quinta-feira, 15 de março de 2018
Assassinato de vereadora atenta contra democracia, diz chefe da Polícia Civil
Marielle foi assessora parlamentar de Freixo antes de ser eleita vereadora em 2016, com 46,5 mil votos
- Rio de Janeiro
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, afirmou hoje (15) que a polícia vai adotar todas as medidas "possíveis e impossíveis" para dar uma resposta ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Segundo o delegado, o crime, ocorrido na noite de ontem (14), é gravíssimo e atenta contra a democracia.
"Estamos diante de um caso extremamente grave e que atenta contra a dignidade da pessoa humana e contra a democracia", afirmou Barbosa. Ele disse que aceitará ajuda das instituições que estiverem dispostas a colaborar, mas destacou que a Polícia Civil tem condições de solucionar o caso.
De acordo com Barbosa, as informações já levantadas na investigação estão sob sigilo, e nenhuma hipótese de investigação está descartada, inclusive a de se tratar de um caso de execução.
O delegado responsável pelo caso será o novo titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Giniton Lages. O antigo titular, Fábio Cardoso, foi promovido a diretor da Divisão de Homicídios, cargo que Rivaldo Barbosa ocupava antes de ser alçado a chefe da corporação.
Uma assessora da vereadora Marielle Franco também estava no carro no momento do crime e sobreviveu aos disparos. Ela foi ouvida como testemunha e receberá proteção do estado.
O chefe de Polícia Civil encontrou-se na manhã de hoje com o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Marielle foi assessora parlamentar de Freixo antes de ser eleita vereadora em 2016, com 46,5 mil votos.
"Quem matou a Marielle tentou matar a possibilidade de uma mulher negra, que nasceu na Favela da Maré, que era feminista, estar na política. É um crime contra a democracia", declarou o deputado. Freixo disse que tinha contato constante com Marielle e sua família e que não há nenhuma informação de que a vereadora tenha recebido ameaças.
Marielle era moradora do Complexo da Maré e defensora dos direitos humanos, autora de frequentes denúncias de violações cometidas contra negros, moradores de favela, mulheres e pessoas LGBT.
"Denunciar policiais não é ser contra a polícia"
Marcelo Freixo destacou a atuação da vereadora, que denunciava crimes cometidos por policiais, o que não impedia que ela tivesse bom diálogo com a polícia e inclusive fosse amiga pessoal do atual chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.
"O trabalho da Marielle, como o meu, nunca foi um trabalho contra a polícia. Denunciar policiais que cometem crimes não é [ser] contra a polícia. Temos que acabar com a ideia que existe no Rio de Janeiro de que quem defende direitos humanos é contra a polícia ou que a polícia é ameaçada pelos direitos humanos. Quem pensa assim é uma sociedade doente."
"O trabalho da Marielle, como o meu, nunca foi um trabalho contra a polícia. Denunciar policiais que cometem crimes não é [ser] contra a polícia. Temos que acabar com a ideia que existe no Rio de Janeiro de que quem defende direitos humanos é contra a polícia ou que a polícia é ameaçada pelos direitos humanos. Quem pensa assim é uma sociedade doente."
Para o deputado, a morte de Marielle não provocará silenciamento, mas uma resposta de mais mobilização e luta pelas bandeiras que ela defendia. "A resposta virá. Quem matou achando que ia calar a Marielle, transformou a Marielle em um símbolo que vai fazer com que muitas Marielles brotem nas praças públicas a partir de hoje. Isso não vai ficar impune e não vai ficar em silêncio", afirmou Freixo.
Organizações da sociedade civil pedem rigor na apuração da morte de vereadora
Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça
- Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Organizações da sociedade civil assinaram hoje (15) o manifesto #MariellePresente, cobrando das autoridades providências contra a violência crescente no Rio de Janeiro, que tem como um dos episódios mais recentes o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
“O assassinato da vereadora Marielle Franco na noite desta quarta-feira (14) no Rio de Janeiro carrega consigo o símbolo de todas as vidas perdidas em nosso dia a dia, resultado de um processo histórico de genocídio negro e que escancara a vulnerabilidade das vidas nas periferias, que não são protegidas nem mesmo com o respaldo de cargos públicos. Sua morte também exprime todos os riscos aos quais se expõem aqueles que trabalham para mudar a realidade de violência brutal no Brasil”, afirmam as organizações no manifesto.
O texto pede a "união contra a barbárie" e destaca que, “acima das ideologias, posições e preferências políticas, Marielle é o símbolo da renovação de ideias e práticas que queremos”.
"Sua vida, mais do que sua morte, representa o desafio de renovar nossos esforços conjuntos em direção a um país menos desigual, mais empático, capaz de garantir direitos e proteger a vida de todas e todos”, acrescentou.
As organizações pedem uma investigação minuciosa do ataque, que também resultou na morte do motorista da vereadora, Anderson Gomes. As entidades ressaltam que pretendem continuar trabalhando para fortalecer a democracia, para que “o processo eleitoral ocorra em plenitude e segurança, que seja mais participativo, plural e que novos corpos, vozes, ideias e práticas ocupem os espaços de poder, para a justiça e equidade que o país merece e precisa”.
Saiba Mais
Assinam o manifesto as organizações Acredito, Advocacy Hub, Agora!, Bancada Ativista, Construção, Instituto Re.no.ve, Instituto Tecnologia e Equidade, ITS Rio – Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio, Instituto Update, Muitas, Open Knowledge Brasil, #OcupaPolítica, Quero Prévias, Virada Política e Transparência Partidária.
TJRJ e Conselho dos Direitos da Mulher
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) também lamentou o assassinato da vereadora e de seu motorista. “A morte de uma representante eleita democraticamente pelo povo carioca representa um duro golpe no Estado Democrático de Direito”.
O TJRJ defende que as investigações “sobre a autoria e motivação deste crime bárbaro ocorram com o rigor necessário, exigido por uma sociedade que hoje clama pelo fim da violência”.
O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro (Cedim) manifestou pesar pelo assassinato de Marielle Franco, considerada importante ativista dos direitos humanos. “A morte da vereadora deve ser investigada com afinco e os culpados, identificados e punidos com o rigor da lei.”
Crime
Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando seguia para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando os criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes.
O motorista Anderson Gomes foi atingido pelos disparos e também morreu. Ele trabalhava para o aplicativo Uber e prestava serviços eventuais para Marielle. Uma assessora que também estava no carro sobreviveu ao ataque.
A vereadora, que morava no Complexo da Maré, era defensora dos direitos humanos e autora de frequentes denúncias de violações cometidas contra negros, moradores de favela, mulheres e pessoas LGBT.
Nações Unidas condenam assassinato da vereadora Marielle Franco
O comunicado ressalta que as autoridades devem realizar uma completa investigação do assassinato
- Nova York (EUA)
Da ONU News
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) classificou hoje (15) como “profundamente chocante” o assassinato da vereadora Marielle Franco, num ataque a tiros na noite de quarta-feira, no Rio de Janeiro. Integrante da Câmara Municipal do Rio, Marielle, 38 anos, foi morta num ataque que também matou o seu motorista, Anderson Pedro Gomes, e deixou uma assessora ferida.
Em nota, a porta-voz do Escritório da ONU, Liz Throssel, lembrou que Marielle era uma defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial, pelos direitos das mulheres e de afrodescendentes em áreas pobres do Rio de Janeiro.
Saiba Mais
O comunicado ressalta que as autoridades devem realizar uma completa investigação do assassinato. A ONU pediu ainda que o inquérito ocorra o mais rapidamente possível.
Justiça
Para o Escritório de Direitos Humanos, é preciso que a investigação seja transparente e tenha credibilidade e que os autores do crime sejam levados à justiça.
O Sistema ONU no Brasil também condenou a morte de Marielle Franco e pediu rigor na investigação do caso.
A ONU no Brasil lembrou que a vereadora, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), estava em seu primeiro mandato na Câmara e era uma das principais vozes na defesa dos direitos humanos da cidade e lutava contra o racismo. Ela promovia a igualdade de gênero assim como a eliminação da violência, sobretudo nas periferias e nas favelas do Rio de Janeiro.
Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga tudo!!!
Morreu
Anielli - Poeta de Volta Redonda
Morreu a preta da maré,
a negra fugida da senzala
que foi sentar com "os dotô" na sala
e falar de igual pra igual com "os homi".
A negra que burlou a fome de se saber,
que fez crescer dentro dela, o conhecimento.
Aquela, que por um momento de humanidade,
sonhou com a justiça, lutou por liberdade
e ousou ir mais alto,
do que permitia sua cor.
"Mas preta sabida, não pode!
Muito menos pobre! Não tem valor."
Diziam as más línguas na multidão.
E ela ousou tirar seus pés do chão.
Morreu.
Morreu a "preta sem noção",
que falava a verdade na cara do patrão,
que carregava a coragem, como bagagem,
no coração.
O tiro foi certo,
acertou com maldade,
ecoando seco no centro da cidade.
Anielli - Poeta de V Redonda
Terra da brutalidade
Professora agredida durante protesto na Câmara Municipal de SP |
Luís Alberto
Alves/Hourpress
O assassinato da
vereadora Marielle Franco (Psol), ontem (15) à noite no Rio de Janeiro revela
que o caos tomou conta da excidade maravilhosa. Mas curioso nesta triste
história é que o governo federal vendeu a falsa imagem de que a intervenção
federal resolveria o sério problema da violência. Engano....
Podre
Não descarto o
envolvimento da banda podre da PM carioca neste homicídio. Policiais, cuja
diferença em relação aos criminosos é o uso do distintivo. No mais adotam o
mesmo modo de agir dos bandidos. Marielle era ardente defensora dos Direitos
Humanos, duas palavras que provocam arrepios nos trogloditas que se escondem
embaixo da farda da Polícia Militar....
Professora
Outro absurdo foi
a agressão sofrida por uma professora, durante protesto no interior da Câmara
Municipal de SP. Ela teve o nariz quebrado com um golpe de cassetete desferido
por agente da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Para tentar esconder o absurdo,
o desprefeito João Doria (PSDB) emitiu a mesma nota de sempre, a respeito de
tamanha brutalidade....
STF
A batata quente
está no colo dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) a respeito do
destino do ex-presidente Lula. A
presidente Cármem Lúcia lavou as mãos dizendo que o julgamento do habeas corpus
para evitar a prisão de Lula independe da pauta. Jogou o abacaxi para as mãos
do seu colega, ministro Edson Fachin, relator do caso...
Reforma
Os nós da Lei
13.427/2017 oriunda da Reforma Trabalhista já aparecem no mercado. Algumas
empresas passaram a tratar seus funcionários como no século 19, época da
escravidão no Brasil. A palavra direito virou ofensa e os maus empresários
deitam e rolam. Sinto pena de quem vai começar a trabalhar...
Nunca se esqueçam: em terra de cego, quem tem um olho enxerga
tudo!!!
segunda-feira, 12 de março de 2018
quinta-feira, 1 de março de 2018
Rio de Janeiro não é mais lindo!
Luís Alberto Alves/Hourpress
O Rio de Janeiro, conhecido em todo o mundo como a cidade maravilhosa, completou 453 anos. Infelizmente seus últimos governantes retiraram sua beleza. O transformaram num reduto de violência, onde não é possível mais ir à praia sem virar vítima de arrastões....Leia mais...
Assinar:
Postagens (Atom)