terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Previdência proposta por Dória causará apagão na Polícia Civil


Um terço dos policiais podem se aposentar para não perder direitos


Redação/Hourpress

A nova previdência dos servidores estaduais, proposta pelo governador João Dória, vai causar um apagão na Polícia Civil paulista. Com a perda de direitos incluída na PEC 18/2019, em tramitação na Assembleia Legislativa, um terço dos policiais civis paulistas poderá pedir aposentadoria para não serem enquadrados nas novas regras.
A situação mais grave está entre os delegados de polícia. Mais de 43% deles poderão ingressar com o pedido de aposentadoria imediatamente caso a lei seja aprovada. (veja estudo detalhado abaixo).
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) elaborou essa tabela com base em dados públicos do Portal da Transparência.
A Polícia Civil já tem um déficit de 14 mil policiais. Se essa PEC for aprovada, o número pode saltar para 23 mil”, alerta a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati. “O governador João Dória não analisou as consequências de sua nova previdência social para a Segurança Pública. Hoje, 1/3 dos policiais civis de São Paulo já preencheram todos os requisitos para se aposentarem e o prejuízo das novas regras pode incentivar uma enxurrada de novos pedidos”.

  1. INTRODUÇÃO
O presente estudo objetivou sintetizar dados de fonte aberta a respeito dos quadros da Polícia Civil do Estado de São Paulo, conforme demonstrado a seguir.
 
  1. POLICIAIS CIVIS QUE RECEBEM ABONO PERMANÊNCIA
Conforme apurado junto ao portal da transparência do governo do estado de São Paulo referente à última disponibilização (out/2019, retirado em 04/12/19):
Descrição
Quantidade
Fonte

Total de policiais civis em atividade


28.064
 

http://www.transparencia.sp.gov.br/buscaRemunera.html
(selecionar servidores policiais da SSP)

Total de policiais civis que recebem abono permanência

9.051
(32,25%)
*Para realização do presente estudo levou-se em conta o recebimento do valor acima de R$ 600,00 no campo “ABONO PERMANÊNCIA & OUTRAS INDENIZAÇÕES”, o qual se refere ao valor que deve receber um Carcereiro de 2ª Classe que já completou os requisitos atuais de aposentadoria.

Desta forma, é possível concluir que 32,25% dos policiais civis (englobando a SPTC) já cumpriram os requisitos atuais para aposentadoria.
  1. EXPLODIDO POR CARREIRA
Analisando a totalidade de servidores por carreira, foi possível visualizar:
Carreira
Total
Em condições de aposentar
Porcentagem
DELEGADO
2.564
1.117
43,60%
AGENTE TEL
1.522
546
35,90%
FOTÓGRAFO
726
255
35,10%
DESENHISTA
222
78
35,10%
CARCEREIRO
2.443
838
34,30%
ESCRIVÃO
5.637
1.906
33,80%
AUX PAPI
856
281
32,80%
INVESTIGADOR
8.590
2.641
30,70%
PAPILOSCOPISTA
521
141
27,10%
AGEPOL
2.057
520
25,30%
ATENDENTE DE NECRO
378
95
25,10%
PERITO
1.619
356
22,00%
AUXILIAR NECROPSIA
408
84
20,60%
MÉDICO LEGISTA
521
97
18,62%
*Fonte: portal da transparência extraído em 04/12/19
 

  1. ESTUDO ETÁRIO E TEMPO DE SERVIÇO PÚBLICO
Analisando dados dos policiais civis conforme classificação nas carreiras, publicado no diário oficial do estado de São Paulo, disponível no dia 23 de novembro de 2019 – Poder Executivo – Seção II (pag 6-106), foi possível visualizar:
Idade média do policial civil em atividade
47,8 anos
Tempo médio de serviço policial
20,04 anos

Descrição
Quantidade
Percentual
Policiais que ingressaram antes de EC 41/2003
17.233
68,2%
Policiais que ingressaram entre 2004 e 2012
3.071
12,2%
Policiais que ingressaram após 2013
4.965
19,6%


  



Descrição
Quantidade
Percentual
Policiais em atividade acima de 60 anos
2.095
8,3%
Policiais em atividade acima de 55 anos
5.552
22,0%
Policiais em atividade acima de 45 anos
15.784
62,5%

  1. MATERIAL OBJETO DE ESTUDO
O referido material colhido em fonte aberta e objeto do estudo acima encontra-se disponível na íntegra no link compilado e compartilhado abaixo:

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