quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Trabalhadores em situação de escravidão são resgatados no interior do Maranhão

    DPU

Trabalhadores resgatados viviam em condições degradantes

Ministério Público do Trabalho, Auditores Fiscais e Policia Militar participaram da ação

Redação

Entre os dias 11 e 22 de outubro, a Defensoria Pública da União (DPU) integrou o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), que verificou a denúncia da existência de trabalhadores em condições análogas à escravidão no município de Balsas, no interior do Maranhão. A ação resgatou 25 trabalhadores e obteve o pagamento de cerca de R$ 100 mil em verbas trabalhistas.

Foram fiscalizados três locais, nos quais os trabalhadores resgatados viviam em condições degradantes, não possuíam equipamentos de segurança, tinham pouco acesso à comida e eram impedidos de sair.

No primeiro, a equipe encontrou uma fazenda com seis trabalhadores que faziam alojamento para carvoarias. Estavam instalados em barracos de lona, sua alimentação era feita em fogueiras e só podiam tomar banho num rio do qual também tiravam água para beber e cozinhar.

No segundo local fiscalizado, foram regatados coletores de pequi, que também estavam instalados em situação precária numa fazenda.

Já no terceiro local, os trabalhadores estavam em uma área que seria de construção civil, mas que, na verdade, era um alojamento para carvoarias, nas quais trabalhavam em situação análoga a de escravidão.

Além da Defensoria Pública da União, participaram da operação o Ministério Público do Trabalho, auditores fiscais e a Policia Militar do Maranhão.

A DPU foi representada pela defensora pública federal Tarcijany Linhares Aguiar. "A atuação da Defensoria Pública da União é de suma importância nessas ações de combate ao trabalho escravo. Primeiro, porque dá uma maior segurança aos trabalhadores que estão naquela situação degradante. Em segundo lugar, porque garante que as verbas serão pagas pelo empregador. A atuação da DPU garante que as indenizações individuais sejam concedidas aos trabalhadores, em razão da situação precária na qual eles são obrigados a viver nesses locais que são fiscalizados", ressaltou.

Ainda segundo a defensora, além do suporte jurídico, a operação também fornece suporte psicológico para que esses trabalhadores consigam ter a confiança para conversar e desabafar sobre o que passaram. "A DPU também faz a ponte entre o trabalhador e os CRAS que vão receber essas pessoas resgatadas e fazer a sua inserção em programas assistenciais disponibilizados para essa população super carente", destacou.

Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê, pelo link ipe.sit.trabalho.gov.br .


sexta-feira, 15 de outubro de 2021

O flagelo do #desemprego

    

Luís Alberto; "o desemprego tortura o seu emocional, fere a sua alma"



Como torturador, ele vai te aniquilando aos poucos

*Luís Alberto Alves

A tortura física machuca a carne, como bem sabem os #presos políticos que sofreram este martírio durante o #regime militar que esteve no poder entre 1964/1985. O #desemprego agride a alma, joga a autoestima para baixo, violenta a mente 24 horas, todos os dias, com pensamentos de incapacidade e até mesmo de #suicídio.

Imagine um #maestro sem orquestra para reger? Um #general sem batalhão para comandar? #Médico cirurgião impossibilitado de fazer qualquer tipo de operação? #Professor sem alunos para transmitir os conhecimentos que absorveu durante anos de vida acadêmica? #Motorista de ônibus sem este veículo para transportar passageiros? Diretor de empresa sem nenhum funcionário para delegar tarefas? #Jornalista sem redação para escrever as suas matérias?

O #desemprego retira os teus pés do chão. Não importa a competência. Os inúmeros cursos de #qualificação e requalificação, o domínio de outros #idiomas, a experiência acumulada nos vários anos de mercado. Como torturador, ele vai te aniquilando aos poucos. Primeiro retira, lentamente, o dinheiro das verbas rescisórias, depois a tua paz, mexendo profundamente na saúde.

Metas fixadas

Você se deita na esperança de dormir, mas não consegue. As preocupações invadem os teus pensamentos: “já venceu o #cartão de crédito, chegou também a #conta de luz, de #gás, de telefone, o #IPTU,o #IPVA, condomínio, mensalidade da escola dos filhos. Final de semana precisa ir ao mercado para comprar alimentos...” A insônia vira parceira de cama, por mais que esteja cansado.

A nostalgia costuma entrar no coração do #desempregado. Ali, ela coloca o #combustível que sobe para o cérebro e logo você começa a relembrar dos tempos de bons trabalhos. A chegada de manhã, na segunda-feira, as reuniões, as metas fixadas pela diretoria naquela semana, os projetos para concluir no mês. O bate papo durante o almoço, as viagens a trabalho, os negócios concluídos...

Lembra-se dos #finais de semana, do clima que invade, principalmente os #escritórios, nas tardes de #sextas-feiras, anunciando o começo da noite, quando geralmente diversos funcionários vão aos bares para beber e conversar sobre o que aconteceu durante a semana. Enfim, recurso utilizado como terapia. Outros procuram chegar logo em casa, driblando congestionamento, ou mesmo a superlotação do #Metrô e trens...

Primeiras discussões

Outra marca cruel do #desemprego é abalar o sistema nervoso de quem engrossa o triste time dos mais de 14 milhões de brasileiros sem trabalho. Nos primeiros meses, com ajuda do #seguro-desemprego e da grana das verbas rescisórias, estes focos de incêndios são debelados. Mas como #dinheiro acaba rápido, logo surgirão as primeiras discussões domésticas com o corte de despesas: “menos tempo no #chuveiro, leite de caixinha de menor preço, assim como #arroz, #feijão, #carnes bovinas menos nobres, coxa e sobrecoxa de frango no lugar de peito, iogurte de grife fora da lista de compra, almoçar fora de vez em quando”....

Viajar nos #feriados prolongados vira carta fora do baralho. #Roupas e sapatos de marcas finas também sairão da lista de futuras compras, claro, quando aparecer algum #dinheiro extra. Filhos #adolescentes, por causa desta fase de idade, não compreenderão, e começarão a bater de frente com você e sua esposa. Afinal, para eles dinheiro é fácil de ganhar. Nunca trabalharam e suaram a camisa para obter o salário do mês.

Em nome do bom senso, o #desempregado procura, na maior parte do tempo, se manter em silêncio. Porém, a dor interior, de sentir o coração pegando fogo, a garganta seca, e até as idas ao banheiro para fazer xixi e ele demorar a sair ou mesmo nem acabar expulso do seu corpo, vai te machucando. Os teus vizinhos e parentes começam a bisbilhotar a sua vida. Perguntam se está de #home office em casa. O carro parado a maior parte do tempo na garagem é a senha de que você virou alvo do #desemprego.

Chama de fazer amor

O prazer é outro alvo atingido pela falta de trabalho. Quando você se encontra na ativa, fica contando nos dedos as horas para chegar em casa, tomar banho, jantar e logo matar a saudade junto da mulher que jurou, diante de um altar, amar até o final da vida. Quando o #dinheiro é farto na conta corrente, as barreiras não resistem aos bons presentes. Como você fica a maior do tempo dentro de casa e vê a esposa amada assumindo as tarefas, que antes estavam sob o teu comando, o emocional sentirá o baque.

Mesmo nas #noites de frio, embaixo dos bons cobertores que ainda resistem no guarda-roupa, o tesão diminui. Não por falta de amor, mas pelas preocupações. É o sentimento de #inferioridade que atinge todos os homens #desempregados. Nem o beijo, outrora caliente, é capaz de acender a chama de fazer amor com aquela mulher que entrou em sua vida para nunca mais sair.  Não! Ela não deixou de ser gostosa. Pelo contrário, continua ótima, mas o teu emocional ficou de freio de mão puxado!

Igual lutador de #boxe acuado no canto do ringue, o #desempregado é golpeado pelas respostas negativas das inúmeras empresas que receberam o seu #currículo. Outras vezes, são os gerentes de #RH afirmando que o seu #currículo é muito rico, não é válido para preencher aquela vaga. Você fica envergonhado de ligar para os amigos em busca de trabalho. Começa a se tornar refém da #depressão. Deixa de acreditar no seu próprio potencial. Caso tenha passado dos 40 anos, imagina que o fim da linha chegou. É o delírio do flagelo no deserto do #desemprego.

*Luís Alberto Alves, jornalista há 34 anos, atualmente #desempregado, após trabalhar, como repórter, editor, secretário de redação e editor-chefe, assessor de imprensa. Nesta trajetória esteve em empresas como #Diário Popular, #Imprensa Oficial do Estado de SP, Folha da Tarde (atual #Agora SP), #Folha Metropolitana, #Metrô News, #CNTQ, #Sindiquímicos Guarulhos, #Força Sindical Ambiental, #TruckMotors, revistas técnicas de construção civil, segurança do trabalho, noivas, portais de notícias, assessoria de meio ambiente.

Atualmente os seus sete blogues, juntos eles têm 1,6 milhão de visualizações. Neste espaço estão matérias sobre Música, Política, Gospel Music, Automóveis, Notícias e Artigos. Alguns deles são mais lidos no Exterior, principalmente Estados Unidos e Europa.

Contato p/propostas de trabalho: Whatsapp (11) 95691-4434, e-mail lusalbertoal@gmail.com

 

 

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Inflação: dragão adormecido acorda e aterroriza pobres

    Agência Brasil 

Os preços dispararam no comércio, enquanto o salário continuam estagnado

Não é possível mais se esconder atrás de desculpas esfarrapadas

*Luís Alberto Alves

Desde 1994, época do lançamento do #Plano Real, o dragão da #inflação reduziu o tamanho de suas chamas. Em algumas vezes, elas nem saiam de sua boca. Os #preços no comércio demoravam em sofrer reajuste. Era visível o poder de compra. Seja na feira, no supermercado ou mesmo dentro das lojas, a #inflação não dava as suas caras.

Hoje, o quilo do #tomate é comercializado a quase R$ 13,00. Nas # feiras livres, o maço da #couve manteiga chega a R$ 5,00; o da #alface crespa atinge R$ 4,00. O saco de #arroz de cinco quilos não é encontrado por menos de R$ 18,00. O #combustível disparou de vez. Em vários postos do Rio de Janeiro o etanol é vendido a mais de R$ 5,00 o litro.

Desemprego

Não é possível mais se esconder atrás de desculpas esfarrapadas: a  #inflação retornou e com fôlego redobrado. No acumulado de 12 meses, setembro/2020 a setembro/2021, medida pelo #IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), setembro registrou 10,05%. O litro de leite de caixinha, só é encontrado acima de R$ 3,80. Em alguns supermercados, as marcas mais simples, têm preços de R$ 4,50.

Como o que ruim pode ficar pior, de acordo com o ditado popular, a taxa de #desemprego não para de subir. Portanto, no mesmo prato, o brasileiro tem #inflação e falta de #trabalho andando juntos. Não precisa ser mestre em economia para saber que o #dinheiro só entra na conta corrente quando alguém trabalha.

Na ausência dele, a #fome marcará presença dentro da casa de milhões de #brasileiros. Haja vista, o grande número de pessoas que acampam na porta dos #supermercados pedindo que alguém compre o quilo de feijão e arroz para saciar a fome dos filhos. Infelizmente, o #Brasil está sentado em cima de uma bomba relógio chamada “convulsão social”. Cabe ao bom senso dos governantes impedirem a sua explosão.

*Luís Alberto Alves é jornalista e editor das Cajuísticas.

 

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

pesquisa traça perfil do jovem brasileiro

 

Pesquisa traça uma radiografia do jovem brasileiro

Valores como solidariedade, tolerância e generosidade estão em baixa entre os entrevistados

Redação/Hourpress

O que pensa o jovem brasileiro sobre política, religião, família e outros temas do nosso dia a dia? Quais são seus maiores medos e preocupações? A Fundação SM, por meio do seu Observatório da Juventude na Ibero-América (OJI), e em parceria com pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e da Universidade do Estado do Rio (UERJ) lançam, nesta sexta-feira (8) a "Pesquisa Juventudes no Brasil", um documento que analisa as percepções e realidades dos jovens brasileiros, com foco na participação sociopolítica, valores, autopercepção, perspectivas de futuro, cultura, religiosidade, migrações, diversidade, igualdade de gênero, além do impacto das tecnologias nas relações e nos hábitos de consumo.

Coordenada pelo Observatório da Juventude na Ibero-América (OJI), a pesquisa é a seção brasileira de uma investigação mais ampla em nove países ibero-americanos. Além do Brasil, o estudo foi realizado em Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, México, Peru e República Dominicana. Foram entrevistados pessoalmente 1.740 jovens, entre 15 e 29 anos, residentes nas cinco regiões do Brasil.
Entre os resultados apontados, destaca-se o grau de importância da família, das condições de saúde e educação e o desprestígio com a política. De acordo com a pesquisa, 60% dos jovens não consideram as discussões políticas algo vultuoso no dia-a-dia. Também são no campo político os maiores índices de desconfiança nas instituições: 82% dos jovens ouvidos não confiam nos partidos políticos, Congresso Nacional (80%), governo (69%) e Presidência da República (63%). Para 73% dos entrevistados, é em casa, com a família, onde são ditas as coisas mais importantes.
Felicidade e lealdade

O estudo mostra também que a característica que mais identifica os jovens é a de serem "preocupados demais com sua imagem" (44%), seguida por "rebeldia" (42%). Valores como solidariedade, tolerância e generosidade estão em baixa entre os entrevistados, e quase um terço deles afirma viver focado unicamente no presente. A tristeza, depressão e ansiedade marcam o grupo de entrevistados, pois apenas um quarto (25%) acha que ser alegre ou feliz caracteriza a juventude. E somente 19% dos jovens ouvidos se consideram leais às amizades.

A mulher no mercado de trabalho

A pesquisa também abordou a diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Para 55%, os salários das mulheres são piores do que o dos homens e 50% acreditam que é mais difícil para as mulheres arranjar emprego. Sobre o crescimento profissional, 47% dos entrevistados consideram ser mais difícil para as mulheres obterem uma promoção e quase metade (48%) crê que a presença das mulheres em cargos de responsabilidade e de poder político é bastante rara. Quanto ao acesso à educação, 69% dos pesquisados acreditam que, nesse campo, há igualdade de condições entre homens e mulheres, e mais da metade (56%) acreditam que ambos os sexos têm as mesmas oportunidades de seguir estudando.

Educação

A "Pesquisa Juventudes no Brasil" também traçou o perfil da escolaridade dos jovens. Mais da metade dos entrevistados estão cursando o Ensino Médio, e 12,8% apontam como nível de escolaridade o ensino superior e de pós-graduação. É significativa a presença daqueles que indicam o Ensino Fundamental, correspondendo a mais de um terço da amostra (34,4%).

"Apenas trabalho" é a atividade mais frequente entre os homens (39%) do as mulheres (22%), e a proporção de mulheres que não estudam nem trabalham (19%) é mais que o dobro do percentual de homens (9%) na mesma condição. Nesse recorte, os mais pobres são maioria, diferentemente daqueles que só estudam, predominante somente entre os grupos socioeconômicos alto e médio. Os jovens entrevistados frequentam, majoritariamente, escolas de Educação Básica públicas. Entretanto, no ensino superior predomina a frequência em instituições privadas, que equivalem a 73% do total, sobre as de dependência pública, que correspondem a 27%.

Jovens conectados

A pesquisa apontou que 96% dos jovens brasileiros entrevistados declaram recorrer à internet para fins variados, como o uso de mídias sociais, aplicativos de músicas ou vídeos, troca de mensagens e buscas de informação. O telefone celular é o equipamento mais utilizado pela juventude do país para a conexão com a internet (94%), seguido de computadores (4%). TV e tablet alcançam, cada um, 1% dos usuários

O estudo também mostrou que os jovens dos grupos socioeconômicos mais altos acessam diariamente a rede, na ordem de 97%, enquanto 74% dos que se encontram em situação de pobreza o fazem.

Religiosidade

No conjunto dos entrevistados que se consideram religiosos, há mais mulheres do que homens. Dos 68,33% que responderam ter religião, 36,86% são mulheres e 31,47% são homens. Já entre os 30,67% que não se consideram religiosos, os homens são 16,28% e 14,29% mulheres. Os católicos só são maioria entre os jovens mais velhos, cedendo esse lugar para os evangélicos em todas as outras idades.

Medos

A segurança (ou a falta dela) também foi abordada pelo estudo. 49% dos entrevistados disseram sentir medo "quase o tempo todo" de ser assaltado no transporte ou no caminho para casa ou trabalho. Os outros medos destacados pelos jovens foram: da destruição do meio ambiente (47%), de não ter trabalho no futuro (40%), ser atingido por bala perdida (37%), ficar endividado (34%), sofrer violência sexual (29%) e perder o atual emprego (23%).

O que mais incomoda?

A corrupção aparece como o maior incômodo para 62% dos entrevistados. O quesito "racismo, machismo e outras formas de opressão" ficou em segundo lugar, com 57%; já "a desigualdade entre ricos e pobres" e "acesso e qualidade da saúde" receberam, cada, 54% das menções.

Elaborada no segundo semestre de 2019, a pesquisa retrata justamente o momento que antecede o início da pandemia provocada pela Covid-19, e pode ser considerada um marco na transição dos jovens brasileiros, trazendo à tona dados que já eram preocupantes e que foram intensificados com as restrições, tais como o fechamento das escolas, a falta de acessibilidade para acompanhar atividades remotas, o aumento do desemprego e os impactos na saúde mental.

"Essa pesquisa nos apresenta dados significativos que nos permite compreender as preocupações, os interesses, as motivações e as principais dificuldades que os jovens brasileiros enfrentam, para - a partir desse ponto de partida, baseado no cuidado e na empatia - podermos acompanhá-los, criando entornos e ambientes propícios para o pleno desenvolvimento dessa fase tão importante da vida", afirma Mariana Franco, gerente da Fundação SM.

Os autores e autoras da pesquisa são pesquisadores especializados em investigações sobre a juventude. Ainda, de acordo com Mariana Franco, a publicação foi concebida para servir como material de apoio e inspiração para instituições, educadores e todas as pessoas que atuam com processos educacionais e com o desenvolvimento integral dos jovens brasileiros.

Os jovens pesquisados são 51,5% do sexo feminino e 48,5% do sexo masculino. 40% se consideram brancos, 39% pardos, 17% pretos, 2% amarelos, 1% indígena e 1% não respondeu. Além disso, 78,4% disseram ser solteiros, 20,4% se declararam casados (formalmente ou não) e 1,2% é de separados ou viúvos. 67,5% declaram não ter filhos e, dos 32,5% que têm, um terço (10,9%) são mães ou pais solo.

A Pesquisa pode ser consultada na íntegra, no site do Observatório da Juventude na Ibero-América:

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Você já tomou a sua dose de rede social hoje?

    Pixabay

O codinome do Grande Irmão hoje é Rede Social, sabe tudo sobre a sua vida

Nesta velocidade de aumento da dependência tecnológica, como estarão as pessoas daqui a dez anos?

*Luís Alberto Alves /Hourpress

Igual viciado em #droga, milhões de brasileiros “consomem” #redes sociais o dia inteiro, principalmente jovens e #adolescentes. Muitos levam os #celulares para o banheiro e tomam banho aguardando o “nirvana” de algum #like numa foto ou memes que postou.

Na cozinha, na sala, no corredor, andando nas ruas, dirigindo e até mesmo trabalhando, a #rede social está asfixiando o usuário de ST (substância tecnológica). Os #adolescentes ficam raivosos quando os pais pegam os #celulares para que eles possam ter vida própria.

Casais, ao deitar para dormir, em vez de troca de carícias, escolhem navegar na #internet. Cada um olhando a tela do seu #celular. Muitos não percebem, mas já se tornaram dependentes tecnológicos. Têm crise de #abstinência quando não entram nas redes sociais.

Dependência tecnológica

Nos almoços, festas de aniversários ou confraternização nas empresas, mesmo antes da pandemia, o #celular ocupava lugar de destaque. Nas famosas selfies, as mulheres lutavam pelo melhor ângulo para mostrar a nova roupa, penteado ou até mesmo os anéis e joias.

É como se o mundo hoje girasse em torno de #rede social. Não há mais vida inteligente na leitura de livros e revistas. Ou até mesmo na programação de boas emissoras de TV a Cabo. Dentro do Metrô, Trem ou ônibus, a maioria não tira os olhos do #celular. Parecem hipnotizados pelo grande irmão.

Nesta velocidade de aumento da dependência tecnológica, como estarão as pessoas daqui a dez anos? Neuróticas, alucinadas, depressivas ou internadas em clínicas de recuperação na busca de uma vida saudável, sem precisar mostrar aos outros que faz da vida? Analise se você não é um viciado em #rede social!

*Luís Alberto Alves é jornalista e editor das Cajuísticas

 

 

 

 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

"Um ano depois: A Imprensa e o Impacto da Covid-19"

 

O jornalista José Paulo de Andrade foi uma das vítimas da covid-19 em 2020

No México, 17,7% afirmam que suas redações tiveram corte de 50% entre os profissionais

Redação/Hourpress

As mudanças sociais exigidas pelas medidas restritivas de convivência também mudaram a rotina de jornalistas e das redações em toda a América Latina. Em consequência disso, surgem novas maneiras de relacionamento entre empresas, porta-vozes, agências de relações públicas e as redações. De acordo com a nova pesquisa realizada pela agência de Relações Públicas LatAm Intersect PR, que atua em toda a região, mais da metade dos jornalistas latino-americanos (52%) conseguiu continuar trabalhando 'sem interrupção' durante a pandemia do COVID-19, enquanto 60% dizem que em suas redações ninguém foi despedido e 37% adaptaram com sucesso seus modelos de negócios às novas realidades comerciais.

O estudo também revela uma evolução na maneira pela qual os jornalistas estão produzindo e verificando conteúdo: 22% estão rastreando e recolhendo citações diretamente dos feeds de mídias sociais dos porta-vozes, enquanto uma proporção semelhante publica respostas e comentários enviados por suas fontes em tempo real. Quase metade (47%) está publicando entrevistas de vídeo ou áudio pré-gravadas enviadas por organizações que desejam contribuir com uma história e 51% estão usando aplicativos de bate-papo para obter e citar conteúdo de fontes.

A pesquisa ainda traz dados sobre o ânimo dos profissionais em relação às perspectivas futuras da profissão. 72% permanecem "otimistas" ou "muito otimistas" e a mudança de canais para publicação de seus trabalhos também é uma novidade - 71% dos jornalistas aumentaram sua presença nas mídias sociais dos veículos nos quais trabalham e quase metade (48%) estão utilizando suas próprias redes sociais para publicar e promover seus artigos e reportagens.

A pesquisa da LatAm Intersect foi realizada com 293 jornalistas (atualmente trabalhando), por questionário por e-mail, entre os dias 10 e 15 de julho, de um coletivo de leitores de mais de 170 milhões de todo o Brasil, México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Costa Rica, e projetada para rastrear a resiliência e a evolução do setor durante este período de pandemia. Com o resultado obtido é possível mensurar alguns indicadores que se diferenciam entre os países. 

De acordo com Claudia Daré, sócia-fundadora da LatAm Intersect PR, a pesquisa revela mudanças definitivas nas práticas de trabalho e nos modelos de negócios que as organizações que se envolvem com a mídia na região devem levar em consideração para desenvolver suas estratégias de comunicação.

“Desde o surgimento da COVID-19, 37% dos jornalistas entrevistados passaram a usar as plataformas de mídia social muito mais do que antes, enquanto uma proporção semelhante considera essas plataformas como sua 'principal fonte de contato' com os porta-vozes e as fontes das empresas. Tais mudanças alteram a dinâmica entre a mídia, o departamento de comunicações das empresas e seus porta-vozes. Esse uso das mídias sociais está facilitando um relacionamento mais direto entre jornalistas e fontes de informação. Isso não é só inevitável, mas positivo em termos de transparência e velocidade de resposta. No entanto, os departamentos de comunicação e suas agências precisam adaptar suas práticas tendo esse novo cenário de atuação”, afirmou Claudia.

Uma das principais transformações que a pesquisa retrata nesse período de reclusão e trabalho home office, é a maneira de contatar os porta vozes das empresas. Alguns países demonstram uma maior informalidade nesse sentido e uma migração mais acentuada para o uso das mídias sociais pessoais de suas fontes como principal forma de contato. Jornalistas do México (49,2%) são os que mais utilizam esse contato direto, seguido da Colômbia com 44,4%. Jornalistas do Brasil são os que menos utilizam as redes sociais com suas fontes, apenas 28,8% dos respondentes. E profissionais do Chile e Peru afirmam que usam essa forma de contato mais frequentemente do que antes - 43,5% e 41,7%, respectivamente.

Mas a pesquisa também revela áreas de preocupação e cautela. Para 50% dos entrevistados o atual modelo de negócios da imprensa em geral não é sustentável a longo prazo e consideram que fontes alternativas de receita precisam ser encontradas. Quase um quinto (19%) já demitiu entre 10% e 30% de sua equipe e um quarto (25%) está ciente de publicações que foram completamente fechadas como resultado do vírus. Entre os jornalistas brasileiros, 14,5% afirmam que suas redações sofreram cortes em torno de 20%. No México, 17,7% afirmam que suas redações tiveram corte de 50% entre os profissionais e no Chile, 13% informam que 30% dos funcionários foram despedidos. 

Mais da metade (51%) dos jornalistas ainda permanece focada em matérias relacionadas a COVID-19 (contribuindo com até 70% do conteúdo), mas essa situação certamente deve mudar.  No México, 21,3% afirmam que cerca de 90% das notícias de seus veículos de atuação estão focados em assuntos sobre a pandemia, seguido de 24% pelo Peru que dizem ter 80% das notícias comprometidas com assuntos relacionados ao coronavírus. No geral, os jornalistas, em toda a América Latina, concentram-se entre 50% e 90% no assunto.

Claudia explica que essas descobertas também fornecem uma visão valiosa de como as organizações que desejam se comunicar através da mídia podem se adaptar para apoiar o setor e comunicar suas mensagens com mais eficácia. “Agora, mais do que nunca, as organizações precisam pensar além do press release. Conteúdo rico, incluindo vídeos e áudios, em sua maioria em tempo real, e respostas específicas a assuntos do momento são algumas das técnicas que permitirão aos jornalistas gerar conteúdo de qualidade e distinção”, analisa.

Os principais requisitos elencados pelos jornalistas que participaram da pesquisa para prosperar pós pandemia incluem:

  • 53% estão procurando conteúdo personalizado, relevantes e adaptados à sua publicação;
  • 44% precisam de conteúdo 'genuinamente exclusivo';
  • 44% estão em busca de uma visão ou um ângulo mais profundo sobre as notícias do dia;
  • 41% gostariam idealmente de "respostas (quase) em tempo real aos assuntos do dia";
  • 39% estão procurando mais conteúdo de vídeo para apoiar suas matérias;
  • 24% exigem mais informações básicas para contextualizar as histórias.

“A sobrevivência e a prosperidade de uma mídia dinâmica e independente é essencial para empresas e organizações que desejam se comunicar. Hoje, os jornalistas procuram novas formas de conteúdo e colaboração para garantir o mesmo. Acreditamos que os comunicadores – in house e de agência – têm um papel vital a desempenhar nessa evolução”, acrescenta Claudia.

A última questão da pesquisa apresentada aos profissionais era uma pergunta aberta para que eles pudessem expressar com uma palavra como resumiriam seu país depois de passar pela pandemia. O Chile é o país que mais demonstra pessimismo com 81,8% de palavras negativas, seguido do Brasil com 76,7% e do México com 68,9%. Costa Rica e Peru são os mais otimistas com 60% e 52% palavras positivas, respectivamente.  

Homens e mulheres demonstram quase o mesmo nível de pessimismo diante desse momento, com cerca de 60% cada grupo, e os homens, quando são otimistas (33,1%) estão ligeiramente acima mulheres otimistas (28,5%). São os jornalistas mais jovens, até 25 anos, que apresentam maior negativismo diante da pandemia – 81% deles se expressaram com palavras negativas.

As palavras que aparecem com mais frequencia na pesquisa são: caos, incerteza, crise, desigualdade, desastre, devastado, catástrofe entre outras mais positivas como resiliência, resistência, esperança, adaptação, oportunidades e sobrevivente. 

“A pesquisa demonstra que os resultados são bastante consistentes entre os países, indicando o profundo impacto que a pandemia está exercendo em todas as mídias da região. Há também muita sincronicidade em todas as respostas, o que nos garante segurança sobre os indicadores desse impacto”, completa Claudia. 

Para ter acesso a todos os dados da pesquisa, veja o link: https://bit.ly/2XnDLso 

O drama dos sem-terra começa com a divisão das capitanias hereditárias

    Arquivo/Hourpress

Milhões de hectares de terras se transformaram em grandes plantações em diversas regiões do País

Imagine Minas Gerais, como capitania, região hoje com 853 municípios?

*Luís Alberto Alves

“O que começa errado vai terminar errado”, conforme diz o dito popular. Quando #Dom João III decidiu, irresponsavelmente, em 1534, dividir o território brasileiro, escolhendo pessoas simpáticas ao governo de #Portugal e entregar gigantescas glebas terras para que fossem administradas, por meio de carta de doação. Até a independência brasileira, todas as nossas terras pertencia ao rei de #Portugal.

Eram as #capitanias hereditárias, inicialmente 15. Imagine Minas Gerais, como capitania, região hoje com 853 municípios? Outro exemplo desta loucura é a #capitania do Grão-Pará, uma imensidão de terras para ser administrada. O problema é que 34 anos após a invasão do Brasil por #Pedro Álvares Cabral e Cia., lei sobre divisão de terras inexistia. O primeiro “abençoado” nesta entrega de presente, foi #Fernando de Noronha, que ganhou a ilha de São João ou de Quaresma.

Só para se ter ideia de como funciona a organização nestas terras, somente em 1938, que o nosso país foi dividido em cinco regiões (Norte, Sul, Centro Oeste, Leste). O órgão para municiar o Estado de diversas informações econômicas e sociais, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), saiu do papel em 1936!!!

Puxa-saco

Cada responsável por uma #capitania hereditária, promovido a coronel, mesmo sem ter usado qualquer tipo de arma de fogo ou pisado numa instituição militar, definia quem pegaria um pedaço de terra para chamá-la de sua.  Bastava ser apenas “puxa-saco” do governo português.

Foi assim que surgiu, por exemplo, a #capitania hereditária de São Bernardo da Borda do Campo. Pesquise nos cartórios de registro de imóveis do ABC quem são os donos de imensos terrenos existentes por ali. A partir de 1822, as capitanias são batizadas de Províncias, mas de 1500 até 1850, os primeiros #latifundiários ocuparam gigantescos pedaços de terra sem qualquer documentação. Grilagem imobiliária!!!

O #registro imobiliário, como conhecemos atualmente, apareceu por meio da Lei 601, de 18/09/1850 e regulamentada pelo Decreto 1.318, 30/01/1854. O registro do imóvel era meramente declaratório para diferenciar o domínio particular do domínio público.  Portanto, em quase 350 anos dono da terra era alguém que conseguisse invadir aquele espaço, como fizeram diversas vezes, os #bandeirantes ao percorrer ao Brasil a procura de ouro e índios para torná-los escravos.

Domínio completo

Como os senhores de engenho tinham muito dinheiro, por causa da exportação de #açúcar para a Europa, a maioria deles passou aos filhos o comando dessas terras, algumas delas do tamanho de uma cidade, como Ribeirão Preto, por exemplo, entre outras. Esses coronéis do sertão exerciam forte influência sobre a população, e claro tinham domínio completo em cima dos seus escravos. Dai que surgiu o hábito de chamar os poderosos do interior de #“coroné”.

Dinheiro e força das tropas de jagunços impunha o respeito por meio do terror. O aval da #coroa portuguesa dava a esse time de latifundiários o poder de um governador. Só a partir de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao #Brasil, que vai aparecer o embrião de corporações policiais. Por causa do aumento da população e da criminalidade em outras províncias, além da capital federal. Antes o #Brasil não tinha polícia!

Neste cenário que os coronéis administradores das capitanias hereditárias escolhiam quem seria dono de um terreno, pequeno ou grande, como por exemplo, uma fazenda. Só para se ter ideia, o bairro de São Miguel Paulista, na Zona Leste de SP, era uma fazenda! Por causa desta bagunça, que milhões de hectares de terra continuam nas mãos de poucos e outros milhões de infelizes lutam para um dia ter um terreno, que possa chamar de seu. Quando ninguém sabe.

 *Luís Alberto Alves é jornalista e editor das Cajuísticas