Desde a época do
Regime Militar de 1964, a doutrina da Segurança Nacional tornou o povo inimigo
político do governo
Luís Alberto
Alves/Hourpress
Estamos no século 21,
mas as Polícias Militares, em diversas regiões do Brasil, continuam agindo
iguais os capatazes que perseguiam os escravos fugitivos das fazendas, para não
morrerem de tanto trabalhar sob o jugo dos senhores de engenho. Não é coincidência
que a maioria das vítimas seja negra e pobre.
É vergonhoso olhar a
imagem ou o vídeo de uma mulher, a caminho de se tornar idosa, deitada no chão
e um soldado pisando com sua botina sobre o pescoço da vítima. Não existe
desculpa para tamanho descalabro. É alguém que precisa ficar fora das ruas. Do
contrário colocará em risco a vida da população.
Pobre
Mas a prática de maus
tratos de parte dos soldados e até oficiais da PM não é de agora. Desde a época
do Regime Militar de 1964, a doutrina da Segurança Nacional tornou o povo
inimigo político do governo. Caso seja negro, pobre e more numa favela, será a
presa fácil nas mãos destes horrorosos policiais.
Sem querer ministrar
opinião na cadeira de Psicologia, os últimos atos de violência praticados pela
PM em várias cidades do Brasil, revela que esses homens estão fora de controle.
O seu sistema nervoso está destroçado. É alguém que necessita de tratamento psiquiátrico.
Do contrário vai matar um inocente, manjando ainda mais a imagem da PM.
Fuzil
No mês de junho, nove
soldados torturaram um pizzaiolo no bairro do Jaçanã, Zona Norte de SP e o obrigaram
a mentir na elaboração do Boletim de Ocorrência na delegacia. Felizmente as
imagens das agressões explodiram nas redes sociais e eles foram afastados das
ruas e nesta segunda-feira (13) acabaram soltos pela Justiça Militar.
O que dizer do menino
João Pedro, 14, morto com tiro de fuzil dentro de sua casa em São Gonçalo, Rio
de Janeiro. Sua residência foi alvejada 70 vezes com disparos desta arma de
fogo. Não muito distante dali, em março, o jovem Iago César dos Reis Gonzaga,
21, perdeu a vida através de tiro disparado pela PM na favela do Acari.
Negras
São diversos
registros de abuso de autoridade, agressões, torturas e mortes a sangue frio, como
ocorreu com o adolescente Guilherme Silva Guedes, 15, na cidade de Diadema,
Grande SP, onde um soldado e um sargento são acusados de agredi-lo e depois matá-lo.
Levantamento do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) evidencia que 75,4% das pessoas mortas
em intervenções policiais nos anos de 2017 e 2018 eram negras. Ao todo,
11% das mortes violentas intencionais reportadas em todo o Brasil, no período,
foram cometidas pela polícia.
Sobrevivência
Ao agir desta forma,
a instituição PM perde a credibilidade junto à população, que passa a vê-la
como inimiga, que pode colocar a sua vida em risco, quando o dever da Polícia é
proteger o cidadão, seja pobre ou rico, morador na periferia ou nas regiões
abastadas das cidades. Cada vez que alguém é vítima de maus Pms, o crime
organizado ganha mais status.
Não é novidade que na
periferia, boa parte do povo não goste da Polícia. Prefere, erradamente e por
questão de sobrevivência, simpatizar-se com criminosos, que os ajudam, para não
ter seus pontos de drogas prejudicados. Esta cultura de violência enraizada nas
Polícias Militares precisa ser extinta, para o bem da própria Segurança
Pública.
Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga
tudo!!!
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