Porque convivem com pessoas de maior idade e podem trazer a covid-19 para casa
O médico infectologista do Hospital Emílio Ribas, Jamal Suleiman, alerta que o Brasil já vive a temida segunda onda da covid-19. Na terça-feira (24/11) ele havia atendido 15 pacientes com sintomas graves desta doença. “O número de casos subiu muito, porque as pessoas entenderam a flexibilização como um liberou geral”, lamentou.
Em nível municipal (veja gráfico) em 1º de agosto, a cidade de SP tinha 9.705 mortos pela covid-19. No dia 24 de novembro, este número já era de 14.213, aumento de 68% num prazo de 3,5 meses. Neste mesmo período, subiu a quantidade de pacientes com suspeita de Covid-19, nos hospitais municipais, saindo de 357 para 508, registrando elevação de aproximadamente 70%.
Suleiman confirma que pode ocorrer, embora de forma rara, casos de reinfecção. “Após a cura, o paciente precisa continuar usando máscara. A covid-19 é doença de transmissão respiratória. Mesmo após a alta, o vírus permanece na garganta”, detalhou. Segundo ele, algumas pessoas produzem anticorpos e ficam imunes. Mas se relaxar com a higiene, a doença retorna e esse paciente vira foco de contaminação.
Cinema
Para o médico infectologista do Emílio Ribas, as autoridades governamentais erraram ao permitir eventos com aglomeração. “Doenças transmissíveis respiratórias contaminam numa distância de 1,5 metros. Quando ocorre proximidade em teatros, cinemas, estádio de futebol ou restaurante, é grande a chance de contrair a covid-19”, explicou.
Outra faceta desta doença, alerta Suleiman, é que ela pode se manifestar forte ou levemente. “Porém, na fase crônica não terá leveza, o que chamamos de segunda onda”, destacou. Ele reitera que alguns pacientes poderão ficar meses sem paladar e olfato. “Mesmo de alta, esses sintomas não somem. Permanecem”, disse.
O alvo preferido, de forma grave, da covid-19 é paciente acima de 50 anos. Mas adolescentes e jovens também não escapam de suas garras. No caso de crianças, elas podem ter uma síndrome no formato de uma doença respiratória muito grave.
Para manter a situação sob controle, não é aconselhável liberar adolescentes e jovens em atividades de risco. Porque convivem com pessoas de maior idade e podem trazer a covid-19 para casa. “Estudantes em regime híbrido, com aulas à distância e presencial, devem manter o protocolo de segurança para o próprio bem e dos seus familiares”, recomendou.
Mapa da covid-19
Nº de mortos em 1º de agosto
Mundo 680.575
Brasil 92.475
Est. SP 22.997
Cid.SP 9.705
Nº de mortos em 1º de setembro
Mundo 850.535
Brasil 121.381
Est.SP 30.375
Cid.SP 11.448
Nº de mortos em 1º de outubro
Mundo 1.014.161
Brasil 143.952
Est. SP 35.804
Cid. SP 12.791
Nº de mortos em 1º de novembro
Mundo 1.194.906
Brasil 159.844
Est.SP 39.311
Cid.SP 13.590
Monitoramento rede hospitalar municipal – 1º de agosto
Pacientes com risco de ter covid-19 357
Pacientes internados 1.163
Internados em UTI 576
Taxa de ocupação 54%
Monitoramento rede hospitalar municipal – 1º de setembro
Pacientes com risco de ter covid-19 395
Pacientes internados 859
Internados em UTI 429
Taxa de ocupação 40%
Monitoramento rede hospitalar municipal – 1º de outubro
Pacientes com risco de ter covid-19 283
Pacientes internados 701
Internados em UTI 407
Taxa de ocupação 35%
Monitoramento rede hospitalar municipal – 1º de novembro
Pacientes com risco de ter covid-19 182
Pacientes internados 555
Internados em UTI 328
Taxa de ocupação 35%
Monitoramento rede hospitalar municipal – 24 de novembro
Pacientes com risco de ter covid-19 508
Pacientes internados 715
Internados em UTI 400
Taxa de ocupação 45%
Fonte: SUS/Pref.SP
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