segunda-feira, 22 de junho de 2020

Empregadas domésticas: as escravas do século 21


A maioria das domésticas prestam serviços sem Epis 



Luís Alberto Alves/Hourpress

Com jornadas que chegam a 20 horas diárias, baixos salários, sem folgas (quando dormem no emprego) e vítimas de assédio sexual por parte dos patrões. Essa é a rotina das escravas do século 21.  

Estudo feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou que 70% das empregadas domésticas, no Brasil, não têm carteira de trabalho assinada.

Pesquisa realizada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínuo) mostrou que menos de 28% das domésticas possuem vínculos empregatícios e direitos trabalhistas assegurados.

Saúde

Segundo o Ministério Público do Trabalho, a informalidade dificulta a fiscalização, reforçada pelos locais onde prestam serviço. Ao contrário de outras categorias, como motoristas do transporte coletivos, bancários, comerciários, profissionais da saúde, existe o fácil acesso a esses funcionários.

Com as domésticas, a fiscalização do Ministério Público do Trabalho teria de visitar edifícios ou residências térreas, onde existe este tipo de mão de obra, algo que exigiria um grande exército de servidores para tentar coibir os abusos, que muitas delas sofrem no local.

Por causa da pandemia da covid-19, a maioria das domésticas prestam serviços sem Epis (Equipamentos de Proteção Individual), em residências, onde os seus empregadores podem estar infectados com este vírus, como já registrou casos em diversas cidades.

Madrugada

No caso de empregadas trazidas de regiões pobres do Brasil (Norte e Nordeste), elas dormem no serviço. Ganham baixos salários, não têm folga aos finais de semanas, quando os patrões realizam festas e são obrigadas a ficar acordadas até a madrugada e levantar logo de manhã.

Quando adolescentes e jovens, sofre assédio sexual de filhos ou mesmo dos patrões. São ameaçadas, caso resolvam procurar a polícia. Sem local para moradia, muitas delas engravidam e depois são demitidas.

Este tipo de trabalhador é invisível para o movimento sindical. Só a partir de 2016 conquistaram o direito de receber o FGTS. Nem o direito ao Seguro Desemprego as domésticas tinham acesso. É uma mão de obra calculada em cerca de 6 milhões, presentes em todo o Brasil, mas num esquema de serviço semelhante à escravidão.

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!





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