Durante seminário, o engenheiro civil Francisco Oliveira, da FRAL Consultoria, reforçou que o Brasil tem técnica para resolver o problema e aponta soluções
Luís Alberto Alves/Hourpress
Os números refletem a origem do problema. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), atualmente, 214,8 mil toneladas de resíduos são geradas por dia no Brasil. Porém, 41,6% do lixo coletado é destinado irregularmente e, dos aterros para os quais o restante é direcionado, somente 15% têm tratamento de chorume. "Isso quer dizer que, aproximadamente, 180 mil toneladas de lixo geram o contaminante diariamente. É uma situação grave e que já deveria ter sido extinta", diz Francisco, ao se referir sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que previa a erradicação dos lixões em 2014 – data postergada para 2021. Atualmente, há quase 3 mil depósitos desse tipo.
De acordo com o fundador da FRAL Consultoria, a questão vai ainda além da criação de aterros sanitários, sendo preciso uma destinação adequada para o líquido tóxico resultante dos resíduos. Para isso, podem ser aplicadas uma das cinco formas de diminuir sua contaminação no solo: "Primeiramente, reduzir drasticamente as infiltrações de águas pluviais por meio de uma permanente cobertura dos resíduos e um bom manejo das águas; tratar os lixiviados por transferência, processos físico-químicos, biológicos, filtração por membrana e por evaporação.
"O método de tratamento está diretamente ligado ao tipo de resíduo, não havendo uma fórmula pronta e que pode ser aplicada para cada situação. Mas o que não pode ocorrer, em hipótese alguma, é o que vemos nos chamados aterros controlados, é uma simples cobertura de terra após o despejo do material, mas o solo não é impermeabilizado adequadamente e não há sistema de tratamento. Precisamos ficar atentos e cobrar soluções ao Poder Público", conclui.
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