terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Gastos com supermercado aumentam 28% entre março e dezembro no Brasil

 




O maior pico registrado no ano aconteceu em julho, com um aumento de 57%
Redação/Hourpress

Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, analisou dados de mais de 42 mil usuários do aplicativo em todos os meses de 2020, e constatou que os gastos com supermercado aumentaram 28% entre março, início da pandemia no Brasil, e dezembro. As despesas registradas com alimentação no último mês do ano para essa base de análise foram de R$ 3.725.368,89, enquanto o ticket médio foi de R$ 343,98. O mês que apresentou o maior pico de gastos nessa categoria foi julho, com um percentual 57% maior do que o total gasto em março.



Em março, os gastos registrados com supermercado tiveram uma queda de 13% em comparação com janeiro. Porém, a partir de abril, as despesas nessa categoria aumentaram com base nos dados da amostra Julho foi o mês com o maior pico de gastos com supermercado, registrando um percentual de 36% maior do que o do primeiro mês do ano e 57% maior do que o total registrado em março.

No segundo semestre do ano, as compras com supermercados continuaram maiores do que eram no período pré-pandemia, porém foram apresentando uma tímida queda mês a mês, terminando dezembro com um total de gastos 12% maiores do que em janeiro e 28% maiores do que em março.

"Conseguimos perceber com essa análise que em março, com toda a incerteza sobre a pandemia, os gastos na maioria das categorias foram reduzidos. Mas com as famílias passando mais tempo em casa, os gastos com alimentação aumentaram. Os preços dos produtos em alta também influenciaram este aumento. Nos últimos meses do ano, com mais flexibilidade sobre as medidas de isolamento, os gastos com supermercado apresentaram uma pequena queda, já que parte da população voltou a comer em restaurantes ou optaram por pedir refeições por delivery, por exemplo", completa Larissa Brioso, educadora financeira da Mobills.

Ticket médio

Apesar das variações com o total de gastos, o ticket médio por usuário não apresentou grandes alterações. Em janeiro, o ticket médio era de R$ 342,92. Em maio, mês do maior pico do ticket, a média era de R$ 424,68, o que equivale a um aumento de 24% em comparação com janeiro. Em dezembro a média de gastos registrados ficou em R$ 343,98, um valor muito próximo dos gastos registrados no primeiro mês do ano.



Em relação ao método de pagamento, 28,4% das transações estão associadas a um cartão de crédito.


Millenials e Geração Z: o presente e o futuro das relações de trabalho

 


Especialistas da Luandre explicam os pontos de encontro e os de atrito das novas gerações e as empresas

Redação/Hourpress

Ter um emprego estável, casa própria e um bom carro. Esta trinca já foi fundamental, porém, hoje, para os Millenials, nascidos entre 1981 e início dos anos 90, as prioridades são outras. Entenda as diferenças:

Diferenças entre Millenials e Geração Z

Jovens adultos, na faixa dos 19 e 35 anos, os Millenials já ocupam o mercado de trabalho e são motivados pelas oportunidades de crescimento, ao mesmo tempo em que buscam equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. São conhecidos pelo trabalho em equipe, aliado à flexibilidade -- home office e horários adaptáveis

De acordo com Gabriela Mative, gerente de RH da Luandre, uma das maiores consultorias de RH do Brasil, os Millenials, também conhecidos como Geração Y, estão abrindo o caminho de uma nova era profissional, bem diferente da anterior, ocupada pela Geração X e que vai ganhar novos contornos quando a Geração Z, formada por adolescentes, hoje, estiver no mercado.

“Esses jovens, com idades entre 11 e 18 anos, da Geração Z, são ainda mais competitivos e independentes, preferindo ter um ambiente de trabalho exclusivo a ter que dividir um. São indivíduos totalmente por dentro da era digital, diferentemente dos Millenials que, embora pioneiros tiveram de se adaptar”, detalha Gabriela.

O que essas gerações querem?

Assim, na Luandre, observa-se essa mudança de comportamento puxada pela Geração Y. Se antes, estabilidade era a pauta do dia, a preocupação hoje é com a qualidade das relações interpessoais. “Uma das principais buscas é por lideranças qualificadas. A maioria destes profissionais avalia a qualidade do gerente. Para as novas gerações, o trabalho é a vida deles, ou seja, um mau gerenciamento os afasta rapidamente”, diz Gabriela.

Outras questões, como oportunidades de crescimento na empresa e aumento de salário influenciam significativamente. “As gerações anteriores também buscavam por reconhecimento financeiro, mas notamos que os jovens precisam deste reforço mais rapidamente, talvez porque a velocidade de tudo hoje em dia seja maior, a começar pela rapidez que a internet proporciona”, explica Gabriela.

Ela ainda destaca que esses profissionais buscam por empresas alinhadas a seus ideais: “Millenials têm a preocupação em estar em companhias que estejam de acordo com seu propósito de vida, por isso, para eles tão importante quanto um bom salário é a transparência da empresa em relação à sua missão e suas práticas”.

O futuro nas organizações

No passado, quando a Geração Y estava chegando ao mercado, havia o mito de que se tratava de gente preguiçosa. Contudo, neste momento, o consenso é que características, antes desprezadas, podem ser positivas. Gabriela nota que a necessidade por flexibilidade de horário, já comentada, possibilita que não se limitem a

trabalhar somente de acordo com uma carga horária pré-estabelecida e não se importem em também oferecer essa flexibilidade conforme a demanda.

Ela também observa a capacidade de articulação e iniciativa para propor ideias em razão da vontade por autonomia: “há uma busca por fazer diferença no mundo e isso começa pelo local onde trabalham. Eles querem ser agentes transformadores e não apenas levar adiante o que já está estabelecido”.

E, ao que tudo indica, o cenário profissional daqui a alguns anos deve seguir essa tendência ao se considerar que os Millenials já são 50% do público interno das organizações e, em dez anos vão representar, 75% da força de trabalho no mundo, segundo uma pesquisa global liderada pela ferramenta Join.Me. Na Luandre, em 2019, o número de contratados entre 20 e 35 anos representou 73% e o número de currículos recebidos ultrapassa a média de 63%.

Moradia de idosos: envelhecimento da população exige preparo e reformulação de ambientes

 


Segurança e qualidade de vida devem ser foco de projetos residenciais para idosos

Norton Ricardo Ramos de Mello 

No final de 2018 as pessoas com idade acima de 60 anos representavam cerca de 13% da população do país, o que soma mais de 28 milhões de idosos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até o final dessa década esse número deve dobrar, de acordo com a Projeção Populacional do IBGE divulgado em 2018. O mestre em Engenharia Biomédica e PhD em Gestão de Saúde Norton Mello, da BIOENG Projetos, ressalta que essa realidade deve ter um grande impacto no segmento de construção civil nos próximos anos. 

Mello salienta que, entre os fatores que exigem atenção, está o elevado índice de acidentes domésticos entre pessoas com mais de 60 anos. Segundo o Ministério da Saúde, 70% dos acidentes com pessoas nessa faixa etária acontecem dentro de casa. Para o especialista em bioengenharia, esses números apontam para o desafio social e a falta de políticas públicas em boa parte dos países para amparar a população idosa nos âmbitos educacional, sanitário, de saúde e moradias. 

O engenheiro já desenvolveu diversos projetos voltados para esse público e explica que é preciso explorar recursos multissensoriais para proporcionar segurança, conforto, praticidade e estética agradável. “Viver mais não significa viver melhor, por isso é essencial relacionar os ambientes às necessidades emocionais e físicas das pessoas para que possam usufruir a longevidade de forma saudável e com qualidade”, afirma.  

Mello também explica que é comum que as pessoas tenham uma ideia negativa do conceito de um residencial para idosos. Porém, ele salienta que já existem projetos que desconstroem essa imagem ao unir, em um mesmo espaço, os conhecimentos de engenharia, medicina, bioengenharia e user experience. 

Entre os projetos da BIOENG que fazem parte dessa realidade está a Vila Toscana, residencial localizado próximo à Orlando, FL (EUA), que é um exemplo de moradia multissensorial para idosos. No local é possível resgatar a memória afetiva das pessoas através da identidade olfativa com aroma de lavanda e manjericão, até detalhes em cores, texturas e iluminação entre vários outros elementos arquitetônicos aliados à bioengenharia que foram usados para criar uma jornada positiva, não só para os moradores, mas também para quem trabalha ou visita o espaço. 

Mello salienta a urgência dos países até então considerados “jovens”, como o Brasil, se prepararem para a realidade imediata do envelhecimento da população. “Para isso é preciso adaptar ambientes residenciais e comerciais pensando em segurança, conforto e infraestrutura”, afirma. 

 Norton Ricardo Ramos de Mello 

Graduado em Engenharia Civil pela UFPR, Mestre em Engenharia Biomédica pela UTFPR e PhD.

Taxa de condenação dos que empregam em regime de trabalho escravo é de apenas 4,2%

 


O estudo teve como objetivo realizar um diagnóstico sobre o funcionamento do sistema de justiça brasileiro na repressão do trabalho análogo à escravidão

Redação/Hourpress

De acordo com os Relatórios Globais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre 1995 e 2018, mais de 53 mil trabalhadores foram resgatados no Brasil, pelo Ministério do Trabalho, em situações análogas a escravidão e o pagamento de indenizações que somam mais de 100 milhões de reais.

O cenário, porém, está longe de ser positivo. Segundo uma pesquisa realizada pela Clínica de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas (CTETP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram realizadas 3.450 operações de fiscalização de trabalho escravo, entre 2008 e 2019 e mais de 20 mil trabalhadores foram resgatados. Entretanto, apenas 112 pessoas foram responsabilizadas penalmente pelo crime, o que corresponde a 4,2% de todos os acusados.

O estudo teve como objetivo realizar um diagnóstico sobre o funcionamento do sistema de justiça brasileiro na repressão do trabalho análogo à escravidão, com foco na atuação da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho.

A pesquisa, liderada por Carlos Haddad, professor da UFMG e co-fundador do Instituto AJA, analisou 1464 processos criminais e 432 ações civis públicas, iniciados no país nos últimos onze anos e constatou que o número de absolvidos devido à ineficiência probatória chega a 46%.

“É importante lembrarmos neste mês do combate ao trabalho escravo, que há um longo caminho a percorrer para resultados efetivos. A existência de afirmativas como ausência de prova da restrição de liberdade; ausência de prova de dolo; ausência de ofensa à dignidade do trabalhador, dentre outras, ainda protegem a maioria dos incriminados de serem devidamente condenados”, afirma Haddad.

Em relação ao tempo das ações penais, o lapso temporal varia de um a oito anos. O motivo, identificado pela pesquisa é por algumas terem sido propostas meses após a constatação do trabalho escravo. “O clamor provocado pelas reportagens pode gerar atividade inicial imediata no sentido de fazer cessar a prática ilícita, mas não parece ser elemento propulsor de maior celeridade processual, considerando que, em boa parte dos casos, transcorreram-se anos até que a ação judicial fosse promovida”, declara Haddad.

O professor do Instituto AJA, Luís Pedrosa, destaca que a questão de morosidade que atinge todo o judiciário brasileiro atrapalha muito a resolução de casos sobre trabalho análogos à escravidão, nas diversas varas do país: “a demora em geral é causada pela falta de organização e de método nos processos, a pressão popular acelera o andamento num momento inicial”.

Ações propositivas

Uma das ações que pode dar resultados em longo prazo é a identificação dos empregadores que submetem obreiros a condições análogas à de escravo, criada por meio da Portaria MTE 1.234/03, e denominada “Lista Suja”. Uma vez incluído na lista suja, o empregador fica impedido de conseguir créditos.

De acordo com a distribuição da inclusão de empregadores na lista suja por estado da federação, 23,3% dos nomes incluídos são do estado do Pará, 11,8% de Minas Gerais e 11,7% do Mato Grosso. Maranhão e Tocantins representam, respectivamente, 7,7 e 7,5% dos empregadores incluídos na lista suja do trabalho escravo contemporâneo.

Sobre as ações na Justiça do Trabalho, “as sentenças podem estabelecer indenização por danos morais individuais ou coletivos. Os pedidos de indenização por dano moral coletivo são muito mais frequentes e foram encontrados em 80,1% das ações civis públicas. Somente 4% das ações não registraram pedido de dano moral coletivo” afirma o co-fundador do Instituto AJA.

 

Como o retorno às aulas pode afetar os estudantes?

 


Muitas escolas terão sistema híbrido e será possível reencontrar os colegas

Redação/Hourpress

Após um ano atípico no ensino em 2020, a retomada das aulas em 2021 também será diferente. Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, o início do ano letivo na rede pública será de maneira virtual, não há previsão de retorno presencial. Já na rede estadual de ensino, será adotado um sistema híbrido, com aulas remotas e presenciais, sendo que estas seguirão a resolução nacional, que permite até 30% de estudantes nas escolas. Os colégios particulares já haviam adotado o sistema híbrido desde o final do ano passado e devem seguir dessa maneira.

 Se já era comum o início de um ano letivo gerar muitas expectativas nos estudantes, agora elas aumentam, devido todas as mudanças causadas pela pandemia do novo coronavírus. A psicóloga e neuropsicóloga Júlia Penna de Siqueira (CRP 09/6657), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, observa que os estudantes estão ansiosos neste momento. “O retorno às aulas presenciais pode trazer ansiedade tanto para o estudante que está doido para voltar para a escola quanto para o que não quer, depois de tanto tempo em que não tiveram esta experiência”, destaca.

 Para este momento, a profissional salienta a importância do apoio dos pais. “É importante que os pais conversem com os filhos antes da volta às aulas, perguntem como estão se sentindo, sobre o que está gerando aquele sentimento, o que podem fazer para ajudar e também, se for o caso, que preparem os filhos para voltar para uma escola diferente daquela antes da pandemia”, explica. Para quem não está desejando pela volta às aulas, diz a psicóloga, é importante lembrá-lo sobre as coisas que ele gostava da escola.

 "Alguns podem não estar tão desejosos por causa das vantagens que tiveram durante a pandemia, de às vezes não terem tido que acordar cedo todos os dias, não ter precisado se deslocar pra escola, ter tido mais tempo para atividades de lazer ou menos aulas semanais. Outros podem não estar querendo voltar às aulas presenciais por terem enfrentado dificuldades e distúrbios emocionais durante a pandemia, como transtornos relacionados à ansiedade, depressão, luto por uma pessoa querida, sobrecarga emocional, conflitos e problemas familiares e financeiros", aponta Júlia.

 Ela destaca que se o incômodo com o retorno persistir é importante buscar ajuda especializada, com um psicólogo ou psiquiatra. “Longos períodos de isolamento também podem gerar um fenômeno psicológico chamado de Síndrome da Cabana, que é o medo excessivo em relação a sair de casa e se relacionar com outras pessoas. Esse medo pode gerar sintomas importantes de ansiedade e estresse, que devem ser tratados para não prejudicar a vida acadêmica e social da pessoa, no caso, dos estudantes”, explica.

 Convivência é importante

A psicóloga destaca que o vínculo entre colegas de escolas é muito importante. “A convivência com pessoas da mesma faixa etária permite que a criança e o adolescente tenham com quem compartilhar os interesses, vivências e conflitos próprios da faixa etária. Para o adolescente é ainda mais importante o vínculo com os colegas, porque ele tende a se afastar um pouco da família e se aproximar dos amigos, o que faz com que os amigos tenham um papel mais importante em suas vidas”, explica Júlia Penna.

 Ela ressalta ainda como essas amizades influenciam a formação da personalidade da pessoa. “O vínculo com os colegas e amigos é que vai fazer a criança e o adolescente desenvolverem habilidades sócio-emocionais, como aprender a dividir e compartilhar, lidar com as diferenças, com as frustrações, ter empatia, se comunicar de forma mais assertiva e eficaz, ganhar e perder, ajudar o outro, lidar com conflitos, desenvolver a capacidade de enfrentar situações difíceis, respeitar os limites, entre outros”, explica a neuropsicóloga. 

 “Além disso, o ser humano é um ser social, ele busca e necessita de relações sociais, e quando esta área da vida não é satisfeita, pode prejudicar a sua saúde mental, influenciando não propriamente na sua personalidade, mas em seu modo de viver a vida, podendo viver de forma mais solitária, com menos atividades ou menos alegria e sentido de viver, por exemplo”, destaca Júlia Penna sobre a necessidade de interação.

 Sem contato

Júlia ressalta ainda as orientações que devem ser reforçadas com os estudantes neste retorno, visto que o contato que a maioria gosta, principalmente com abraços, não poderão ocorrer. “Com certeza será difícil para os alunos se conterem e mudarem seus hábitos em relação à forma de se relacionar com os colegas. É importante os pais conversarem sobre isso com os filhos antes da volta às aulas, para prepará-los e orientá-los sobre medidas para a proteção da saúde da família e falarem sobre como eles poderiam demonstrar afeto aos colegas sem se arriscarem. Por exemplo, dando um ‘soquinho’ na mão do colega e depois passar álcool em gel”, finalizou.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

PF e Receita Federal apuram desvio de recursos destinados a creches

 



Operação cumpriu mandados de busca em quatro municípios paulistas

Agência Brasil 

Com apoio da Receita Federal, a Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (21) uma operação para combater o desvio de recursos públicos destinados ao custeio de centros de educação infantil e creches, que atendem crianças de até 3 anos, geridos por organizações de controle civil (OSCs), por meio de convênios firmados com o município de São Paulo.

Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão nos municípios de Itaquaquecetuba, Santana do Parnaíba, Mogi das Cruzes e São Paulo. Foram também suspensos convênios e repasses firmados com 36 OSCs e paralisadas as atividades desempenhadas pelos escritórios de contabilidade e pelos sócios, e proibido o acesso dos investigados às creches e a tais organizações. Foi determinado ainda o sequestro de veículos, bens imóveis e valores depositados em contas bancárias equivalentes aos recursos desviados. 

De acordo com as investigações que culminaram na Operação Daycare, os sócios de cinco escritórios de contabilidade investigados criaram organizações da sociedade civil que passaram a gerir as creches e distribuíram a direção destas entre funcionários e parentes dos sócios das empresas. 

Com base no cruzamento das informações dos processos de prestação de contas apresentados ao ente municipal pelos escritórios de contabilidade com os dados constantes do sistema de arrecadação da Receita Federal, constatou-se que houve fraude em 1.119 desses processos, por meio do uso de documentos falsos. Os valores desviados somaram R$ 14.229.486,49. Nesse caso, as despesas foram declaradas à prefeitura como executadas, mas não houve recolhimento dos valores.

As despesas simuladas são de duas naturezas, disse a Polícia Federal. “A primeira corresponde a contribuições sociais devidas à União em virtude do emprego de mão de obra nas creches. A segunda corresponde a despesas com a aquisições de materiais de consumo para viabilizar as atividades de apoio prestadas, como materiais didáticos e de papelaria, gêneros alimentícios etc."

As investigações descobriram também que oito fornecedoras são responsáveis por 26,95% das aquisições feitas pelas creches de São Paulo. Conforme a PF, estas fornecedoras não existem nos endereços em que estão cadastradas. Além disso, as creches são destinatárias de 92,58% das vendas realizadas por elas, e o preço das mercadorias revendidas supera em 9 vezes o das aquisições feitas pelas fornecedoras. 

"As falsificações de notas eram grosseiras, com o código de validação repetido em vários meses. Era apresentado o comprovante de agendamento do tributo, e não de pagamento. Antes do vencimento, o agendamento era cancelado e não [se] efetivava o pagamento.” Segundo a PF, eles também faziam a contratação de serviços, e as notas fiscais de entrada adquiriam muito menos do que entregavam. Ou seja, demonstravam aquisição, mas não tinham capacidade de entregar porque o volume de entrega era superior ao adquirido, explicou a Receita Federal.

Os crimes investigados são os de peculato, falsificação de documento público,falsificação de documento particular e sonegação de contribuição previdenciária, além de participação em organização criminosa.

Bomba relógio em SP tem nome: árvores de tronco podre

 Ela morreu na hora e seu carro teve perda total

Luís Alberto Alves/Hourpress

Hourpress

 

Hoje de manhã (21), na Alameda Santos esquina com Rua Teixeira da Silva, Região da Paulista, Centro Expandido, uma árvore de grande porte caiu, arrancando parte do piso da calçada e forçando os fios da rede elétrica do outro lado. Segundo porteiros e funcionários de prédios, diante de onde ficava essa bomba relógio de efeito retardado, ninguém saiu ferido.

Infelizmente a vendedora Ana Paula Santiago Rocha, 45 anos, não teve essa mesma sorte, em 1º de dezembro passado, quando estava a um quilômetro de casa, uma árvore de grande porte existente no quintal de uma faculdade, na Rua Afonso Celso, Vila Mariana, Zona Sul, despencou sobre o seu carro. Ela morreu na hora e seu carro teve perda total.



Na Rua Embaú esquina com Pedro de Toledo, próximo ao Shopping Santa Cruz, Vila Mariana, Zona Sul, há mais de 2 anos existe, outra árvore de grande porte, com o miolo comido por cupins, mas até agora aguardando a chance de provocar uma tragédia ao cair sobre pedestres ou automóveis.

Paciência! É preciso em grande dose para falar com o Serviço de Remoção e Poda de Árvores da Prefeitura de SP. Dificilmente existe data para retirar das calçadas das ruas, árvores de tronco podre, corroída por cupins, e colocando em risco a vida de motoristas e pedestres. Quando ocorre fatalidade, o comunicado padrão é lido para a imprensa.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Com 40 anos de atraso, Ford resolve ir embora do Brasil

 


Na década de 1980, o clima econômico colaborava para a #Ford ir embora

Luís Alberto Alves/Hourpress

Partida anunciada! Assim defino a saída da #Ford do Brasil, com fechamento de suas fábricas de automóveis no País, anunciada hoje (11). A de caminhões ela bateu o martelo primeiro, descendo as portas da planta de São Bernardo do Campo, no ABC. Igual casamento, cujas brigas já ocorriam desde os primeiros dias de namoro e poucos anos depois o divórcio confirma o que todos já sabiam.

Na década de 1980, o clima econômico colaborava para a #Ford ir embora. Hiperinflação, os metalúrgicos do ABC, cheios do gás do recém-fundado Partido dos Trabalhadores (PT), faziam diversas greves para reposição salarial, numa época que a inflação mensal passava dos 80%. Sem jogo de cintura, os norte-americanos tomaram a decisão de sair do País, aonde chegaram em 1919, com as bênçãos de Henry Ford, o fundador da montadora.

Amor

De repente alguém resolver selar a união entre Volkswagen e #Ford, criando a Auto Latina, com ambas as montadoras mantendo áreas comerciais de marketing, produtos e concessionárias distintas. Cada uma, mantendo o seu presidente e respectiva equipe, mas subordinadas ao presidente geral da holding. O caso de amor econômico durou de julho de 1987 a dezembro de 1995.

Essa união não daria certo. Igual quando os pais da futura noiva olham e dizem para a filha que o seu namorado não é para ela. Dificilmente o prognóstico falha. O problema era mesclar a cultura norte-americana e alemã para compartilhar projetos e fábricas. A prática revelou o desastre desta parceria.

Royale

Com engenharia única, visando redução de custos no desenvolvimento de projetos, saíram da prancheta os modelos Ford Verona e da Volks vieram o Apollo, Logus e Pointer. O sedã Santana e perua Quantum ganharam os nomes de Ford Versailles e Royale. Carros da Volks produzidos pela Ford e vice-versa.

Longe do Brasil, igual casal que muda de cidade, pensando que assim salva o casamento do fracasso, em Portugal a #Ford se uniu com a Volks, criando a Auto Europa, construindo uma fábrica para produção de minivans Volkswagens Sharan, Seat Alhambra e Ford Galaxy. Constituída em 1991, a fábrica ficou pronta em 1995, mas em 1999 o casamento acabou, com a Volks assumindo 100% do capital.

 Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

#Bolsonaro: o senhor quebrou o Brasil!

 


Não sabemos como o #Brasil ficará até o término dessa terrível e desorganizada administração

Luís Alberto Alves/Hourpress

Desde quando assumiu a presidência do País, o presidente #Bolsonaro trabalhou para jogar o #Brasil no abismo. Desrespeitou regras importantes no mundo dos negócios, como a de jamais agredir verbal e politicamente um grande parceiro comercial. Anulou os esforços de administrações anteriores de aumentar os créditos no Comércio Exterior.

Passou a tratar a política ambiental como se fosse algo desprezível. Incentivou o desmate e protegeu os grandes contrabandistas de madeira, retiradas ilegalmente da floresta amazônica. Destruiu o ministério do Trabalho, anulou Portarias que durante décadas protegeu o funcionário nas empresas.

Alimentou o ódio contra o Congresso Nacional, tentou colocar em prática a insanidade de fechar o #STF (Supremo Tribunal Federal). Em termos de Saúde Pública, ignorou o perigo da covid-19, que já matou quase 200 mil pessoas desde março do ano passado. Incentiva a irresponsabilidade quanto a vacinação da população contra essa terrível doença.

Terrível

Nem o maluco e incompetente presidente Fernando Collor de Mello, obrigado a renunciar em 1992 por causa de vários escândalos, cometeu tantos erros infantis. Tinha um bom vice-presidente, Itamar Franco, que ao assumir o governo não permitiu que o nosso país mergulhasse de vez no lodo. Foi na sua gestão que o Plano Real acabou implantado.

Não sabemos como o #Brasil ficará até o término dessa terrível e desorganizada administração. Infelizmente essa nação não tem presidente. Alguém que a coloque nos eixos. Para nossa tristeza, é um doido quem ainda (não sei até quando) segura no leme. Qual empresário vai investir num país, onde o próprio presidente anuncia que está quebrado?

É igual o futuro sogro dizer ao genro que a noiva, sua filha, é alguém sem nenhuma qualidade para se casar. Descontadas as proporções, é isto que #Bolsonaro fala aos investidores internacionais ao anunciar que administra um país quebrado. Esperamos que algo sensato seja feito. A nação não pode continuar sem controle e destruída todos os dias.

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

O “pobre de direita” e a esquerda perplexa: um esclarecimento

 

O que é o inconformismo ou revolta com o chamado “pobre de direita”


Marcos Verlaine

Arquivo

Sobre o que diferencia a esquerda da direita, recomendo a leitura do breve, mas esclarecedor artigo do jornalista Ricardo Cappelli — “A esquerda morreu?1 Quem desejar aprofundar um pouco mais sobre o assunto, sugiro a leitura do livro Direita e Esquerda - razões e significados de uma distinção política, de Norberto Bobbio2.

Como o artigo de Cappelli é absolutamente completo para o que se propõe, não cabe aqui perder tempo com essa temática, pois entendo que o mesmo esgota o assunto de forma clara, objetiva e inteligente. Vale a pena lê-lo!

Assim, o objetivo deste brevíssimo texto é tentar lançar luz sobre essa incompreensão da militância de esquerda, que a deixa perplexa no debate político, nas redes e nas ruas, e que, portanto, a desalenta — que é o inconformismo ou revolta com o chamado “pobre de direita”, que traz consigo também uma carga de perigosos preconceitos3 com a pobreza4. Vamos tentar entender esse “fenômeno”. Há outras “lacrações” pseudo-esquerdistas. Mas “dinamitar” esta já ajuda bastante nesse debate ainda muito rasteiro e precário.

Pré-condição para tomada de consciência política
Uma pessoa pobre tem de ser necessariamente de esquerda? Qual o pré-requisito para sê-lo? Por quê?

Não. Porque não é a condição social ou econômica que determina a tomada de posição política ou determina ainda a consciência político-ideológica e social. Há nessa “exigência” da militância de esquerda contra os mais pobres muita abstração.

O fator determinante é a formação da consciência social, que não se dá imediatamente pelas experiências vividas. Essa formação requer estudo e reflexão. Requer mediações. Do contrário, as favelas e periferias estariam cheias de esquerdistas!

Desse modo, diante da realidade brasileira, é até mais fácil uma pessoa pobre ser de direita. Isto é, alguém que mesmo sendo uma pessoa pobre, sem posses, defenda interesses diametralmente opostos aos seus. Foi isso que aconteceu, por exemplo, com a eleição de Bolsonaro, quando quase 58 milhões de brasileiros o escolheram presidente da República em 2018.

Por que é mais fácil, mesmo sendo uma pessoa pobre, ser de “direita”?

Ideias dominantes, da classe dominante
Porque, segundo Marx5, “As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante”. Isto explica, portanto, para quem concordar com essa tese, porque, em geral, os pobres são majoritariamente de “direita”, ainda que sequer essa maioria domine ou compreenda, ao menos rudimentarmente, esse conceito.

Ou seja, como os detentores do poder econômico também detêm os meios de difusão de massa, esses difundem massivamente suas ideias, como as dominantes. Fazem isso, cotidianamente, por meio da chamada indústria cultural, que reproduz aos borbotões as ideias da classe dominante.

Outrossim, diante disso, nada tem de antinatural alguém que seja pobre se posicionar à direita do espectro político. Ao contrário! Nem é preciso uma educação formal para isso. Os meios de comunicação fazem isso no dia a dia e, desse modo, massificam as “ideias dominantes da classe dominante”. Então, por que alguém que é pobre (sem posses) não poderia/deveria ser ou votar na direita?

Não cabe à esquerda essa estupefação ou preconceito em relação a isso. Esse espanto nada mais é que uma espécie de consciência ingênua [da esquerda], que imagina ser possível aprender e/ou apreender algo sobre determinado objeto, no caso o chamado “ser político”, sem mediações, isto é, sem estudo sobre esse determinado objeto. Isso é uma abstração ingênua, portanto, falsa!

Aquisição de consciência de classe e/ou social é resultado ou produto de estudo e reflexão. Não existe conhecimento sem mediação. Ou dito de outro modo: todo conhecimento é mediado.

O pobre não se rebela porque é pobre. Pobre não tem necessariamente que votar na esquerda porque é pobre. Esse raciocínio é ingênuo. Os pobres só irão se rebelar e/ou votar conscientemente ou até mesmo tomar o “céu de assalto” se houver uma consciência e compreensão sobre a estrutura social perversa reinante que lhe massacra.

A esquerda está perdendo no campo da batalha das ideias, porque não está conseguindo se contrapor às ideias dominantes da classe dominante. Para mudar a realidade é preciso compreendê-la.

A dianteira de Bolsonaro, que pauta o debate político a todo momento, e outras incredulidades da cena política ora reinantes são produto dessas e de outras incompreensões.

Por fim, é importante não esquecer que mais de 2/3 desses quase 58 milhões de votos obtidos pelo atual presidente da República outrora foram depositados em Lula (2003-2010) e depois em Dilma (2011-2016). 

 Marcos Verlaine, jornalista, analista político.