Comandante do Exército Eduardo Villas Bôas |
Luís Alberto Alves
Poucas pessoas prestaram
atenção ao comentário feito pelo comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas,
há poucos dias. Ele classificou o momento atual de “crise difícil, crítica”.
Mostrou o lado positivo e negativo da situação. Essa observação interrompeu a
linha de distanciamento rigorosamente militar e constitucional desde o governo
Lula. Quem geralmente descia o sarrafo na bagunça reinante no Congresso
Nacional eram os militares da reserva, encastelados no clube do pijama.
O comandante Villas Bôas
está na ativa e responde pelo comando do Exército. Alertou que a crise é política, econômica e ética muito
séria, e caso prossiga poderá se transformar em crise social preocupante,
afetando a estabilidade do País. Neste trecho do comentário, Villas Bôas enfatizou
que os militares se preocupam e essa situação passa a dizer a eles diretamente.
A conversa dele pode ser
traduzida aos revolucionários de mesa de boteco, que não sabem a diferença de
uma arma automática de outra semiautomática ou mesmo quantos tiros é possível
dar com uma metralhadora, de que o Exército pode ir às ruas para conter
tumultos, utilizando sua tropa de choque, mil vezes mais violenta do que os PMs
da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
Só para refrescar a memória
de alguns desavisados, na década de 1980 os militares sufocaram uma greve na
então Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda RJ) a golpes de baioneta
(lâmina cortante usada na ponta do cano do fuzil) e tiros. Entraram em ação
quando a PM carioca não conseguiu segurar o rojão.
O general Villas Bôas
mostra, por meio de sua fala, que as Forças Armadas estão atentas à bagunça que
se transformou nosso governo, onde a cada dia estoura escândalos envolvendo
ministros, deputados, senadores e até o ex-presidente Lula e seus parentes.
Para complicar, a maioria dos políticos não apresenta soluções para o Brasil
sair desse atoleiro, principalmente, econômico e administrativo.
A oposição não é confiável.
Também tem a mancha da corrupção e falta qualquer projeto para retirar a nação
dessa areia movediça. Ou seja, o que era ruim poderá ficar pior. Nos bastidores
correm boatos de ameaças de saques no comércio, principalmente supermercados,
pelo batalhão de desempregados que aumenta a cada dia.
A violência virou rotina em
diversas regiões. A bandidagem perdeu o medo da polícia. Assaltos e homicídios
ocorrem em qualquer lugar, da periferia aos bairros onde a elite se esconde por
trás de muros altos e eletrificados, cães ávidos a morder quem encontrar pela
frente e seguranças armados até os dentes.
Neste coquetel explosivo de desemprego, inflação subindo, salários
caindo, recessão e falta de qualquer perspectiva cria cenário de incerteza. A
falta de bom senso de nossos políticos e de um governo trapalhão, distante dos
movimentos sociais e entidades sindicais, poderá jogar na fogueira o País numa
aventura semelhante à Ditadura Militar de 1964. Viver mais 21 anos de escuridão
democrática o brasileiro não merece. É
melhor nossos políticos encontrarem saídas plausíveis para o atual abacaxi, do
que termos a paz devolvida por meio da força dos fuzis.
Nunca se esqueçam: em terra
de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!
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