quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Ano-novo com sabor de velho




Uma posse com 12 mil policiais não é sinônimo de alegria


Luís Alberto Alves/Hourpress

A posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL) mostrou que o Brasil está em 2019, mas com a cabeça na década da ditadura que se acabou em 1985, porém ameaça retornar velozmente. Uma posse com 12 mil policiais não é sinônimo de alegria. É algo triste. Igual casamento de obrigação, como ocorria nos sertões deste imenso país, quando o homem engravidava a namorada  e era forçado a casar-se ou perdia a vida.

O discurso raivoso contra outras tendências políticas. A ordem de que o extermínio será a palavra de ordem, ao liberar o porte de arma, aumentando a violência, que já é grande. Os valentões de plantão não aceitarão pacificamente levar qualquer fechada no trânsito e descerão dos seus carros de revólver em punho para mostrar que são “machos”. Qualquer atrito dentro de casa poderá acender o estopim da bomba guardada no formato de arma de fogo dentro do guarda-roupa.

Neste novo governo, os gestos são do passado, da triste época em que os militares colocaram o bloco na rua para saírem de cena em 1965 e só 20 anos depois voltaram aos quarteis, de onde nunca deveriam ter colocado os pés para fora. Não é aconselhável administrar uma nação alimentada pelo ódio. É preciso temperança. Até na família é preciso pisar no freio várias vezes. Ferro e fogo não funcionam. Só aumenta o ódio.

Quanto à população, é preciso permanecer de cabeça erguida. Não deixar o desânimo abater. De um solitário limão, encontrar versatilidade para encher a jarra com delicioso suco, tomando o cuidado de não apagar o sabor desta fruta. Ou seja, é preciso apresentar propostas viáveis para o sonho não parar na galeria da utopia. Afinal de contas, o erro de todo esperto é pensar que a maioria é burra. Feliz 2019 para todos nós!

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!




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