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Já é rotina a Polícia apreender fuzis com criminosos em todo o Brasil |
Qual a reação do governo, na esfera estadual e federal? Apenas curtas entrevistas com bravatas
Luís Alberto Alves/Hourpress
A morte do delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) Antonio
Vinicius Gritzbach, no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos, na
sexta-feira (8), é a prova de que o narcoestado já é realidade no Brasil. Pior,
integrantes do Ministério Público de São Paulo terem identificado, neste final
de semana, delegacias onde estariam policiais
suspeitos de participarem do assassinato de Gritzbach. Duas delas são
especializadas: o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e
DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
A execução de Gritzbach no maior aeroporto da América Latina
foi um recado do crime organizado de que pode praticar os seus crimes em
qualquer lugar. A polícia não os assusta mais. Poderia matar o seu
ex-integrante de facção em qualquer lugar, mas preferiram praticar o homicídio
num local de grande visibilidade no Brasil e no mundo, afinal esse aeroporto é
usado para embarque e desembarque de autoridades, artistas e pessoas de grande
visibilidade na mídia.
Bravatas
Não usaram pistolas, mas fuzis. Arma de guerra. Caso tivessem
que travar tiroteio com a polícia, provavelmente os coletes usados pelos Pms
não teriam condições de evitar ferimentos graves e até mesmo a morte deles. Os
executores vieram preparados e cumpriram a missão. Qual a reação do governo, na
esfera estadual e federal? Apenas curtas entrevistas com bravatas.
Quanto ao restante da população, que sofre com excessiva
carga de imposto sem nenhum retorno, principalmente em termos de segurança
pública, deve continuar adotando a tática de sobrevivência: nada vejo, nada
falo, nada escuto. Pois quem deveria proporcionar proteção, até hoje não
colocou esse quesito em prática.
Aliás, os governantes contam com segurança estatal, já o
trabalhador está sozinho, principalmente na periferia, onde há muito tempo o
crime organizado tem o domínio da situação. Infelizmente, o Brasil caminha a
passos largos para se tornar um novo México, país em que o narcoestado é realidade
e domina aquela nação.
Luís Alberto Alves é jornalista, editor do blogue Cajuísticas
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