terça-feira, 5 de novembro de 2019

Você é fiel igual ao cachorro?

Os dois cães ignoraram a crise econômica do seu dono e permaneceram ao seu lado


Deixar de lado o nosso egoísmo, a sede de vingança, ódio, a inveja e a idolatria pelo consumismo


Luís Alberto Alves/Hourpress

Na bonança todos são fieis, porque a comida é farta, os presentes massageiam o coração, as viagens inebriam a mente, e tudo se parece com o mar de águas azuis numa praia paradisíaca. E na falta de dinheiro, prevalece o mesmo sentimento? Infelizmente não!

Muitas vezes ofendemos alguém o chamando de cachorro. Errado! Quem dera o ser humano fosse parecido com os cães. Que ama o seu dono independente da situação econômica ou mesmo do estresse provocado pelo desemprego ou por alguma situação sentimental que desgasta o seu coração.

Os cães não olham para cor, idade, sexo, religião ou posição social. Simplesmente amam os seus donos. Nunca os recebe xingando ou de mau humor. Ao abrir a porta, ele aparece balançando o rabo, às vezes até pula com as duas patas esperando receber carinho. Não reclamam.

Quando vejo dois cães dormindo junto com o seu dono no frio da Praça da República, esquina com a Rua 7 de Abril, Centro de SP, percebo o quanto a humanidade se deixou contaminar pelo consumismo e ódio. Talvez nem jantaram na noite anterior, igual à pessoa que escolheram para amar. Estão ali ao seu lado.

Mesmo assim não o abandonaram. Permaneceram junto dele. Quantos casais decretam o final do casamento quando surge a primeira crise econômica. Outros não suportam ver o esposo ou esposa doente e entregam os pontos. A fidelidade só existiu enquanto o dinheiro era farto e alegria era constante.

Precisamos aprender muito com os cães. Deixar de lado o nosso egoísmo, a sede de vingança, ódio, a inveja e a idolatria pelo consumismo. Devemos amar o nosso próximo de verdade. Com ou sem dinheiro, ele vai continuar merecendo o amor que precisa brotar, cada vez mais, de dentro de nós. Sermos fieis de verdade.



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