para adiar a catarata são:

  • Usar lente com proteção UV (ultravioleta) nas atividades externas.
  • Proteger os olhos da luz azul invisível emitida pelos equipamentos eletrônicos.
  • Controlar o consumo de sal que forma depósitos no cristalino evitando carnes embutidas, saleiro na mesa e sopas prontas.
  • Controlar os níveis de glicose e colesterol com exames de sangue.
  • Evitar cigarros e bebidas alcoólicas.
  • Dormir de 6 a 8 horas/noite.