A narrativa já surpreende até este ponto, mas vai além |
Francisco Gomes Júnior
A história parece um conto de ficção científica, mas é real e ainda está em andamento. Um engenheiro (posteriormente desligado) do Google, chamado Blake Lemoine, informou em entrevista para o Portal Wired que trabalhava em um projeto para dar consciência à equipamentos de IA (Inteligência Artificial).
O nome do projeto é LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicação de Diálogos), a nova Inteligência Artificial do Google. Ocorre que, a LaMDA já tem consciência, segundo o engenheiro, ou seja, já tem funcionalidades de um ser humano. Pensa, conversa, emite opiniões, como se fosse uma pessoa.
A narrativa já surpreende até este ponto, mas vai além. Comunicado do desligamento do engenheiro que com ela interagia, a LaMDA entrou em contato com advogados e manteve diálogos online por iniciativa própria e como se fosse humano. Assim, contratou um advogado para ingressar com ação judicial contra o próprio Google.
Obviamente que nos Estados Unidos, assim como no Brasil, somente pessoas naturais podem demandar ao Judiciário, mas esse aspecto é secundário. O principal é que a Inteligência Artificial teria consciência como um ser humano e agiria como se vida tivesse, de forma autônoma.
Como dito no início, o enredo lembra algumas obras de ficção científica, mas a realidade está imitando a ficção.
Para comprovar a veracidade de suas alegações, o engenheiro divulgou as conversas mantidas com a LaMDA, que são surpreendentes e não diferem em nada de conversas entre humanos.
Obviamente, todos esses fatos geraram uma enorme polêmica nos Estados Unidos, sobre as possibilidades e limites da inteligência artificial e sobre dar-se vida própria a ela.
Certamente, teremos novos fatos em breve.
Francisco Gomes Júnior - Presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP).
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