Desfile de carnaval na Avenida Tiradentes na década de 1980 |
Luís Alberto Alves
Às vezes escrevo
alguns textos longos em vez das habituais cinco pílulas que são a marca registrada
desta coluna. Meu alvo hoje são os desfiles das escolas de samba. Peguei a
época da Avenida São João, na primeira metade da década de 1970 e depois
mudança para a Avenida Tiradentes.
Pode parecer
arcaico, mas naquele tempo o Carnaval tinha essência: belas mulheres da
periferia tinham vez, chegava até ao posto de rainha da bateria, destaque e não
ficavam escondidas empurrando carros alegóricos, como ocorre hoje, por falta de
grana.
Os sambas eram
lindos, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, verdadeiras aulas de
história e português. Em cada escola, a ala de compositores era celeiro de
bambas. Os temas enredos prendiam a atenção, oposto de hoje, puro marketing
vestido de samba, sem qualquer ligação com o samba.
Deixo aqui para reflexão dois lindos sambas
dos anos de 1980: um é da escola Caprichosos de Pilares e outro da Nenê de Vila
Matilde, quando a voz grave de Armando da Mangueira era a marca registrada da
escola da Zona Leste. Teve outros, mas esses dois são eternos, pela letra e
melodia. Diferente dos atuais enredos, feitos para inglês ver e manter o povão
longe das passarelas.
Nunca se esqueçam:
em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!
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