quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Combustível para o #crime organizado


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Radiografia da notícia

*Calcula-se que o Brasil tenha, atualmente aproximadamente 5 milhões de usuários de drogas ilícitas

*A economia enfatiza que não existe venda sem consumidor

*Há funcionários que enfrentam dificuldades para conviver com as cobranças diárias feitas pela chefia.

Luís Alberto Alves/Hourpress

Não é novidade para ninguém a operação da #Polícia de SP no Litoral, após a morte de soldado da #Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) há poucos dias. Até 3 de agosto, 16 pessoas foram mortas em supostos confrontos com os policiais. A repressão tem sido forte em diversas regiões do #Guarujá e Santos.

É a tentativa de atacar o #crime organizado e desmobilizar nesta região de SP a facção criminosa que atua fora e dentro de vários presídios em todo o País, e calcula-se que tenha atualmente 100 mil membros que comete diversos tipos de delitos, entre eles a venda de #drogas.

Estima-se que o Brasil tenha, atualmente, aproximadamente 5 milhões de usuários de #drogas ilícitas. O consumo atinge todas as faixas da sociedade, seja homem ou mulher, pobre ou rico, famoso ou anônimo, adolescente, jovem, adulto e até idosos.

Ilusão

A #economia enfatiza que não existe venda sem #consumidor. Ou seja, para algum tipo de mercadoria ser comercializada, é preciso que haja procura ou demanda, como se diz no jargão empresarial. Então para o crime organizado ganhar milhões com a venda deste veneno, é necessário que existam pessoas interessadas em sufocar as tristezas da vida neste tipo de #ilusão.

Mas o que leva alguém a gastar dinheiro, em alguns casos até vender automóveis ou mesmo se prostituir, roubar e até matar para obter meios para sustentar o seu #vício? Problemas todas as pessoas têm. Porém, quantas conseguem conviver com este tipo de situação sem recorrer às #drogas?

No interior de empresas, seja de pequeno ou grande porte, privada ou pública, há funcionários que enfrentam dificuldades para conviver com as cobranças diárias feitas pela chefia. Outros, por causa da grande pressão da vida #profissional, não têm estrutura emocional de suportar o peso do cumprimento de metas.

Aliado

#adolescentes e #jovens, por causa da imaturidade, e se deparando com um incerto cenário profissional e econômico, aliado ao ambiente familiar, onde precisam obedecer aos pais, como rebeldia, entram neste perigoso circuito do consumo de #drogas.

Por outro lado convivemos numa sociedade onde o #consumismo é a palavra da hora. Quem não estiver usando a #roupa da moda, o calçado da moda, o #celular da moda, o carro da moda, não morar em bairros top de linha, estudar em escolas e faculdades de grife, é jogado ao ostracismo.

A maioria das pessoas consegue suportar esse tipo de discriminação, sem recorrer aos trágicos cigarros de #maconha, pedras de #crack ou pó de #cocaína, ou até mesmo as bebidas alcoólicas. Sabem que com esforço é possível obter conquistas. Para tanto, é preciso empenho. E muitos conseguem vencer essa batalha.

Inocentes

Lembro de uma propaganda que mostrava como o dinheiro alimentava os cofres do #crime organizado. Tudo começava com alguém comprando droga num ponto do tráfico. Com aquele dinheiro, os bandidos adquiriam armas, que seriam usadas para tirar vidas de inocentes, em #assaltos e até #sequestros.

Mafioso nenhum investe o dinheiro dele na compra de entorpecente. Ele vai usar o capital obtido na venda de drogas, exploração de jogos de azar, contrabando de mercadorias, produtos falsificados, abertura de casas de #prostituição e até #tráfico de pessoas para o Exterior. É deste jeito que gira a roda da criminalidade.

Quando a #polícia reprime a bandidagem que se esconde nas favelas, ela está atingindo a ponta da iceberg. Ali está o início da pirâmide. Os magnatas do tráfico se encontram nos condomínios de luxo e até mesmo nas coberturas dos grandes edifícios de luxo. Circulam em automóveis importados, acima de R$ 400 mil ou até mesmo R$ 1 milhão.

Solução

Para derrotar esse mal, é preciso atingir a fonte, descobrindo empresas que “lavam” o dinheiro do crime e desfalcar as suas finanças. É investir nos serviços de inteligência da polícia para detectar mecanismos utilizados pelos criminosos de fazer dinheiro sujo se tornar limpo. Atirar nos “pés rapados” que se escondem nos morros não é a solução.

Por outro lado, o governo precisa colocar em prática modelo de economia, onde as pessoas não sejam avaliadas pelo que têm na conta bancária ou pelo lugar onde moram. O consumismo desenfreado funciona como combustível para que cidadãos entrem nesta armadilha e não saiam mais dela.

A maior economia do mundo, os Estados Unidos, têm 23 milhões de dependentes químicos. Pessoas que não conseguem sobreviver sem utilizar qualquer tipo de droga. Vejam bem: num país onde as instituições funcionam, onde presidente é processado, milionário e famoso são presos. O problema é que ali, o consumo desenfreado é incentivado. Alguns decepcionados por não entrar neste clube, assim como em demais países, sufocam a decepção nas drogas.

#Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue #Cajuísticas

 

 

 

 

 

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