Infelizmente, os trabalhadores ainda são considerados perigosos na triste doutrina da Segurança Nacional, herança da Ditadura de 1964
Luís
Alberto Alves/Hourpress
Alguém
duvida de que o Brasil vive uma guerra civil não declarada, com suas forças
policiais executando trabalhadores na periferia? Por ano as vítimas desta
violência atingem 60 mil pessoas. Absurdo, que na maioria das vezes os
homicídios são praticados pela Segurança Pública, que deveria mudar de nome
para Insegurança Pública,
É
inadmissível a desculpa esfarrapada dos dez militares, presos em flagrante pelo
envolvimento no fuzilamento do carro de uma família em Guadalupe, Zona Norte do
Rio de Janeiro, no domingo (7), quando o músico Evaldo Rosa dos Santos, 46
anos, morreu após o seu veículo levar mais de 80 tiros de fuzil.
Este
trabalhador entrou na lista das vítimas de execução feitas por policiais. Desta
feita, por soldados do Exército. Onde esses militares estavam com a cabeça ao
esvaziar os carregadores de suas armas num veículo suspeito? Infelizmente, os
trabalhadores ainda são considerados perigosos na triste doutrina da Segurança
Nacional, herança da Ditadura de 1964.
Neste
clima de loucura, uma minoria da sociedade ainda defende os militares como
solução para administrar a Nação, principalmente atacando o câncer da
violência, que não para de crescer. Errado! A cultura militarista visa
exterminar o inimigo. Para as Forças Armadas, o cidadão comum é visto como pedra
de tropeço perante o Estado.
Os mais
de 80 tiros despejados sobre o automóvel desta vítima que se dirigia com
familiares para um chá de bebê revelam o quanto é perigoso entregar a Segurança
Pública nas mãos de militares. Não creio na punição dos envolvidos neste
homicídio. Infelizmente é mais um caso que ficará esquecido, principalmente
quando o presidente da República é responsável por essa cultura de que matar é
a melhor solução para reduzir a violência.
Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem
tem um olho enxerga tudo!!!
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