Dois homens foram essenciais na morte do metalúrgico: o delegado da polícia civil, Edevarde José, com 45 anos, e o tenente da PM, Tamotu Nakão, 42 anos
Luís Alberto Alves
Neste prédio no bairro da Barra Funda, em SP, Rua Brigadeiro Galvão, 247, apartamento 23, mora um dos torturadores |
Sequestrado em 16 de janeiro de 1976 na porta da fábrica onde trabalhava na Mooca, Zona Leste de SP, o metalúrgico Manoel Fiel Filho estaria morto no final da manhã de 17 de janeiro, sábado.
O crime cometido por Fiel Filho era ter recebido o jornal esquerdista Voz Operária, editado pelo Partido Comunista Brasileiro, na época considerado a agremiação política com mais opositores à Ditadura Militar de 1964. A linha dura do Exército tinha a meta de fechar mais o regime.
Dois homens foram essenciais na morte do metalúrgico: o delegado da polícia civil, Edevarde José, com 45 anos, e o tenente da PM, Tamotu Nakão, 42 anos. Os dois foram usados para torturar e assassinar lentamente Fiel Filho. Seus gritos eram ouvidos pelos outros presos até desaparecer por completo.
Velório
A família foi avisada às 22 horas daquele sábado fatídico. No sepultamento eram visíveis marcas de agressões no rosto e mãos de Manoel Fiel Filho. Agentes da Polícia não permitiram que fosse feito qualquer tipo de comentário no velório. Inclusive apressaram o enterro, que aconteceu no Cemitério 4ª Parada, Belém, Zona Leste de SP.
Anistia
A Lei da Anistia impediu que os assassinos de Manoel Fiel Filho fossem presos e condenados pelo homicídio. Dois dos torturadores, o hoje aposentado tenente da PM, Tamotu Nakao, 82 anos, mora na Rua Teodomiro Uchôa Neto, nº 396, bairro Jardim Presidente Dutra, Ribeirão Preto, próximo à Avenida Castelo Branco, e o delegado, também aposentado, Edevarde José, 85 anos, reside na Rua Brigadeiro Galvão, 247, apartamento 23, Barra Funda, Centro de SP. Dois lobos em peles de cordeiro.
Nossa, moro neste prédio, nem sabia que vivia com um torturador, eu esquerdista tenho que tomar cuidado.Nunca se sabe...
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