terça-feira, 23 de agosto de 2022

Com envelhecimento da população, número de casos de osteoporose e osteopenia deve triplicar até 2050

 

Condição atinge mais mulheres pós-menopausa

O crescimento da população idosa vai contribuir para elevar os casos desta doença



Redação/Hourpress

 

Com o aumento da população idosa, cresce também o número de fraturas ósseas relacionadas à osteoporose a osteopenia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de casos dessas doenças deve crescer três vezes até 2050, chegando a cerca de 6,3 milhões de diagnósticos no mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros são afetados pela doença.

 

A osteopenia é uma redução da massa óssea que, quando não tratada, pode evoluir para osteoporose, que aumenta consideravelmente o risco de fraturas devido à fragilidade dos ossos. Segundo a médica radiologista, Dra. Angela Soares, exames de imagem são fundamentais para acompanhar a evolução da doença. “Por meio da densitometria óssea, é possível avaliar as chances de fraturas e checar a medida quantitativa da perda da massa óssea. A partir deste diagnóstico, o especialista vai definir o tratamento mais adequado para evitar que a doença evolua”, comentou.

 

Um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) -- gestora de serviços de diagnóstico por imagem na rede pública -- aponta que, entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022, foram realizados cerca de 22 mil exames de densitometria óssea -- o mais utilizado para diagnosticar osteoporose e osteopenia. Desses, 90% foram realizados em mulheres e apenas 10% em homens.

 

Para o especialista, a doença atinge mais mulheres porque o estrogênio é o hormônio que ajuda a equilibrar a saúde dos ossos em pessoas do sexo feminino. Após a menopausa, os níveis desse hormônio caem, deixando as estruturas ósseas mais finas e frágeis, o que pode levar a osteoporose em mulheres

 

“A osteoporose e a osteopenia não têm cura, mas ambas podem ser minimizadas com o aumento da qualidade de vida, exercícios e alimentação balanceada, com dieta rica em cálcio. Para pacientes com alto risco de fraturas, é recomendado o tratamento medicamentoso, geralmente com remédios via oral e, caso haja alguma restrição, injetáveis”, concluiu o Dra. Angela.

Comissão debate como aprimorar a Lei Maria da Penha Fonte

 

Evento acontece em parceria com a Secretaria da Mulher da Câmara

Apesar dos avanços, as mulheres continuam sofrendo violência doméstica


Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados realiza audiência pública na próxima quarta-feira (24) com o tema: "Agosto Lilás - Os Desafios da Aplicação da Lei Maria da Penha". O evento acontece em parceria com a Secretaria da Mulher da Câmara.

O debate será realizado às 10 horas, no plenário 14, e poderá ser acompanhado de forma virtual e interativa pelo portal e-Democracia.

A audiência atende requerimento apresentado pelas deputadas Tereza Nelma (PSD-AL) e Vivi Reis (Psol-PA). Elas lembram que a Lei Maria da Penha, que completa 16 anos agora em agosto, é considerada legislação de referência em todo o mundo no combate à violência contra a mulher.

As deputadas destacam ainda que uma das consequências da pandemia de Covid-19 foi o crescimento das taxas de violência doméstica e familiar contra a mulher, e que a audiência pretende debater formas de aprimorar a Lei Maria da Penha e demais legislações e políticas públicas de combate à violência contra a mulher.

Debatedoras
Confirmaram presença na audiência:
- a assessora de Apoio Interinstitucional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Maria Cristiana Ziouva;
- a coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Juliana Martins; e
- a coordenadora de Violência contra Mulheres, Pesquisa e Impacto no Instituto Avon, Beatriz Accioly.


Incidência de câncer de mama em pacientes jovens é a maior em dois anos

 

Por estarem fora do grupo de rastreio, diagnóstico é feito tardiamente

A  doença em mulheres com menos de 35 anos representou 5% do número total de casos



Redação/Hourpress


 A cada ano do triênio 2020-2022, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que ocorram 66.280 novos casos de câncer de mama no País. Apesar da maior probabilidade da doença atingir mulheres acima dos 50 anos, um dado da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) chama a atenção: o aumento da incidência de câncer de mama entre mulheres mais jovens (antes dos 35 anos de idade).

 

De acordo com a entidade, nos últimos dois anos, a ocorrência da doença em mulheres com menos de 35 anos representou 5% do número total de casos. Historicamente, o câncer de mama era identificado em apenas 2% em mulheres abaixo dos 35 anos.

 

A médica Maria Cristina Figueroa Magalhães explica que existem alguns fatores de risco que podem estar relacionados a esse aumento observado. “Eles têm relação com o estilo de vida das pessoas, como menor número de filhos ou pela opção de não gestar, gestação mais tardia (após os 30 anos de idade), o sedentarismo, a obesidade e uma alimentação inadequada associados à uma rotina estressante”, esclarece.

 

A especialista alerta ainda que os tumores mais agressivos são mais frequentes em pacientes mais jovens, justamente por estarem fora do grupo de rastreamento mais frequente -- a partir de 40 anos. Ou seja, quando o câncer é diagnosticado, já está em estágio mais avançado, diferentemente daqueles identificados nas mulheres que mantêm uma rotina de exames de rastreamento.

 

Prevenção e tratamento

 

A prevenção do câncer de mama pode ser feita por meio da adoção de um estilo de vida mais saudável e realização periódica da mamografia. A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é que o exame seja feito anualmente para mulheres a partir dos 40 anos com risco habitual e a partir dos 25 - 30 anos para mulheres de alto risco.

 

Já o tratamento para a doença depende da fase em que ela se encontra, do tipo de tumor, da idade da paciente, entre outros fatores. Dentre as opções terapêuticas, o medicamento biológico trastuzumabe tem sido a base de tratamento nas chamadas terapias alvo, em combinação com a quimioterapia, nos casos de neoplasias com expressão da proteína HER2.

 

“Os biomedicamentos têm demonstrado segurança e eficácia nos tratamentos de câncer de mama, inibindo a multiplicação das células tumorais e preservando os tecidos saudáveis. Além de ampliar o acesso aos tratamentos biológicos, os biossimilares apresentam perspectivas muito positivas para as pacientes”, finalizou Maria Cristina Figueroa Magalhães.

Emprego: como lidar com uma demissão?

 Muita gente vive uma espécie de “luto” quando é desligado de um trabalho



Redação/Hourpress

 

Passamos até mais de um terço do dia dedicados ao trabalho. A rotina do emprego e as obrigações do ofício acabam nos conectando de forma muito forte com a empresa, os colegas e as tarefas que desempenhamos. Por isso, muitas pessoas se sentem “sem chão” quando uma demissão inesperada acontece.
 


 A demissão deixa cicatrizes no funcionário

Segundo a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Sueli Cominetti Corrêa, o trabalho pode ocupar lugar de destaque na identidade de uma pessoa e quando uma mudança, alteração inesperada ou um desligamento ocorre, a noção que a pessoa tem de si mesma também se altera.

 

“Vamos a um exemplo: comumente, quando pedem para que nos apresentemos, falamos nosso nome, nossa idade e... nossa profissão! Mencionamos, como forma de apresentação pessoal, ou seja, como uma forma de sermos identificados, o que fazemos, onde trabalhamos. É parte do que nos distingue das outras pessoas; é como nos reconhecemos. O trabalho, por questões culturais, históricas e sociais, é um componente importante da identidade e nem sempre percebemos o tamanho do espaço emocional que ele ocupa”, explica a psicóloga.

 

A especialista pontua que ter orgulho do que faz e de onde trabalha é muito bom, mas vale lembrar de outros aspectos da vida e de que somos muito mais do que um crachá diz. Em algumas situações, as pessoas preenchem com a profissão ou com o local de trabalho suas carências e vazios, e passam a se sentir ativas apenas neste contexto.

 

“Tudo na vida implica em coragem, atenção e equilíbrio. É muito importante que passemos a perceber a importância que damos às coisas, pessoas, afazeres... relembrando que somos muito mais do que apenas um aspecto”, comenta a psicóloga.

 

Quando isso ocorre, uma demissão pode causar uma verdadeira crise emocional. Essa sensação de perda, de vazio, se assemelha muitas vezes a um luto real, porque a pessoa sente que suas certezas perderam o sentido e não se reconhece enquanto ser, sem ser aquele colaborador e profissional.

 

Da mesma forma que o luto, demissões também podem ser seguidas de reações de negação: dificuldade em aceitar a notícia do desligamento e sofrimento por sentir que está se “separando” das pessoas de convívio diário.

 

“A comunicação da demissão deve ser sempre muito clara, objetiva e ética, pois a dificuldade de lidar com a informação pode ocorrer. Outra reação que já foi observada no ambiente de trabalho é a raiva que o demitido sente, muitas vezes até de si mesmo, despertada pela notícia do desligamento. A dificuldade em lidar com a perda pode provocar ainda impulsividade, culpabilizações e até a não-escuta dos critérios adotados”, pontua.

 

Na opinião de Sueli, nesse cenário, o colaborador não pode perder a razão e deve respirar fundo, serenando as reações, que nunca devem ser desrespeitosas, hostis ou imaturas. A insistência, barganha e tentativas de revogar o desligamento também são analogias do sofrimento vivenciado no luto.

 

“No entanto, haverá um momento no qual a percepção ocorrerá e pode haver reações como tristeza, choro e abatimento. Novamente, a postura profissional do comunicante é essencial, bem como encaminhamento para serviços de acolhimento e reorientação profissional”, pontua a especialista.

 

Mas há sempre uma luz no fim do túnel: mesmo sendo adversa, a situação de demissão implica em maturidade e controle, até porque o trabalhador não pode esquecer que a forma como ele lida com as situações também serve como um cartão de visita -- ele é observado e a forma como ele reage com os imprevistos, o quanto ele se reergue frente às adversidades e seu nível de segurança podem abrir novas portas.

 

“Entretanto, se a dor frente à demissão for extrema, a pessoa deve procurar ajuda não só para enfrentamento, mas para entender que espaço o trabalho ocupa dentro dela, e o que tem dedicado para outras coisas importantes que a completa. Também é muito maduro reavaliar o desempenho profissional, seus diferenciais e as habilidades socioemocionais que são condições essenciais hoje para o mercado de trabalho”, acrescenta.

 

Por fim, a psicóloga ressalta que a demissão não necessariamente é um fim: ela pode significar um recomeço, a reafirmação de escolhas ou até mesmo o início de novas trajetórias profissionais.

Os benefícios do aprendizado da música na infância

 O ensino da música pode  fazer grande diferença no aprendizado ativo das crianças

Mesmo que as crianças deixem de tocar em algum momento, elas ainda carregam os benefícios do aprendizado


Roberto Moreno

As vibrações sonoras, trabalhadas de maneira intencional e criativa - a chamada música -, são capazes de ativar e mobilizar diversas regiões cerebrais, por meio de diferentes timbres, ritmos e/ou até mesmo as letras de uma música, tanto as áreas mais desenvolvidas como neocórtex, quanto as mais primitivas são estimuladas pelas diferentes colorações do som. 

O ensino da música pode  fazer grande diferença no aprendizado ativo das crianças. Vai muito além da diversão, pois proporciona segurança emocional, maior socialização, conhecimento sobre diferentes culturas e permite que o indivíduo se expresse por meio do corpo. Pesquisas feitas com mais de 100 musicistas profissionais e 50 não musicistas, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, mostram até resultados físicos em nossos cérebros após o estudo da música. É possível ver que há melhorias na memória e processos mentais como um todo e não para por aí.

Alguns dos benefícios que o ensino da música traz são a realização individual, raciocínio lógico, coordenação motora e concentração. O melhor de tudo é que esses resultados podem ser vistos até mesmo em idades avançadas. Mesmo que as crianças deixem de tocar em algum momento, elas ainda carregam os benefícios do aprendizado. Todo o desenvolvimento adquirido não é perdido ao longo do tempo, pelo contrário, são resultados para a vida toda. 

Podemos ver que nesse processo também algumas outras habilidades vão sendo desenvolvidas e que ajudam em várias esferas da vida, como o foco, onde na escola é essencial e pode ser colocado em prática constantemente, a socialização com colegas em outros ambientes sociais, promovendo o potencial de liderança e a aptidão para o trabalho em equipe, e a criatividade, pois além de ser possível criar suas próprias composições, isso se torna um exercício constante durante o aprendizado, podendo gerar resoluções e alternativas criativas para problemas do cotidiano, desenvolvendo o raciocínio “fora da caixa”. Não podemos esquecer a resiliência - aprender música tem sua dificuldade, também, mas ao final é muito recompensador e incentiva a constante melhoria.

Quanto antes começar, melhor, e por quanto mais tempo se manter, melhor ainda. E esses benefícios podem ser muito vistos e apreciados na vida adulta e até mesmo no período do envelhecimento de idosos, pois além das conexões cerebrais que somente são desenvolvidas pelo processo de musicalização, a nossa audição, fala e memórias são menos afetadas pelo processo do envelhecimento.

Aqui na BYJU’S as nossas crianças têm a oportunidade de poder desenvolver todas essas habilidades e ainda aprender com uma metodologia onde brincar é parte do processo. As aulas online são dinâmicas, com jogos musicais e exercícios para fixação dos conceitos. Todo o aprendizado também é testado constantemente por quizzes e projetos, onde os alunos podem colocar na prática todo o conteúdo adquirido. E sabem algo ainda mais legal? Ao longo do curso, os alunos poderão postar suas composições no Spotify, e ao fim da aprendizagem, poderão mostrar tudo o que foi absorvido em recitais online para o público. Uma chance ainda maior de poder aprender a arte da performance.


sexta-feira, 12 de agosto de 2022

A importância da propaganda eleitoral

 A positiva, como já dito, permite que o eleitor conheça os diversos candidatos



Alexandre Rollo


No próximo dia 16 de agosto terão início, oficialmente, as campanhas eleitorais e com elas também começa a propaganda eleitoral. O eleitor mais impaciente reclamará. Dirá que se trata de coisa chata. De minha parte (também sou eleitor), não sou impaciente. Pelo menos não com a propaganda eleitoral.


Na verdade, confesso que sou fã dela e crítico ácido de várias das regras que limitam a sua realização. Não há sentido, por exemplo, em se limitar a propaganda na casa do eleitor a um adesivo de meio metro quadrado que deve ser colado na janela (colar na porta não pode -- tem que ser na janela). Também não há sentido em se limitar o nível de pressão sonora de uma caixa de som, medida essa pressão a sete metros de distância.

 

Essas limitações, com o devido respeito, são idiotas. A propaganda eleitoral é a forma através da qual o candidato se apresenta ao eleitor, informando o seu nome, o seu número, as suas qualidades e as suas propostas. Mais do que um direito do candidato, a propaganda eleitoral é um direito do próprio eleitor que deve conhecer o seu cardápio de opções para fazer a melhor escolha.


Positiva


A não propaganda eleitoral ou a pouca propaganda beneficia quem já está no poder (seja no Poder Legislativo, seja no Poder Executivo). Quem lá está, goza de situação privilegiada de exposição ao longo de todo o mandato, necessitando menos da propaganda que é importantíssima para o surgimento de novas lideranças políticas.


Uma das classificações da propaganda eleitoral a divide em propaganda positiva e propagada negativa. Ambas são importantíssimas. A positiva, como já dito, permite que o eleitor conheça os diversos candidatos. Já a negativa, possibilita que o adversário informe ao eleitor situações que o candidato acaba se “esquecendo” de contar tais como, por exemplo, uma condenação judicial ou um processo incomodo que determinado candidato esteja sofendo.

A soma dessas duas formas de propaganda acaba por trazer a informação completa ao eleitor. Percebam que não se trata aqui das chamadas “fake news” ou desinformação, mas sim de informações verdadeiras que deponham contra determinado candidato que, por sua vez, não terá interesse em divulgá-las. É disso que estou falando.


Comício


Nos tempos atuais, se eu pudesse dar algum conselho aos candidatos, seria o seguinte: mais propaganda digital e menos propaganda analógica. Pode-se fazer comício em praça pública? Sim. Mas por que em pleno ano de 2022 alguém se valerá dessa forma de propaganda que atrairá 40/50 pessoas para a praça (quando muito), se o candidato pode fazer uma “live” em suas redes sociais ou se pode gravar um vídeo de 30 segundos que terá penetração muito maior do que aquela do comício?


Isso sem falar que o comício permitido pela legislação eleitoral é aquele sem nenhum tipo de animação que o transforme em showmício (que é proibido). Ou seja, o comício permitido é o desanimado, sem “saracoteio” (nas palavras do então Ministro Carlos Ayres Britto).

Caminhando para o fim, digo que são diversas as formas de propaganda eleitoral possíveis. Cito alguns exemplos: material gráfico em geral, comícios, debates, horário eleitoral “gratuito” no rádio e na televisão, publicação em jornais e revistas, bandeiras ao longo das vias públicas etc. Não trataremos dessas diversas formas neste pequeno espaço. Termino esse artigo com uma reclamação: passou da hora das campanhas eleitorais voltarem a ter duração de 90 dias (como no passado). Campanha eleitoral de 45 dias, com limitação da propaganda é um verdadeiro gol de placa para aqueles que já estão no poder.

Alexandre Rollo -- Advogado, especialista em Ditreito Eleitoral e Conselheiro Estadual da OAB/SP

Golpes Digitais se aperfeiçoam e fazem novas vítimas

 Não se deve deixar levar pelo impulso eufórico de algum benefício 

Deve-se desconfiar quando o benefício oferecido é exagerado


Redação/Hourpress

Todos os meses são publicadas muitas notícias sobre golpes digitais e os cuidados que devemos ter para evitarmos nos tornar vítima dos golpistas. Rememorando as precauções, nunca se deve clicar em links desconhecidos ou duvidosos, fornecer dados por telefone e deve-se desconfiar quando o benefício oferecido é exagerado (como a venda de um produto por valor muito abaixo ao cobrado por outras lojas).

Mas, mesmo com esses cuidados, os golpes não param de aumentar e ganhar ‘roupagem’ nova, o que indica que há um “mercado” rentável para os bandidos que não estão sendo combatidos. Lembre-se sempre que o fraudador não tem acesso aos dados ou celular/computador, portanto, alguma atitude da vítima que permite esse acesso.

De acordo com Francisco Gomes Junior, advogado especialista em direito digital e presidente da ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e Consumidor), as armadilhas mais comuns mexem com o emocional da vítima. “Seja porque diz que você ganhou um prêmio ou está recebendo algum auxílio público; seja oferecendo uma grande oferta, proposta de emprego ou mesmo indicando que há um problema em sua conta bancária. Essas situações provocam alegria ou preocupação na vítima, ou seja, o primeiro passo é mexer com o emocional e induzir a pessoa a cometer um ato por impulso.”

Aplicativo

Ainda segundo o especialista, não se deve deixar levar pelo impulso eufórico de algum benefício que não se esperava, assim como as pessoas não devem se achar mais espertas que outras porque descobriu um investimento que rende o que os demais nem imaginam. É preciso pensar por que estão te oferecendo algo e agir racionalmente. Em dúvida, vale a consulta a sites das empresas indicadas, falar com o gerente da conta bancária e não tomar nenhuma atitude sem ter certeza da segurança.

“Os golpes estão se sofisticando. Muitos deles agora se dão por meio de contatos repetitivos, ou seja, a vítima começa a comunicar-se com o golpista por aplicativo. As conversas ocorrem durante dias e a vítima vai adquirindo confiança, tornando-se vulnerável ao fraudador. Quando a confiança é estabelecida, pode surgir um golpe do amor (aquele em que se aproveitando-se da carência afetiva da vítima o fraudador estabelece algum relacionamento com ela), um pedido de empréstimo por alguma urgência (como por exemplo doença na família) ou ainda a promessa de um investimento em criptomoedas que irá dobrar o valor investido. Para conseguir essa confiança, o golpista tem que saber conversar e analisar a vítima para identificar seus pontos vulneráveis, o que demonstra uma preparação, por vezes, um roteiro a ser seguido. Até o ghosting é usado em muitas situações”, complementou Gomes Júnior.

O ghosting é um fenômeno típico da era digital, época em que muitos mantem o hábito de manter várias conversas por aplicativo e que a toda hora “dão uma olhadinha” no celular para ver se há respostas ou novas conversas. No ghosting (que vem do ghost, fantasma em inglês), o golpista corta totalmente o contato com a outra pessoa, sem nenhuma explicação ou motivo. O que poderia ser uma coisa normal, na era digital não é. O desaparecimento desse ‘contato’ gera efeito psicológico no interlocutor, que se sente rejeitado, ofendido e sem entender o que aconteceu, trazendo um sentimento ruim.

Caso

 “O golpista vem conversando todos os dias com a vítima, estabelecem uma relação. De repente, some sem dar sinais, o que deixa a vítima preocupada. E ele torna a aparecer dias depois, contando alguma história mirabolante para arrancar algum dinheiro da vítima. Situações como esta ocorrem inclusive como no filme O golpista do Tinder”, finalizou o advogado.

Como se pode notar, não somente novos golpes aparecem a cada mês, mas também a forma de abordagem dos golpistas variam de caso a caso. As precauções devem ser redobradas.


terça-feira, 9 de agosto de 2022

Senadores decidem cobrar McDonald's sobre denúncias de racismo, assédio sexual

 

  • Empresa não enviou representante para a audiência, que também reuniu membros da Justiça do trabalho e presidentes das principais centrais sindicais


Redação/Hourpress

Na manhã dessa segunda-feira (08/08), a Comissão de Direitos Humanos do Senado realizou a audiência pública “O Impacto da Reforma Trabalhista no Cotidiano de Trabalhadoras e Trabalhadores de Fast-Food”, convocada pelo senador Humberto Costa e presidida pelo senador Paulo Paim, para discutir as situações de trabalho de jovens em redes de fast-food. Ex-trabalhadores do McDonald’s no Brasil e no Chile participaram da audiência e relataram casos de assédio sexual, assédio moral, racismo e LGBTQIA+fobia nas dependências da empresa. Paulo Paim ficou impressionado com os relatos e prometeu convocar novamente os representantes do McDonald’s no Brasil, que nesta segunda-feira limitaram-se a encaminhar uma carta aos senadores.

“Vamos encaminhar os relatos dos trabalhadores para o Ministério Público do Trabalho, a Defensoria Pública e fiscais do trabalho” afirmou o senador Paim. A sessão também contou com a participação da senadora Zenaide Maia e foi gravada na íntegra pela TV Senado, podendo ser acessada no YouTube.

Nos últimos anos, o McDonald’s tem convivido com uma série de denúncias de assédio sexual, assédio moral, racismo  e LGBTQIA+fobia em suas unidades. O novo presidente da empresa, Rogério Barreira, foi convocado para explicar as péssimas condições de trabalho na rede, mas não compareceu. Em carta, Marlene Fernandez, vice-presidente de Relações Governamentais da Arcos Dorados, maior franquia do McDonald’s no Brasil e no mundo, declinou “respeitosamente” ao convite para participar da audiência. Para o senador Paim, “a carta justifica a não presença, mas não responde às perguntas que ficaram no ar”.

Rafael Guerra, coordenador da campanha Sem Direitos Não É Legal, movimento que faz parte de uma iniciativa global pelos direitos dos trabalhadores do McDonald's, afirmou que há uma prática sistemática de assédio dentro das lojas em todo o Brasil. “Se você olhar para as denúncias de Curitiba, Manaus, Brasília ou Florianópolis, elas são todas muito parecidas. Parece que o McDonald’s é gerido no país inteiro por um mesmo gerente, mas sabemos que não é. Então tem algo errado aí, que precisa ser investigado”, declarou.

A advogada da SEIU (Service Employees International Union), Mary Joyce Carlson, entrou na audiência de forma remota, dos Estados Unidos, e apontou que o Brasil tem uma legislação importante no campo dos direitos humanos e trabalhistas, mas ainda é necessário intensificar esforços no país. “Há uma questão de necessidade, esses jovens precisam trabalhar para garantir o sustento de suas famílias. Muitos deles estão em seus primeiros empregos, mas será que essa é uma boa oportunidade de primeiro emprego? Os trabalhadores têm direito a um ambiente seguro e os consumidores têm o direito de serem atendidos por pessoas que estão em ambiente seguro. Conclamo os governos a darem um basta nessa situação”, afirmou.

Para o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, é preciso conscientizar o trabalhador para impedir situações de assédio moral e sexual. “Os trabalhadores de fast food, além de serem a base da pirâmide, são os de maior vulnerabilidade. Muitas vezes, são assediados e, para manter o sustento da família, se submetem a situações absurdas. Temos que conscientizar o trabalhador, abrir diálogo com a empresa”, defendeu. O presidente da Força Sindical, Miguel Tores, afirmou que “depois que esta reforma trabalhista foi aprovada, as negociações coletivas ficaram mais enfraquecidas, dificultando a garantia de direitos e condições dignas de trabalho para esta categoria dos trabalhadores do setor de fast-food e para todas as demais categorias”.

O Procurador do Trabalho Alberto Emiliano de Oliveira Neto, que acolheu as primeiras denúncias contra o McDonald’s em Curitiba, esteve presente e afirmou que as entidades sindicais têm cumprido uma função “importantíssima” nas últimas décadas, minimizando a “assimetria entre capital e trabalho”. E complementou: “não há que se falar em paz entre os povos sem a devida justiça social. É imprescindível que o estado brasileiro promova o diálogo social entre sindicato e trabalhadores. E é função do estado promover a liberdade sindical”.

Sindicalistas chilenas também compareceram à audiência para falar sobre melhores condições de trabalho para os funcionários de fast-food. Claudia Bustamante, presidente do sindicato interempresas “Sem Mais Precarização Laboral”, que representa trabalhadores do McDonald’s, Starbucks e Burger King, afirmou que o grupo está focado na elaboração de um protocolo que faça com que empresas multinacionais se comprometam a respeitar direitos fundamentais. “Parte do nosso plano é também sensibilizar a juventude trabalhadora”, complementa.

Depoimentos de ex-funcionários

Hildayane Saraiva Aragão, ex-trabalhadora do McDonald’s em Brasília, contou que sofreu discriminação pela aparência por parte dos gestores. “Eu tinha o sonho de me tornar anfitriã do restaurante, dava o máximo de mim para isso. Eu ia ser responsável por receber o presidente do Mc em uma visita, mas o gestor disse que eu não era apta para assumir o cargo por ser gorda demais. Ele falou que a anfitriã é o cartão postal da loja. Também ouvia que não era bonita o suficiente para ficar no balcão”, contou.

Outra ex-funcionária, Adriana Ribeiro, de apenas 22 anos, teve seu primeiro emprego no McDonald’s de Curitiba. Lá, sofreu abuso sexual quando um gerente tentou beijá-la, além de passar a mão no seu corpo e cabelo repetidas vezes. “Ele não me deixava passar batom porque falava que ficava com ereção. Dizia que eu era ‘muito gostosa’”, lamentou.

A drag queen Brityney Galanty trabalhou no McDonald’s em São Paulo durante pouco mais de um ano, onde sofreu discriminação em diversos momentos. “Nós temos o direito de trabalhar do jeito que a gente é. Erguer a cabeça e quebrar o armário, sem isso a gente não cresce”, destacou. Também acusa o McDonald’s de fazer com que seus funcionários trabalhassem mesmo com Covid-19 – denúncia comum a grande parte dos depoimentos da audiência.

Manifestação

Após a audiência, o movimento Sem Direitos Não É Legal organizou um ato em frente ao McDonald’s localizado no Eixo Monumental, em Brasília. A manifestação contou com a participação da Contracs/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços), SEIU, Força Sindical e Nova Central Sindical, além de ex-trabalhadores do McDonald’s de várias partes do Brasil e da delegação sindical chilena.

Casos no Brasil

No mês passado, um inquérito civil foi aberto na Procuradoria Regional do Trabalho da 12ª Região, em Florianópolis, Santa Catarina, após determinação do Procurador do Trabalho Dr. Luiz Carlos R. Ferreira. A denúncia aponta que gerentes ameaçavam seus subordinados de demissão caso fossem pegos em contato com seu sindicato e/ou movimentos de conscientização e combate ao assédio em prol dos trabalhadores de fast food, como a campanha Sem Direitos Não é Legal.  Uma audiência foi marcada para 18 de agosto.

No final de junho do ano passado, o Ministério Público do Trabalho também determinou abertura de inquérito civil para apurar denúncias de racismo e assédio moral e sexual contra a empresa no país. A decisão foi tomada pela Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, que em despacho apontou a requisição de documentos e informações, depoimentos, certidões, perícias e demais diligências para análise e posterior apresentação de uma ação civil pública para apurar as responsabilidades da empresa.

Herzog e Comissão Arns cobram presidenciáveis respeito aos Direitos Humanos

 Em outubro, o povo brasileiro vai às urnas para eleger quem exercerá a Presidência da República



Redação/Hourpress

Tem muita gente abrindo mão do trabalho estável. Por quê?

 Fenômeno "the great resignation" traz desafios ao recrutamento e seleção no Brasil

Em tradução livre, o termo significa “grande renúncia”


Redação/Hourpress

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam quase 12 milhões de desempregados no país. Mas, ao mesmo tempo, um terço das demissões tem sido voluntárias – ou seja, gente que “pediu a conta”, de acordo com levantamento da LCA Consultores. Soa contraditório: há desemprego, mas pessoas estão largando seu trabalho. E não se trata de um movimento pontual. É que o Brasil vem experimentando o fenômeno “the great resignation”, em expansão em boa parte do planeta.

Em tradução livre, o termo significa “grande renúncia”. Na prática, reflete o seguinte: pessoas insatisfeitas não exclusivamente com o trabalho, mas com o modo de vida que levam, decidem pedir a conta. “As pessoas estão encontrando no abrir mão do emprego e tentativa de novas experiências um caminho para buscar satisfação e felicidade”, pontua o executivo Márcio Monson, fundador e CEO da Selecty, empresa curitibana de tecnologia para recrutamento e seleção.

Com 15 anos de contato próximo com a área de RH, Monson avalia que o fenômeno traz desafios às organizações e, em particular, aos setores de recrutamento e seleção. “Os dados, as notícias recentes e a vivência prática mostram que ‘the great resignation’, onda verificada nos Estados Unidos, na Europa, na China e na Índia, também já é realidade no Brasil. "As organizações precisam estar preparadas, identificando como tornar as vagas que oferecem não só atraentes do ponto de vista da empregabilidade, mas da satisfação que proporcionam ao profissional.”

As expressões “big quit” e “great reshuffle” (“grande debandada” e “grande renúncia”) são outras formas de nomear a onda. Todas também mostram o que está por trás desse movimento, observa o CEO da Selecty. “É uma migração de pessoas, de seus trabalhos, muitas vezes bem remunerados e relativamente estáveis, para outros propósitos. Pessoas que consideram que certas atividades trazem menos dinheiro e status, mas geram mais felicidade, por exemplo.”

Trata-se de um comportamento, ainda segundo Monson, bastante acentuado depois da pandemia da Covid-19. A crise fitossanitária forçou a mudança de hábitos, trouxe incertezas e medos, e fomentou reflexões. Nesse caminho, vieram decisões por rupturas, por alterar estilos de vida.

“Recentemente, foi noticiado que, nos Estados Unidos, apenas entre setembro e outubro do ano passado, 8,5 milhões de pessoas pediram demissão, sem ter outra vaga em perspectiva. E, aqui no Brasil, a constatação da LCA, de que, dos 1,8 milhão de desligamentos registrados apenas em março último, mais de 600 mil (ou 33%) foram voluntários. São dados para serem observados e acompanhados com atenção”, sublinha o executivo da Selecty.

Afinal, continua ele, além de engrossar as estatísticas de desemprego, “the great resignation” costuma afetar principalmente postos-chaves, vagas que exigem qualificação profissional e outros atributos muitas vezes difíceis de serem encontrados no mercado de trabalho. “Os efeitos internos, nas organizações, e externos – na conjuntura econômica – devem ser mensurados, e seguramente são significativos”, projeta Monson.

Reverter o fenômeno passa por combater culturas tóxicas nas empresas, excesso de pressão, insegurança e falta de reconhecimento profissional. Costumam ser razões como essas – e menos aquelas ligadas ao salário, por exemplo – que motivam as “renúncias”, considera o CEO da Selecty. Ou seja, motivações de ordem psicológica e comportamental, acima daquelas ligadas a fatores materiais. “As organizações, de um modo geral, e os profissionais de recrutamento e seleção, em particular, precisam estar atentos a isso.”