domingo, 11 de maio de 2025

A dor de não ser mãe



 Radiografia da Notícia

Mas onde há desejo, há esperança

* Existe também o silêncio de quem espera

* Em muitos casos, a tentativa se estende por anos 

Redação/Hourpress

O Dia das Mães pode ser um lembrete doloroso para muitas mulheres que ainda não realizaram o sonho da maternidade. Em meio a celebrações, flores e homenagens, existe também o silêncio de quem espera, de quem tenta, de quem ainda não conseguiu. A infertilidade, que atinge cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva, é mais comum do que se imagina — e pode vir acompanhada de sentimentos profundos como frustração, ansiedade e solidão.

Mas onde há desejo, há esperança. E é justamente sobre esse futuro possível que a Dra. Carla Iaconelli, ginecologista e especialista em Reprodução Humana, conversa conosco nesta data tão simbólica. “A medicina reprodutiva tem avançado significativamente, oferecendo alternativas reais para quem deseja ter um filho”, afirma a médica.

O impacto emocional do diagnóstico

Receber a notícia de que engravidar naturalmente pode ser difícil é um choque para muitas mulheres. Dra. Carla explica que, em muitos casos, a tentativa se estende por anos sem sucesso ou explicação clara. "As causas da infertilidade são diversas e podem estar tanto no corpo da mulher quanto do homem, ou ainda em fatores combinados", disse.

Entre os motivos mais comuns estão:

  • Baixa reserva ovariana ou falência ovariana precoce

  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

  • Endometriose

  • Alterações nas trompas de falópio

  • Problemas na qualidade ou quantidade dos espermatozoides

  • E até mesmo a infertilidade sem causa aparente (ISCA), quando todos os exames estão normais, mas a gravidez ainda não acontece.

Novos caminhos, novas possibilidades

A boa notícia? Existem caminhos. Tratamentos modernos, cada vez mais acessíveis, têm permitido que milhares de mulheres e casais realizem o sonho da maternidade. A Dra. Carla reforça: “Cada caso é único e precisa ser avaliado individualmente, mas temos várias estratégias eficazes à disposição”.

Entre as opções mais indicadas estão:

✔ Indução da ovulação e coito programado
Para mulheres com ciclos irregulares, esse tratamento estimula a liberação de óvulos, aumentando as chances de fecundação natural.

✔ Inseminação intrauterina (IIU)
Os espermatozoides são inseridos diretamente no útero, facilitando a fecundação. É indicado em casos leves de infertilidade.

✔ Fertilização in vitro (FIV)
Neste método mais avançado, óvulos e espermatozoides são fertilizados em laboratório. Depois, os embriões são transferidos para o útero.

✔ Ovodoação
Ideal para quem tem baixa reserva ovariana ou não produz óvulos saudáveis. Os óvulos são doados por outra mulher e fertilizados com o sêmen do parceiro ou de um banco.

✔ Útero de substituição
Quando a gestação não é possível, outra mulher — familiar ou conhecida — pode gerar o bebê.

✔ Preservação da fertilidade
Mulheres que ainda não desejam engravidar, mas querem garantir a possibilidade futura, podem congelar seus óvulos.

Maternidade: muitas formas de amar

Para Dra. Carla, mais do que um estado físico, a maternidade é uma construção afetiva. “O amor de mãe não depende da genética, mas do vínculo, do cuidado, da entrega”, destaca. E lembra: não há um único jeito de ser mãe. Pode ser por meio dos tratamentos de reprodução assistida, da adoção ou de outras jornadas possíveis.

Neste Dia das Mães, fica o convite para acolher todas as formas de maternar — inclusive aquelas que ainda estão em processo. “A maternidade não é uma linha reta. Cada caminho até ela é válido e especial. E, se você está enfrentando desafios, saiba: não está sozinha. A medicina reprodutiva está aqui para transformar a esperança em realidade”, finalizou a Dra. Carla Iaconelli.


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