segunda-feira, 4 de abril de 2016

48 anos sem Martin Luther King


Martin Luther King na sacada do hotel onde morreria assassinado

Luís Alberto Alvesna 
A quinta-feira de 4 de abril de 1968 entraria para a história dos Direitos Civis e Movimento Negro dos Estados Unidos. Naquele dia, no final da tarde, um tiro de rifle retiraria a vida do pastor batista e pacifista Martin Luther King, 39 anos, em Memphis, Tennessee, Sul dos Estados Unidos.
Hospedado no segundo andar do Hotel Lorraine, o Prêmio Nobel da Paz de 1964 iria entrar para história. A bala explodiu sua mandíbula e o arremessou contra a parede da sacada do prédio. Inexplicavelmente a ambulância demorou 10 minutos para chegar ao local.
O suspeito do crime James Earl Ray foi preso no mesmo dia. Condenado à prisão perpétua, negou até fim que tenha sido o autor do homicídio, mesmo com a polícia encontrando com ele o rifle de onde partiu o único tiro fatal. A morte de King desencadeou onda de violência em todos os Estados Unidos, deixando saldo de 39 mortos e mais de 2.500 feridos em 110 cidades.
Uma semana antes o líder pacifista estivera na cidade para liderar marcha em apoio à greve de 1.300 funcionários negros da limpeza pública por melhores condições de trabalho e salários decentes, que esbarrava na intransigência do prefeito Henry Loeb. O ato terminaria em pancadaria e feridos.
King, como todo bom servo de Deus, sabia que seu fim estava próximo. Na noite da programação do seu último sermão na Igreja de Deus em Cristo, em Memphis, uma tempestade desabou sobre a cidade. No culto ele lembrou da ameaça de bomba no aeroporto de Atlanta, mas procurou manter a serenidade diante dos fatos.
Logo começou a pregar e falou do fim próximo: “Bem, eu não sei o que virá agora. Teremos dias difíceis pela frente. Mas isso não importa para mim agora, porque eu subi ao topo da montanha. Não me importo mais. Como qualquer pessoa, eu gostaria de ter uma vida longa. A longevidade é boa. Mas não estou preocupado com isso agora. Quero apenas cumprir a vontade de Deus”, disse.
Depois arrematou: “ Ele permitiu que eu subisse a montanha. E lá de cima eu enxerguei a Terra Prometida. É provável que eu não entre lá com vocês. Mas quero que vocês saibam esta noite que nós, como um povo, chegaremos à Terra Prometida. Por isso estou feliz esta noite. Nada me preocupa. Não Temo nenhum homem! Meus olhos viram a Glória da vinda do Senhor!”
Caso tivesse chegado à década de 1990, talvez os negros norte-americanos estivesse em condições melhores. Hoje, em termos comparativos com  a escravidão, existem mais negros cumprindo pena nos presídios dos Estados Unidos, do que os cativos na época em que eram privados da liberdade. Tudo é hipótese, talvez novas lideranças negras teriam sido esculpidas por King e ocupado postos importantes naquele país.

Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!

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