segunda-feira, 27 de maio de 2019

E a periferia ficou de fora no ato pró Bolsonaro


Cachorro com camiseta do Brasil


Usando a matemática, de cada dez simpatizantes de Bolsonaro, oito eram brancos



Luís Alberto Alves/Hourpress

Ontem (26) na Avenida Paulista era nítida a ausência de eleitores da periferia no ato pró Bolsonaro. Sem a multidão, no meio da semana, que marcou o protesto contra os cortes na Educação, onde era difícil andar; neste domingo desde a Rua Teixeira da Silva até a Alameda Campinas, ou seja, quatro quarteirões, inclusive contando a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, era baixa a concentração de fãs de Bolsonaro.
Nem o domingo de sol ajudou na manifestação


Da Alameda Campinas até a Rua Augusta era visível a presença de homens e mulheres, quando jovens, se encaixando no estilo Mauricinho ou Patricinha e diversas pessoas acima dos 50 anos de idade. Usando a matemática, de cada dez simpatizantes de Bolsonaro, oito eram brancos.

Em nada lembravam a população da periferia, de semblante cansado por causa da dureza de enfrentar transporte coletivo de péssima qualidade, ganhar baixos salários e fazer mágica para não deixar faltar comida em casa, quando conseguem ter uma própria. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 7,5 milhões de brasileiros estão no grupo dos sem-moradias e 11 milhões se encontram inseridos na população favelada.

Entrevistei vários camelôs, vendedores de bebidas, churrasquinhos e milho verde. Muitos reclamavam das poucas vendas. Talvez as cerca de 150 mil pessoas, presentes ao ato pró Bolsonaro estejam acostumadas a tomar água mineral francesa, cerveja importada e comer churrasco de vitela de carneiro. O que se encontrava na Paulista era comida de pobre.
Poucos simpatizantes de Bolsonaro experimentaram churrasquinho na Paulista

Para evitar problemas, por causa da aversão à imprensa dos fãs de Bolsonaro, vesti uma camiseta esportiva distribuída aos atletas que correm na São Silvestre. Mesmo assim despertava olhares suspeitos em minha direção, principalmente quando fotografava. Inclusive um cachorro com uma camiseta amarela escrito Brasil. Essa nação não merece este tratamento, principalmente por setores da sociedade que sempre lucraram ainda lucram com a miséria da população.

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!
Abaixo o link que mostra o número de simpatizantes de Bolsonaro na esquina da Paulista com a Brigadeiro Luiz Antonio, ontem à tarde.




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