A maioria das domésticas prestam serviços sem Epis
Luís Alberto Alves/Hourpress
Com jornadas que chegam a 20 horas diárias, baixos salários, sem folgas (quando
dormem no emprego) e vítimas de assédio
sexual por parte dos patrões.
Essa é a rotina das escravas do
século 21.
Estudo feito pelo Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou que 70% das empregadas domésticas, no Brasil, não têm carteira de trabalho assinada.
Pesquisa realizada pela Pnad
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínuo) mostrou que menos de
28% das domésticas possuem vínculos
empregatícios e direitos trabalhistas assegurados.
Saúde
Segundo o Ministério
Público do Trabalho, a informalidade dificulta a fiscalização, reforçada
pelos locais onde prestam serviço. Ao contrário de outras categorias, como
motoristas do transporte coletivos,
bancários, comerciários, profissionais da saúde, existe o fácil acesso a
esses funcionários.
Com as domésticas,
a fiscalização do Ministério Público do
Trabalho teria de visitar edifícios ou residências térreas, onde existe
este tipo de mão de obra, algo que
exigiria um grande exército de servidores para tentar coibir os abusos, que
muitas delas sofrem no local.
Por causa da pandemia da covid-19, a maioria das domésticas
prestam serviços sem Epis
(Equipamentos de Proteção Individual), em residências, onde os seus
empregadores podem estar infectados com este vírus, como já registrou casos em
diversas cidades.
Madrugada
No caso de empregadas trazidas de regiões pobres do Brasil
(Norte e Nordeste), elas dormem no serviço. Ganham baixos salários, não têm
folga aos finais de semanas, quando os patrões realizam festas e são obrigadas
a ficar acordadas até a madrugada e levantar logo de manhã.
Quando adolescentes e jovens, sofre assédio sexual de filhos ou mesmo dos patrões. São ameaçadas, caso
resolvam procurar a polícia. Sem
local para moradia, muitas delas engravidam e depois são demitidas.
Este tipo de trabalhador é invisível para o movimento sindical. Só a partir de
2016 conquistaram o direito de receber o FGTS.
Nem o direito ao Seguro Desemprego
as domésticas tinham acesso. É uma mão de obra calculada em cerca de 6 milhões,
presentes em todo o Brasil, mas num esquema de serviço semelhante à escravidão.
Nunca
se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário