terça-feira, 14 de maio de 2019

Sem normas de segurança, acidentes de trabalho vão disparar

Este trabalhador sem proteção nos olhos, correria sério risco de sofrer acidente com fagulhas nos olhos


É uma NR que reprova o piso liso num ambiente de grande trânsito de pessoas


Luís Alberto Alves/Jornalista

Imagine alguém pretendendo apagar incêndio de grandes proporções com mangueira de regar jardim. Esta é a minha definição para proposta suicida do presidente Bolsonaro de reduzir em 90% as Normas de Segurança no trabalho. Ato impensado. Proposta de alguém sem qualquer conhecimento do chão de fábrica ou de escritório.

Durante mais de 15 anos escrevi diversas reportagens de economia com enfoque sindical. Descobri o quanto é importante as NRs, como são conhecidas essas normas no linguajar dos engenheiros e médicos de Medicina do Trabalho. Aliás, é com base nestas normas que funcionam as Cipas (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).

É uma NR que reprova o piso liso num ambiente de grande trânsito de pessoas dentro da empresa para evitar acidentes. A altura ideal do corrimão da escada no escritório ou chão de fábrica, o uso de óculos diante de equipamentos que soltam resíduos ou faíscas, protetor auricular em ambiente barulhento, calçados de solado reforçado para evitar entrada de material pontiagudo nos pés, luvas nas mãos para proteção na pele e das unhas.

São várias as aplicações das NRs, visando sempre o bem estar do funcionário, em diversos setores da economia. Já imaginou um hospital, na ala de pacientes com doenças contagiosas, os médicos e enfermeiros não usarem roupas e equipamentos adequados para exercer as funções? Sãos as NRs que recomendam o acondicionamento de material infectante em embalagens especiais, para evitar vazamento ou exalar cheiro no transporte.

Em nome de uma economia burra, o presidente Bolsonaro demonstra que está no lugar errado e cercado de pessoas sem qualquer conhecimento das regras trabalhistas. Com aplicação de apenas 10% das NRs, os acidentes vão triplicar no interior das empresas e o prejuízo cairá nos cofres da Previdência Social, com pagamento de auxílio-doença, cada vez mais frequentes.

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!
#NRsMenosAcidentes

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