De correr atrás de boas informações, às vezes colocando em
risco a própria vida
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Campo de concentração de Auschwitz, Polônia, onde milhões de judeus foram executados por nazistas
Luís Alberto Alves/Hourpress
O recente elogio do influencer digital #Monark a respeito da legalização de um partido #nazista no Brasil revela que
Jornalismo não é para amadores, mas para #profissionais.
Por isto que este tipo de trabalhador precisa gostar de ler a respeito de tudo,
principalmente história.
Não há diferença, entre prestar serviço em televisão, rádio,
jornal, revista ou portal de notícias. A regra válida é o profissionalismo.
Mesmo após o ministro do #STF
(Superior Tribunal Federal), #Gilmar
Mendes, ter derrubado a exigência de diploma universitário para o exercício
dessa profissão, os recentes absurdos mostram a loucura que é colocar um
microfone diante de alguém despreparado.
Nos últimos anos, o mercado publicitário picado pela mosca
das #redes sociais resolveu despejar
dinheiro em cima dos #influencer digital,
por causa dos supostos milhões de seguidores que eles têm, visando
transformá-los em possíveis consumidores.
A maioria desse pessoal não tem cacife para falar a respeito de vários
assuntos, com credibilidade!
Justiça
São apenas curiosos. Desconhecem as diferenças de partidos
políticos de esquerda, direita, centro, extrema-esquerda, extrema-direita e até
mesmo anarquismo. Confundem #democracia com bagunça. Na ótica
deles, hoje se pode falar de tudo, sem sofrer processos na #Justiça. Afinal, de contas imaginam que a livre expressão de
opinião é passaporte para qualquer tipo de absurdo.
Diante de um microfone ou câmera do celular, os #Monarks da vida abrem as bocas para
despejar a sua incompetência diante de milhões de internautas. Igual comida
fast food, o que vale, na ótica desses desocupados, é fazer determinado assunto
explodir nas #redes sociais, com
milhões de likes, para satisfação do ego pessoal. É neste comportamento estranho
que pulam no abismo da ignorância.
A regra é atacar. Não escapa ninguém! Político, economista,
empresários, evangélicos, negros, mulheres chefe de família, sindicalistas,
muçulmanos e agora judeus. Há poucos anos
a revista francesa #Charlie Hebdo,
em nome da liberdade de expressão, resolveu publicar uma charge insultando #Maomé, profeta do islamismo. Seria o
mesmo de atacar os cristãos, com uma charge de #Jesus Cristo.
Qualidade
O tempo fechou para os editores da #Charlie Hebdo. Por falta de tempo nos bancos escolares e leitura
de bons livros, atualmente qualquer cabeça de bagre pode abrir um canal no #YouTube e despejar em nossos olhos e
ouvidos conteúdos de péssima qualidade. Julgam-se os donos da verdade. Como
nunca sentiram na pele a perseguição de regimes ditatoriais, inclusive com o
risco de perda da própria vida sob tortura, se consideram acima do bem e do
mal.
Dentro de uma redação existem profissionais responsáveis para
checagem de informações. Em obediência à lei, não se publica nome, nem foto de
criança e adolescente envolvido em notícias de Segurança Pública, assim como
ninguém é culpado antes de passar pelo crivo da Justiça, dai o uso das palavras
“suspeito” e “Acusado” nos títulos e textos deste tipo de matéria.
Por questão de bom senso, bons #jornalistas não revelam os nomes de testemunhas em suas
reportagens. Assim como não se publica imagens de mulheres vítimas de violência
sexual, nem muito menos apresenta vídeo com a voz natural delas. Mesmo com
esses cuidados, nós jornalistas nunca esquecemos da barbaridade que foi o caso #“Escola de Base”. Por causa de um
delegado irresponsável, uma família teve sua vida empresarial e pessoal
destruída.
Sensatez
#Monark é o exemplo do absurdo que impera na
internet, onde milhões de seguidores são sinônimo de confiabilidade. É o mesmo
de dizer que o narcotráfico gera postos de trabalho com atividade criminosa. O
mercado publicitário precisa rever a sua postura. Qual a preferência? #Jornalismo responsável ou a loucura de
espalhar notícias sem qualquer embasamento histórico e político?
Alguém ignorar o flagelo que foi o #nazismo é o mesmo de dizer que a água do mar é doce, em vez de
salgada. Não vale a desculpa que sofreu assédio moral no trabalho. É papo
furado. #Monark precisa retornar aos
bancos escolares e aprender, principalmente história. Depois conhecer os
fundamentos clássicos do bom jornalismo.
Ao contrário do que aparece em novelas e filmes, não é uma
profissão cheia de glamour. Pelo contrário, é muito sacrifício. De correr atrás
de boas informações, às vezes colocando em risco a própria vida, como aconteceu
com o repórter Tim Lopes, assassinado em 2002, quando realizava o seu trabalho
num morro do Rio de Janeiro. Que #Monark
e fãs do seu pseudo trabalho parem de brincar de fazer jornalismo. Deixe isto
para os profissionais!
Luís Alberto Alves, jornalista há 35 anos, editor do blogue
Cajuísticas.
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