Radiografia da notícia
*Calcula-se que o Brasil tenha, atualmente aproximadamente 5
milhões de usuários de drogas ilícitas
*A economia enfatiza que não existe venda sem consumidor
*Há funcionários que enfrentam dificuldades para conviver com
as cobranças diárias feitas pela chefia.
Luís Alberto Alves/Hourpress
Não é novidade para ninguém a operação da #Polícia de SP no
Litoral, após a morte de soldado da #Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar)
há poucos dias. Até 3 de agosto, 16 pessoas foram mortas em supostos confrontos
com os policiais. A repressão tem sido forte em diversas regiões do #Guarujá e
Santos.
É a tentativa de atacar o #crime organizado e desmobilizar
nesta região de SP a facção criminosa que atua fora e dentro de vários
presídios em todo o País, e calcula-se que tenha atualmente 100 mil membros que
comete diversos tipos de delitos, entre eles a venda de #drogas.
Estima-se que o Brasil tenha, atualmente, aproximadamente 5
milhões de usuários de #drogas ilícitas. O consumo atinge todas as faixas da
sociedade, seja homem ou mulher, pobre ou rico, famoso ou anônimo, adolescente,
jovem, adulto e até idosos.
Ilusão
A #economia enfatiza que não existe venda sem #consumidor. Ou
seja, para algum tipo de mercadoria ser comercializada, é preciso que haja
procura ou demanda, como se diz no jargão empresarial. Então para o crime
organizado ganhar milhões com a venda deste veneno, é necessário que existam
pessoas interessadas em sufocar as tristezas da vida neste tipo de #ilusão.
Mas o que leva alguém a gastar dinheiro, em alguns casos até
vender automóveis ou mesmo se prostituir, roubar e até matar para obter meios
para sustentar o seu #vício? Problemas todas as pessoas têm. Porém, quantas
conseguem conviver com este tipo de situação sem recorrer às #drogas?
No interior de empresas, seja de pequeno ou grande porte,
privada ou pública, há funcionários que enfrentam dificuldades para conviver
com as cobranças diárias feitas pela chefia. Outros, por causa da grande
pressão da vida #profissional, não têm estrutura emocional de suportar o peso do
cumprimento de metas.
Aliado
Já #adolescentes e #jovens, por causa da imaturidade, e se
deparando com um incerto cenário profissional e econômico, aliado ao ambiente
familiar, onde precisam obedecer aos pais, como rebeldia, entram neste perigoso
circuito do consumo de #drogas.
Por outro lado convivemos numa sociedade onde o #consumismo é
a palavra da hora. Quem não estiver usando a #roupa da moda, o calçado da moda,
o #celular da moda, o carro da moda, não morar em bairros top de linha, estudar
em escolas e faculdades de grife, é jogado ao ostracismo.
A maioria das pessoas consegue suportar esse tipo de discriminação,
sem recorrer aos trágicos cigarros de #maconha, pedras de #crack ou pó de #cocaína,
ou até mesmo as bebidas alcoólicas. Sabem que com esforço é possível obter
conquistas. Para tanto, é preciso empenho. E muitos conseguem vencer essa
batalha.
Inocentes
Lembro de uma propaganda que mostrava como o dinheiro
alimentava os cofres do #crime organizado. Tudo começava com alguém comprando
droga num ponto do tráfico. Com aquele dinheiro, os bandidos adquiriam armas,
que seriam usadas para tirar vidas de inocentes, em #assaltos e até #sequestros.
Mafioso nenhum investe o dinheiro dele na compra de
entorpecente. Ele vai usar o capital obtido na venda de drogas, exploração de
jogos de azar, contrabando de mercadorias, produtos falsificados, abertura de
casas de #prostituição e até #tráfico de pessoas para o Exterior. É deste jeito
que gira a roda da criminalidade.
Quando a #polícia reprime a bandidagem que se esconde nas
favelas, ela está atingindo a ponta da iceberg. Ali está o início da pirâmide.
Os magnatas do tráfico se encontram nos condomínios de luxo e até mesmo nas
coberturas dos grandes edifícios de luxo. Circulam em automóveis importados,
acima de R$ 400 mil ou até mesmo R$ 1 milhão.
Solução
Para derrotar esse mal, é preciso atingir a fonte, descobrindo
empresas que “lavam” o dinheiro do crime e desfalcar as suas finanças. É investir
nos serviços de inteligência da polícia para detectar mecanismos utilizados
pelos criminosos de fazer dinheiro sujo se tornar limpo. Atirar nos “pés rapados”
que se escondem nos morros não é a solução.
Por outro lado, o governo precisa colocar em prática modelo
de economia, onde as pessoas não sejam avaliadas pelo que têm na conta bancária
ou pelo lugar onde moram. O consumismo desenfreado funciona como combustível para
que cidadãos entrem nesta armadilha e não saiam mais dela.
A maior economia do mundo, os Estados Unidos, têm 23 milhões
de dependentes químicos. Pessoas que não conseguem sobreviver sem utilizar
qualquer tipo de droga. Vejam bem: num país onde as instituições funcionam,
onde presidente é processado, milionário e famoso são presos. O problema é que
ali, o consumo desenfreado é incentivado. Alguns decepcionados por não entrar
neste clube, assim como em demais países, sufocam a decepção nas drogas.
#Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue #Cajuísticas
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