quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Como o tempo passa Moisés da Rocha

Jornal da USP


Radiografia da Notícia

Chega o século 21, com o Brasil Pentacampeão sob comando do técnico Felipão

 Luís Alberto Alves/Hourpress

Nesta quinta-feira (16/10) estava passando por uma rua paralela à Avenida Brigadeiro Luís Antônio, próximo à #avenida #Paulista, quando de repente olhei para dentro de um barzinho e sentado numa mesa se encontrava sentando alguém que lutou e ainda luta pela preservação da cultura popular, principalmente do samba: o radialista #Moisés da #Rocha.

O conheço há 40 anos e acompanhei durante décadas o seu programa na Rádio USP/FM, “O Samba pede passagem”, no ar desde 1978. Foi pioneiro numa época que samba não fazia parte das programações das rádios FMs. Cantores e conjuntos que tocavam esse estilo de música raramente apareciam nas rádios e programas de televisão. Só no #Carnaval e rapidamente.

Nos poucos minutos que conversamos um filme passou pela minha mente. Quantos fatos históricos aconteceram desde que “O samba pede passagem” nasceu no estúdio e mente de Moisés da Rocha. Em 1978, o Brasil perdeu a Copa do Mundo na #Argentina, mas voltou invicto para casa. Por causa o disso o técnico Cláudio Coutinho criou a frase: “campeão moral”.

Bordão

No ano seguinte o #Corinthians seria campeão paulista, contra a mesma #Ponte #Preta que havia perdido esse título no dia 13 de outubro de 1977, quando tinha um time superior à equipe de Parque São Jorge. Em 1980, no MPB Shell, festival promovido pela #Rede #Globo, o terceiro lugar entrou para galeria dos sambas inesquecíveis por causa do bordão: “se gritar pegar ladrão/não fica um meu irmão....”

Nesse mesmo ano de 1980, a banda norte-americana Earth, Wind & Fire iria sacudir os ginásios #Ibirapuera e do #Maracanãzinho com grandioso show, com direito aos vocalistas desse grupo cantar a canção “Realce” de #Gilberto #Gil em português e sem sotaque. Dois anos depois, em janeiro o Brasil perderia #Elis #Regina. Em 1984, o País seria sacudido pelo movimento das Diretas Já, reunindo multidões em diversas cidades do #Brasil.

Tancredo Neves

 Em 1985 o Congresso Nacional aprova eleições indiretas e o candidato da ditadura Paulo Maluf é derrotado pela chapa Tancredo Neves/José Sarney. Mas em abril daquele ano, Tancredo Neves não assumiria a presidência, morreu no dia 21 daquele mês. Inflação alta leva a criação do Plano Cruzado que durou pouco apesar do esforço do ministro da Fazenda, Dilson Funaro. Em 1989 no voto direto, Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta o candidato das elites, Fernando Collor de Mello. Entra para história, a manipulação do debate entre ambos pela Rede Globo.

Chega a década de 1990. A alegria de Collor vira tristeza em setembro de 1992, quando o Congresso Nacional vota o seu impeachment. Itamar Franco, o vice, assume e em junho de 1994 nasce o Plano Real, liderado pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Antes em 1º de maio daquele ano o Brasil perderia num acidente, o piloto Ayrton Senna, morto durante o Grande Prêmio de Ímola na Itália.

Mas a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, colocaria o Brasil novamente na galeria dos campeões mundiais. A alegria iria durar pouco, pois em 1998, quem ganharia esse título seria a França, com apagão do atacante Ronaldinho Fenômeno.  Chega o século 21, com o Brasil Pentacampeão sob comando do técnico Felipão e duas tragédias se tornaram terríveis marcas nesses 25 anos: a morte de 3 mil pessoas no atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 e a pandemia em 2020 com milhões de mortos em todo o mundo. Como se vê meu caro Moisés da Rocha, quanta água passou embaixo da ponte nestes 47 anos de “O samba pede passagem”.

Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Cajuísticas.

 

 

 

 

 

 

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