segunda-feira, 7 de março de 2022

Putin trata a Ucrânia como marido troglodita


 Só ingênuos para acreditar que o ditador Vladimir Putin não deseja ressuscitar o império soviético

     Ministério Relações Exteriores Ucrânia

Bomba de 500 kg lançada em 3 de março sobre um prédio residencial na cidade de  Chernihiv

Luís Alberto Alves/Hourpress

 O ditador Vladimir Putin trata a Ucrânia, não como nação independente, mas como se fosse extensão da Rússia, sem nenhum direito de decisão. Ele deixou bem claro isto ao propor mudança na Constituição daquele país, garantindo que nunca vá entrar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), União Europeia ou outro tipo de bloco.

 Que a Ucrânia reconheça a Crimeia (invadida pelos russos em 2014) como um território russo, além de fazer o mesmo em relação às repúblicas separatistas da região de Donbass (Donetsk e Lugansk). E suas forças armadas se rendam.

 Destaco que a Ucrânia tinha o terceiro maior arsenal nuclear do mundo na década de 1990, quando fazia parte da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Ao proclamar a sua independência em 1991, assinou o Memorando de Budapeste, assegurando a devolução das ogivas nucleares à Rússia, que manteria e controlaria as armas nucleares soviéticas.

 Mar Negro

Nesta engenharia política trabalharam Estados Unidos, Rússia e Reino Unido para desnuclearizar a Ucrânia. Ela era parte estratégica da então URSS e segunda mais populosa de suas repúblicas. Além de concentrar grande parte da produção agrícola, industrial e dos aparatos militares da região, incluindo a Frota do Mar Negro e parte do arsenal soviético.

 O governo ucraniano abriu mão de suas ogivas nucleares com garantias de que o país nunca seria atacado e suas fronteiras seriam respeitadas. Foi este acordo que o presidente Volodymir Zelensky tentou invocar para evitar uma invasão russa, que acabou ocorrendo em 24 de fevereiro.

 O Memorando de Budapeste marcou a adesão da Ucrânia ao Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares. Ao assinar este documento com a Ucrânia, o Reino Unido, Estados Unidos e a Rússia declararam suas obrigações de respeitar a independência, a soberania e integridade territorial ucraniana. A França e a China forneceram garantias semelhantes em cartas separadas, segundo a Ucrânia.

Mulher

Este tipo de comportamento é semelhante, descontadas proporções, ao marido violento que vive agredindo a esposa, diante das imposições da Justiça de manter distância de sua mulher, além de respeitar a sua integridade física e moral. Para evitar mais complicações, ele aceita as condições estipuladas pela Justiça.

Porém na prática não é isto que acontece. Continuam as ameaças, agressões e até o desfecho trágico finalizando com o assassinato de sua esposa.  São promessas que permanecem no papel. No mundo da geopolítica ocorre o mesmo. Só ingênuos para acreditar que o ditador Vladimir Putin não deseja ressuscitar o império soviético que durou de 1922 a 1991.

Como os ucranianos foram enganados uma vez, provavelmente recusarão esta proposta indecente. Caso abaixe as armas, todos morrerão fuzilados ou presos até o final da vida. Neste caso, cabe às Forças Armadas ucranianas lutarem até fim, mesmo que seja derrotadas, mas apostando na liberdade. Do contrário viverão como escravos.

Luís Alberto Alves, jornalista e editor do hourpressrario.com

 

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