sábado, 26 de janeiro de 2019

Chacina ambiental em Brumadinho (MG)





É preciso agir com responsabilidade e punir rigorosamente os envolvidos


*Luís Alberto Alves/Hourpress

O rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, é um dos maiores acidentes ambientais da história. Mais de 400 mortos, porque dizer em desaparecidos é eufemismo. A violência do impacto da enxurrada de detritos de minérios derrubando tudo que encontrou pela frente, inclusive levando parte de uma ponte por onde passava uma via férrea, usada para transporte de material.

Escrevo chacina ambiental por causa do grande número de vítimas fatais. Mas e o papel dos governos federal e estadual nesta história? É de irresponsabilidade. Trabalhei vários anos como assessor ambiental e cansei de participar de reuniões ministeriais, onde problemas graves, como contaminação por mercúrio, por exemplo, era tratada com desdém. Diversos encontros para chegar ao final do ano, sem nenhuma solução.

O ingrediente mais daninho nesta história é o poder do capital financeiro. Muitas vezes usado para silenciar ou dificultar laudos mais criteriosos para liberação de projetos que ameaçam o meio ambiente. Pior do que perder bens materiais, são famílias que perderam filhos, filhas, maridos, esposas, pais e mães. Quanto custa a vida humana? Não tem preço!

O mais terrível nesta história de terror são autoridades ambientais profetizando que o rompimento da barragem de Brumadinho era tragédia anunciada. Questão de dias ou meses para a fatalidade virar realidade. Mas como sempre ignorada pelos governantes. Sempre quando ocorre qualquer denúncia anunciando grandes desastres, nunca se leva a sério. Agora é não chorar o leite derramado.

Cabe o governo federal deixar no arquivo morto a proposta de suavizar as regras para liberação de projetos ambientais, facilitando o grande capital. Meio ambiente não é frescura, como os integrantes do governo Bolsonaro anuncia. É preciso agir com responsabilidade e punir rigorosamente os envolvidos. Do contrário, é esperarmos pela próxima tragédia.

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!







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