Atrás das grades, ele já incomodava os seus algozes; agora nas ruas vai aumentar o barulho recheado de fortes críticas aos erros, alguns infantis, cometidos pela gestão Bolsonaro
Luís Alberto Alves/Hourpress
A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de só mandar
para a cadeia qualquer criminoso condenado em 2ª Instância só após esgotado
todos os recursos, colocou na rua o principal adversário do governo Bolsonaro: o ex-presidente Lula, solto já na
sexta-feira (8). Agora é que teremos o teste final da democracia brasileira.
Atrás das grades, ele já
incomodava os seus algozes; agora nas ruas vai aumentar o barulho recheado de
fortes críticas aos erros, alguns infantis, cometidos pela gestão Bolsonaro. Sob amparo da Constituição,
ninguém poderá impedir de que Lula jogue
gasolina na fogueira da crise.
Não é preciso ser expert em
economia para saber que o Brasil ficou
muito parecido com um caminhão carregado atolado no lamaçal, sem força para
sair. E cada motorista ou ajudante que tenta tirá-lo complica mais a situação. Os 13 milhões de desempregados cobram
medidas urgentes para sanar essa crise.
Não existe resposta eficaz para
problemas que exigem medidas urgentes, como foi o caso das queimadas na região Amazônica e o derramamento de óleo
nas praias do nordeste. O governo demorou em partir para cima e resolver a
questão. Apenas bravatas ditas nas entrevistas coletivas, como se a imprensa
fosse culpada pelos erros que torna o Brasil, cada vez mais motivos de piadas
no Exterior.
Em cima deste roteiro é que
Lula vai surfar daqui para frente. Munição é farta. As soluções apresentadas
pioram em vez apresentar melhoras. O
ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou a todo custo emplacar o modelo
adotado pelo Chile, de capitalizar a Previdência Social. Porém, os
gigantescos protestos em Santiago, com mais de 1 milhão de manifestantes nas
ruas deixou o rei nu.
Na
Argentina, a política neoliberal não resistiu ao teste das urnas. A miséria da
população portenha mostrou que Macris era outro fantoche de Donald Trump, assim
como o presidente do Equador, que ao obedecer à dose de cicuta do FMI (Fundo
Monetário Internacional) acendeu o estopim de violenta crise.
O ditado popular é bem claro ao
dizer: “o que é ruim, pode ficar pior”.
Para o Brasil, na minha opinião, não vejo chance de clima quente esfriar. O
embate já está nas ruas. Milhões de sem casa, sem emprego, sem salário, sem
futuro (caso dos adolescentes e jovens), sem paz (familiares das vítimas das
balas perdidas e violência policial) engrossarão o bloco do Lula. Para eles, não existe outra alternativa. Já comem
migalhas da mesa da elite há muito tempo.
Passados 11 meses, o governo
Bolsonaro até agora não mostrou serviço. Apenas desrespeita a Constituição,
quando por meio do seu filho, sugeriu aplicação de uma espécie de AI-5, caso os protestos fiquem
violentos. Ele não aprendeu nada com as raposas da política, como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, José
Sarney e o próprio Mário Covas, de que a arte de governar é saber conciliar interesses.
Bolsonaro
preferiu aderir ao extremismo. Briga até com o vento, caso sopre forte na sua
direção. Em política internacional quase fecha o bilionário mercado chinês ao
criticar o regime socialista do maior mercado consumidor do mundo. Antes tentou
arrumar briga com os árabes, outro grande importador de mercadorias
brasileiras. Esperto, Lula vai jogar nos
erros cometidos (e são muitos) pelo atual presidente da República, que ainda
não percebeu que o Brasil é bem maior do que a crise. Porém, só os
competentes são capazes de ver isto.
Nunca
se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!
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