sexta-feira, 16 de outubro de 2015

É preocupante comentário do comandante do Exército



Comandante do Exército Eduardo Villas Bôas

Luís Alberto Alves
 Poucas pessoas prestaram atenção ao comentário feito pelo comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, há poucos dias. Ele classificou o momento atual de “crise difícil, crítica”. Mostrou o lado positivo e negativo da situação. Essa observação interrompeu a linha de distanciamento rigorosamente militar e constitucional desde o governo Lula. Quem geralmente descia o sarrafo na bagunça reinante no Congresso Nacional eram os militares da reserva, encastelados no clube do pijama.
 O comandante Villas Bôas está na ativa e responde pelo comando do Exército. Alertou que  a crise é política, econômica e ética muito séria, e caso prossiga poderá se transformar em crise social preocupante, afetando a estabilidade do País. Neste trecho do comentário, Villas Bôas enfatizou que os militares se preocupam e essa situação passa a dizer a eles diretamente.
 A conversa dele pode ser traduzida aos revolucionários de mesa de boteco, que não sabem a diferença de uma arma automática de outra semiautomática ou mesmo quantos tiros é possível dar com uma metralhadora, de que o Exército pode ir às ruas para conter tumultos, utilizando sua tropa de choque, mil vezes mais violenta do que os PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
 Só para refrescar a memória de alguns desavisados, na década de 1980 os militares sufocaram uma greve na então Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda RJ) a golpes de baioneta (lâmina cortante usada na ponta do cano do fuzil) e tiros. Entraram em ação quando a PM carioca não conseguiu segurar o rojão.
 O general Villas Bôas mostra, por meio de sua fala, que as Forças Armadas estão atentas à bagunça que se transformou nosso governo, onde a cada dia estoura escândalos envolvendo ministros, deputados, senadores e até o ex-presidente Lula e seus parentes. Para complicar, a maioria dos políticos não apresenta soluções para o Brasil sair desse atoleiro, principalmente, econômico e administrativo.
 A oposição não é confiável. Também tem a mancha da corrupção e falta qualquer projeto para retirar a nação dessa areia movediça. Ou seja, o que era ruim poderá ficar pior. Nos bastidores correm boatos de ameaças de saques no comércio, principalmente supermercados, pelo batalhão de desempregados que aumenta a cada dia.
 A violência virou rotina em diversas regiões. A bandidagem perdeu o medo da polícia. Assaltos e homicídios ocorrem em qualquer lugar, da periferia aos bairros onde a elite se esconde por trás de muros altos e eletrificados, cães ávidos a morder quem encontrar pela frente e seguranças armados até os dentes.
Neste coquetel explosivo de desemprego, inflação subindo, salários caindo, recessão e falta de qualquer perspectiva cria cenário de incerteza. A falta de bom senso de nossos políticos e de um governo trapalhão, distante dos movimentos sociais e entidades sindicais, poderá jogar na fogueira o País numa aventura semelhante à Ditadura Militar de 1964. Viver mais 21 anos de escuridão democrática o brasileiro não merece.  É melhor nossos políticos encontrarem saídas plausíveis para o atual abacaxi, do que termos a paz devolvida por meio da força dos fuzis.
 Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário