De acordo com o Índice de Confiança do Supermercadista, os empresários do setor estão menos otimistas com relação aos próximos seis meses
- São Paulo
Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil
As vendas em valores reais do setor de supermercados apresentaram alta de 0,95% no primeiro semestre de 2017 na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados do Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), pesquisados pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade, em junho as vendas aumentaram 0,59% com relação a maio e 2,71% ante junho do ano passado.
Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram alta de 0,36% em relação ao mês de maio e, quando comparadas a junho de 2016, a alta é de 5,82%. No acumulado do ano, as vendas cresceram 5,26%.
"O que sentimos é que a queda da inflação, o pequeno crescimento das contratações e o dinheiro do Fundo de Garantia na compra de eletrodomésticos e móveis fizeram o resultado ficar positivo. Sabemos que sempre que ocorre queda de inflação há um grande poder aquisitivo, porque o consumidor ainda está com o salário que foi aumentado em uma inflação passada maior do que a inflação presente", disse o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.
Segundo Sanzovo, diante do cenário econômico atual, a entidade revisou a projeção de vendas reais para o setor em 2017, que passou de 1,30% para 1,50%.
"Essa foi uma reavaliação conservadora. Alguns indicadores podiam nos levar a uma avaliação mais forte, mas dada a instabilidade política do país, resolvemos escolher a opção mais conservadora. O setor é o último a sentir quando há recessão e um dos primeiros a reagir quando a economia volta a apresentar sinais de crescimento. Acho que isso já está acontecendo. Os números indicam que a economia começa a se descolar um pouco da política", afirmou.
No mês de junho, a cesta de produtos Abrasmercado, composta de 35 produtos de largo consumo, pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da ABRAS, registrou queda de -0,67%, ao passar de R$467,62 para R$467,47. Já no acumulado do ano, a cesta apresentou queda de -1,87%.
Segundo a pesquisa, as maiores quedas de preço no mês de junho foram registradas em produtos como tomate (-13,68 %), batata (-13,20 %), cebola (-7,73 %) e pernil (-4,47 %). Já as maiores altas foram nos itens feijão (16,05 %), queijo mussarela (5,25 %), queijo prato (4,22 %) e farinha de mandioca (2,26 %).
No mês de junho, as região Norte e Nordeste registraram alta nos preços (0,07% e 0,01 %). As demais registraram queda: Centro-Oeste (-1,69 %) , Sudeste (-1,65 %) e Sul (-0,25 %) .
Confiança
De acordo com o Índice de Confiança do Supermercadista, os empresários do setor estão menos otimistas com relação aos próximos seis meses. Segundo a pesquisa, 46% dos entrevistados acreditam que suas empresas estarão melhores na comparação com o momento atual.
Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!
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