Agência Brasil/Reuters
#Sidney Poitier morreu nesta quinta-feira (6), aos 94 anos
Luís Alberto Alves/Hourpress
Sempre no Dia do Professor, comemorado no
Brasil em 15 de outubro, as emissoras de televisão reprisam o filme “Ao Mestre
com Carinho”, que narra a trajetória de um professor que resolve lecionar numa
escola repleta de alunos problemáticos.
Uma das alunas, a cantora #Lulu faz homenagem ao
professor, no final do ano letivo, cantando a música que dá nome ao filme. Foi
o seu grande sucesso, depois desaparecendo das paradas. Nem o casamento com um
dos Bee Gees, #Maurice Gibb, a manteve em alta
#Poitier, nascido em Miami, mas crescido na
pobreza das Bahamas, era um ator inovador. Transformou a forma como os negros
eram retratados na tela (algo que ainda não mudou no Brasil). Foi o primeiro
negro a ganhar um Oscar de melhor ator principal, em 1964 por sua atuação no
filme Lírios do Campo, e o primeiro a ser um dos principais sucessos de
bilheteria.
Louco
A miséria em que viveu era tão grande, que até
aos 10 anos de idade ele nunca tinha visto um automóvel, uma geladeira,
eletricidade ou encanamento interno. Aos 15 anos mudou-se para Miami e chegou a
Nova York, após mentir sobre a sua idade para se alistar no Exército, durante a
Segunda Guerra Mundial (quando tinha 16 anos).
Recebeu como missão trabalhar num hospital
psiquiátrico. Ali não gostou da maneira como os pacientes eram tratados
(infelizmente esta ainda é a regra em diversos manicômios, principalmente no
Brasil). Para fugir daquele terror, simulou a sua própria doença mental para
forçar a dispensa militar.
Em 1967, no filme “Guess Who´s Coming to Dinner”,
num atuação profética, o seu personagem, um intelectual e médico negro, chamado
John Prentice, comenta com o seu futuro sogro, interpretado por Spencer Tracy,
que a sua noiva, que conheceu durante férias no Havaí, que todos os seus filhos
serão presidentes dos #Estados Unidos.
Presidente
Quarenta e um anos depois, em 2008, um homem
nascido no Havaí, chamado #Barack Obama, filho de um estudante negro de economia
no Quênia, Barack Obama Sr., e de Ann Dunham, branca, também universitária,
seria eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Ao contrário da maioria dos artistas
brasileiros, Poitier era engajado com a causa dos negros norte-americanos.
Abraçou o ideal dos direitos civis, defendido pelo pastor Batista, Martin
Luther King, nas suas famosas passeatas, a maioria repreendidas violentamente pela
polícia, nos Estados Unidos.
Ele sabia da influência que os filmes traziam
na sociedade e na cultura popular, nas décadas de 50 e 60. Naquela época, #Poitier foi o primeiro astro negro e romântico. Quebrou o paradigma de atores
negros só interpretar papeis como mordomos, agricultores e carregadores de
malas em portas de hotéis. O sucesso de bilheteria de seus filmes mostrou que #Poitier era diferente.
Luís Alberto Alves, jornalista e editor do
blogue Cajuísticas
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