A situação das Americanas é parecida com a do Mappin, primeira loja de departamentos fundada em 1913
Troad
Luís Alberto Alves/Hourpress
Se os donos das Americanas olhassem para o túmulo onde está
sepultada as lojas Mappin, prestariam atenção ao que está escrito na lápide:
“Você será amanhã, o que sou hoje”. Quando o executivo Sergio Rial pulou do
barco da presidência das Americanas no dia 11 de janeiro, ao descobrir um rombo
de R$ 20 bilhões relacionados a dívidas com fornecedores, sentiu algo de podre
na contabilidade da empresa.
Ao voltar no tempo, em 1999, a situação das Americanas é parecida
com a do Mappin, primeira loja de departamentos fundada em 1913, por dois
britânicos, inovadora no mercado de varejo, inclusive lançando a jornada de 8
horas de trabalho por volta de 1917. Porém fraudes e endividamento gigantesco
acenderam o estopim de sua falência.
Mappin
O problema do Mappin começou quando a acionista majoritária,
Cosette Alves, em 1996, caiu na lábia do golpista Ricardo Mansur, que lhe fez proposta
estimada entre US$ 20 milhões e US$ 25 milhões (algo em torno de R$ 100 e R$
125 milhões em valores de hoje) para
adquirir a empresa. Três anos depois, Mansur quebrou o Mappin e a Mesbla
e devia no mercado US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 9,4 bilhões em valores de hoje).
Ele deu calote em funcionários, investidores, Receita Federal e
governos estaduais. Em 2011, a Justiça condenou Mansur em dois processos
criminais a pena de 11 anos e meio de prisão por gestão fraudulenta. Um dos
donos das Americanas é o bilionário Jorge Paulo Lemann, 82 anos, atualmente o
homem mais rico do Brasil, com fortuna avaliada em R$ 72 bilhões. Até agora ele não se pronunciou para dizer
como este problema será resolvido. Será que as Americanas vai repetir a
tragédia do Mappin?
Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Cajuísticas
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