domingo, 10 de novembro de 2019

Lula livre: como ficará o governo Bolsonaro?



Atrás das grades, ele já incomodava os seus algozes; agora nas ruas vai aumentar o barulho recheado de fortes críticas aos erros, alguns infantis, cometidos pela gestão Bolsonaro


Luís Alberto Alves/Hourpress

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de só mandar para a cadeia qualquer criminoso condenado em 2ª Instância só após esgotado todos os recursos, colocou na rua o principal adversário do governo Bolsonaro: o ex-presidente Lula, solto já na sexta-feira (8). Agora é que teremos o teste final da democracia brasileira.

Atrás das grades, ele já incomodava os seus algozes; agora nas ruas vai aumentar o barulho recheado de fortes críticas aos erros, alguns infantis, cometidos pela gestão Bolsonaro. Sob amparo da Constituição, ninguém poderá impedir de que Lula jogue gasolina na fogueira da crise.

Não é preciso ser expert em economia para saber que o Brasil ficou muito parecido com um caminhão carregado atolado no lamaçal, sem força para sair. E cada motorista ou ajudante que tenta tirá-lo complica mais a situação. Os 13 milhões de desempregados cobram medidas urgentes para sanar essa crise.

Não existe resposta eficaz para problemas que exigem medidas urgentes, como foi o caso das queimadas na região Amazônica e o derramamento de óleo nas praias do nordeste. O governo demorou em partir para cima e resolver a questão. Apenas bravatas ditas nas entrevistas coletivas, como se a imprensa fosse culpada pelos erros que torna o Brasil, cada vez mais motivos de piadas no Exterior.

Em cima deste roteiro é que Lula vai surfar daqui para frente. Munição é farta. As soluções apresentadas pioram em vez apresentar melhoras. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou a todo custo emplacar o modelo adotado pelo Chile, de capitalizar a Previdência Social. Porém, os gigantescos protestos em Santiago, com mais de 1 milhão de manifestantes nas ruas deixou o rei nu.

Na Argentina, a política neoliberal não resistiu ao teste das urnas. A miséria da população portenha mostrou que Macris era outro fantoche de Donald Trump, assim como o presidente do Equador, que ao obedecer à dose de cicuta do FMI (Fundo Monetário Internacional) acendeu o estopim de violenta crise.

O ditado popular é bem claro ao dizer: “o que é ruim, pode ficar pior”. Para o Brasil, na minha opinião, não vejo chance de clima quente esfriar. O embate já está nas ruas. Milhões de sem casa, sem emprego, sem salário, sem futuro (caso dos adolescentes e jovens), sem paz (familiares das vítimas das balas perdidas e violência policial) engrossarão o bloco do Lula. Para eles, não existe outra alternativa. Já comem migalhas da mesa da elite há muito tempo.

Passados 11 meses, o governo Bolsonaro até agora não mostrou serviço. Apenas desrespeita a Constituição, quando por meio do seu filho, sugeriu aplicação de uma espécie de AI-5, caso os protestos fiquem violentos. Ele não aprendeu nada com as raposas da política, como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, José Sarney e o próprio Mário Covas, de que a arte de governar é saber conciliar interesses.

Bolsonaro preferiu aderir ao extremismo. Briga até com o vento, caso sopre forte na sua direção. Em política internacional quase fecha o bilionário mercado chinês ao criticar o regime socialista do maior mercado consumidor do mundo. Antes tentou arrumar briga com os árabes, outro grande importador de mercadorias brasileiras. Esperto, Lula vai jogar nos erros cometidos (e são muitos) pelo atual presidente da República, que ainda não percebeu que o Brasil é bem maior do que a crise. Porém, só os competentes são capazes de ver isto.

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!









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